
Na estação do Cachão encontrei muitos objectos em ferro. Com alguns fiz este arranjo.
A Linha do Tua está de parabéns, pelos 121 anos de vida. É pena que num momento como este, a circulação esteja proibida. Espero que mais um mês de impasse, seja suficiente para apurar as causas do acidente do dia 22 de Agosto, e ajude a lançar luz nos restantes acidentes, todos no espaço de um ano e meio, depois de se ter avançado a hipótese da construção de uma barragem no Rio Tua e consequente submersão de parte da linha.
Túnel das Fragas Más I, ao 6.º quilómetro. Este túnel é em curva e tem 99 metros. É um local onde a linha e o rio parecem ser um só, com poucos metros a separá-los. No interior do túnel é possível apreciar a rocha granítica duríssima.

O apeadeiro do Castanheiro fica no 7.º quilómetro. O nome vem-lhe da aldeia que serve, Castanheiro, pertencente ao concelho de Carrazeda de Ansiães. Trata-se de uma pequena construção, encaixada na encosta, parecendo fazer parte dela. Esta zona do rio parece-me ser bastante frequentada, quer por pescadores, quer por outros amantes do ar livre. Há mesmo uma pequena praia de arreia, onde se pode passar uma tarde muito agradável. Não conheço o acesso desde a aldeia do Castanheiro, mas os veículos todo o terreno chegam mesmo perto da linha.


Tinha marcado o reencontro com a Linha do Tua no próximo Outono, mas, fiz-lhe uma visita no Domingo passado, e hoje voltei, para um passeio, juntamente com os meus filhos.


Depois do quilómetro trinta e dois a linha separa-se do rio. Vêm-se ao longe as casas de Barcel. Cheira a uvas maduras e ao longo da linha há muitas oliveiras. Também há uma planta mais estranha, em que muito poucos repararão, é o sumagre. Neste momento está com as sementes cheias e as folhas verdes. Em breve se vão pintar de laranja e vermelho, que eu tanto gosto.





Mesmo o facto de naquela linha circularam automotoras nitidamente desadequadas por serem altas e estreitas, nada diz aos esforçados senhores dos inquéritos. São estéticas, tem um ar todo urbano, e logo basta para que sejam tidas como recomendáveis. Dão um ar de modernidade no meio do campo, e só isso pareceu bastar quando alguém decidiu coloca-las ao serviço entre o Tua e Mirandela. À empresa detentora da concessão deu-se-lhe o nome de «Metro» para se dar um ar menos rural, e sem silvos lá se garantiu o funcionamento da linha pelo menos até agora.
O apeadeiro de Latadas, no 48.º quilómetro, entre Frechas e Mirandela, há muito se perdeu no tempo. Só algumas ruinas lembram ainda, que, há muitos anos, ali parava o comboio para deixar e apanhar passageiros. Quando por lá passei, na Primavera, a vegetação quase cobria o que restas das casas. Há um açude e restos de um moinho de água.








Desde que comecei a divulgar os meus passeios ao longo da Linha do Tua, tenho recebido mensagens de muitas pessoas que já fizeram o percurso e de outros que pretendem fazê-lo. Há quem viaje de comboio mas também muitos amantes do ar livre, que fazem questão de percorrer a Linha, toda, ou em parte, a pé!