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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

"Pare, Escute, Olhe" em Mirandela


No dia 14 de Novembro assisti à exibição do documentário "Pare, Escute, Olhe", sobre a Linha do Tua, no auditório municipal em Mirandela. O documentário foi exibido integrado 1º Festival Ibérico de Imagens sobre os Temas da Água, Cine H2O. Com duas exibições praticamente seguidas, a primeira, às 17 horas, teve a particularidade de contar com a presença de praticamente todos os intervenientes (actores) no filme. A maioria das pessoas é das freguesias de Vilarinho das Azenhas e da Ribeirinha, no concelho de Vila Flor.

O realizador, Jorge Pelicano, dirigiu algumas palavras aos presentes, pedindo desculpa por não ter estreado o filme em Mirandela, uma vez que o documentário já tinha sido exibido no DocLisboa e no Cine Eco, onde arrecadou nada mais, nada menos, do que 6 prémios.

Para quem viu o documentário "Ainda há pastores"  do mesmo realizador, deve lembrar-se das histórias humanas que ele retrata. Também o documentário "Pare, Escute, Olhe" está centrado nas pessoas. Alguns, como eu, poderiam estar à espera de imagens arrebatadoras das encostas rochosas, dos rápidos do rio, das tonalidade inebriantes da paisagem, mas no centro do documentário estão as pessoas. Pessoas simples, humildes, com fraca instrução e de poucos recursos, mas cidadãos nacionais, pessoas com direitos que necessitam da linha, como sempre necessitaram. A espontaneidade dos diálogos provoca sorrisos e as palavras apimentadas encantaram todos os que assistiram ao filme. Não se trata de actores, não tiveram guião, são pessoas nas suas rotinas diárias e com o seu vocabulário.

Mas há outros "personagens" no filme. São os das promessas não cumpridas, são os do betão, os da quota máxima, os que hoje dizem sim, amanhã dizem não; são políticos. Entre as promessas esquecidas, o abandono da linha e a ameaça de tudo querer inundar, as pessoas estão cada vez mais sós, mais isoladas, os mais novos continuam a partir, tal como aconteceu nas décadas de 60 e 70.
É necessário parar, escutar e olhar. Será que a barragem é mesmo necessária? Será que as redes rodoviárias vão resolver os problemas do dia-a-dia das pessoas que aparecem no filme, ou haverá alternativas? É mostrado no documentário o caso de uma via turística na Suíça. Também a SIC mostrou recentemente um caso semelhante em Espanha. Vias estreitas, voltadas para o turismo, que são casos de sucesso e de desenvolvimento.

Quando o projector se apagou ficámos a pensar. Falta este verbo no título do documentário: Pare, Escute, olhe e pense.
No final da exibição do documentário houve um espaço de diálogo. Foram várias as pessoas que usaram da palavra: o próprio Jorge Pelicano, Daniel Conde do Movimento Cívico da Linha do Tua, o representante da Coagret, um elemento da Quercus, José Silvano, presidente da Câmara de Mirandela, entre outros. Este último aparece como o incansável lutador pela manutenção da linha em oposição aos autarcas dos vários concelhos servidos pela linha que são defensores da construção da barragem. As palmas foram todos para  Jorge Pelicano e Rosa Silva, para José Silvano e para os intervenientes no documentário, que bem as mereceram. O grande ausente, por questões de saúde, foi Abílio Ovilheiro, figura central no documentário e que habita no edifício do apeadeiro da Ribeirinha.
Após o debate segui-se uma ligeira refeição, oferecida pela Câmara de Mirandela a todos os intervenientes no filme e aos que a eles se quiseram juntar.

Nota: o filme que aparece acima, A última Viagem do Comboio do Tua, foi realizada por Adriano Pereira, no interior da carruagem do Metro, no acidente de 22 de Agosto de 2008.

domingo, 23 de agosto de 2009

Aniversário do último acidente no Tua

Realizou-se no dia 22 de Agosto uma caminhada ao local do último acidente na linha do Tua de que resultou uma vítima mortal. A iniciativa foi da COAGRET (Coordenadora de Afectados pelas Grandes Barragens e Transvases), e juntou algumas dezenas de pessoas.
Os participantes partiram da estação dos caminhos-de-ferro em Mirandela, ou no Metropolitano, ou em viatura própria, até ao Cachão. Seguiram depois de autocarro até à estação de Abreiro/Vieiro onde tomaram a palavra as várias entidades representadas. Para além da COAGRET, fizeram-se também representar nesta iniciativa, o Movimento Cívico da Linha do Tua, a Quercus, o Bloco de Esquerda, Os Verdes e a Câmara Municipal de de Mirandela. Estiveram também presentes alguns dos passageiros que seguiam na composição em 22 de Agosto de 2008, acidentada pouco depois da passagem pelo apeadeiro da Brunheda, causando um morto e vários feridos.
A iniciativa teve como objectivos principais homenagear as vítimas mortais dos acidentes na Linha do Tua, insistir no apuramento de responsabilidades e defender o melhoramento da linha, inclusive o seu prolongamento até Puebla de Sanábria, com ligação às linhas de alta velocidade da rede do país vizinho.
Após uma conferência de imprensa na estação de Abreiro/Vieiro, em que as várias organizações representadas usaram da palavra e foram entrevistados por órgãos de comunicação social, entre os quais, dois canais de televisão, teve início uma caminhada que levou os participantes ao local do acidente de Agosto de 2008.
O calor era intenso, mas ninguém se queixou. Os presentes, representantes das organizações e apoiantes da manutenção da Linha chegaram ao apeadeiro de Brunheda perto das treze horas e trinta minutos. Após uma almoço ligeiro, dirigiram-se ao local do acidente, onde três passageiros que seguiam na composição que fez a última viagem no dia 22 de Agosto de 2008, depuseram uma coroa de flores em memória de Olema Barros, que faleceu no acidente. Um terceiro passageiro ficou no apeadeiro da Brunheda, ainda incapaz de enfrentar a dor e os fantasmas que se instalaram na sua vida. Estas pessoas que seguiam na composição no dia 22 de Agosto de 2008 não desejam a morte da linha, desejam sim o apuramento de responsabilidades e as obras necessárias para a manutenção da linha como atracção turística e factor de desenvolvimento local.
Como seria de esperar, as autarquias, à excepção da de Mirandela, mantiveram-se à margem do acontecimento. Elas é que podem ser acusadas de coveiros da Linha do Tua, juntamente com as entidades que deveriam ter mantido a estrutura da linha e o material circulante em perfeitas condições de segurança, e não o fizeram.
Outras iniciativas relacionadas com a Linha do Tua vão acontecer nos próximos tempos. Também a Linha do Tua se tornou uma questão política, condenada à partida, caso o actual governo consiga votos suficientes para continuar a sua forma déspota de governar. Aos que ainda acreditam na Linha só resta continuar a lutar pela manutenção deste património inigualável e que é necessário não perder.

Eu participei nesta iniciativa porque me senti solidário com as vítimas do último acidente e com as dos restantes, mas também porque partilho da maior parte das ideias que defendem as organizações presentes.
Gostei de conhecer “cara a cara” companheiros de luta pela Linha do Tua: Daniel Conde, Manuela Cunha e Mário Carvalho. Apesar dos email’s trocados, nunca nos tínhamos encontrado pessoalmente. Também gostei de ter como companheiro de caminhada Jorge Delfim, que já várias vezes me desafiou para caminhadas “fotográficas” na Linha do Tua. Um forte abraço também para o meu primo e amigo Adriano Pereira e esposa, ambos passageiros na viagem do metro a 22 de Agosto de 2008, que fizeram que questão de estar presentes, tal como o têm feito noutras ocasiões em que testemunhos positivos são necessários. Vamos continuar a encontrar-nos porque Trás-os-Montes é a nossa paixão.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Dois anos depois...

Faz hoje dois anos que ocorreu o mais grave acidente na Linha do Tua, no local que a fotografia mostra. Nele perderam a vida três pessoas. Depois disso já se repetiram vários acidentes e a questão que fica sempre no ar é: Porquê?
Não há mais tempo, nem razões para protelar a decisão. Se a REFER e a CP acreditam na linha têm que apostar em obras de fundo, para a recuperar de muitos anos de verdadeiro abandono. Já não há tempo para enganar mais ninguém. Ou se aposta na linha a sério, ou se abandona. Eu sou a favor da primeira hipótese.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Desleixo e incompetência


Meus amigos,
Impressionado com a reportagem fotográfica da EMEF sobre os defeitos na infra-estrutura da Linha do Tua, resolvi consultar a “net” e realizar um “slide show”.

As causas dos acidentes, nomeadamente o ocorrido no passado dia 22 de Agosto (de que resultaram 1 morto e umas dezenas de feridos) são claríssimas, sobretudo para um engenheiro civil (como a Sr.ª Secretária de Estado dos Transportes), e revoltam pelo desleixo e incompetência revelados pelos que têm como dever zelar pela segurança de pessoas e bens. Alguns são “membros eleitos” pelo contribuinte.

O que o “slide show” apresenta são factos. Factos.

Como no caso da Ota, a minha especialidade não é esta, a dos caminhos - de - ferro, mas arrisco a formulação de alguns juízos, por serem mais políticos do que técnicos. Peço a vossa indulgência.

Estou farto, confesso, das situações de compadrio, de desleixo, de incompetência, etecetera, que avassalam este pobre país há alguns tempos. Passados quase 2000 anos antes outra invasão dos vândalos.

http://maquinistas.org/pdfs_outros/desleixo_tua.pps (duplo clique para ver)

Ao vosso dispor,

Luís Leite Pinto (Eng. Civil, IST)

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Olhar para o futuro

O relatório ao acidente da Linha do Tua ocorrido a 22 de Agosto último atribui as causas do acidente a aspectos que têm a ver com várias entidades. Se a expressão - defeitos grosseiros na via – está a chamar à atenção da comunicação social, não podemos esquecer que são também apontadas como caudas possíveis a desadequação e lacunas na automotora (da EMEF).
Não é apontada como causa do acidente a abertura da vala para instalação dos cabos de fibra óptica, mas pode ter contribuído para o abatimento da linha.
Mais do que apontar o dedo, o relatório deve ser encarado como um documento que pode ser a salvação da Linha do Tua. Chama a atenção para as necessidades da actualização e manutenção da linha bem como para a procura de alternativas no material circulante. Vistas as coisas, e agora que o governo afirmou sem equívocos que a linha é para manter, só há uma alternativa: fazer uma profunda reestruturação da via, ao nível dos carris, travessas (acredito que há algumas com mais de 40 anos) e recuperação de algumas infra-estruturas que foram abandonadas. As pontes e túneis estão em bom estado, mas são necessários mais investimentos ao nível de sustentação de rochas que podem desprender-se para a via. Uma vez que é feita a circulação à vista, este poderá ser um problema a resolver no futuro.

Também ao nível do material circulante é necessário proceder à procura de alternativas. O presidente da Câmara de Mirandela já afirmou não se importar com a supressão das automotoras do metro, desde que o comboio se mantenha na região. Não podemos esquecer que o facto de muitas pessoas irem de pé na automotora, todos voltados para o rio, pode ter contribuído para o acidente.
Não se trata de um momento de “caça às bruxas”, trata-se de um momento crucial para a revitalização da Linha do Tua.

Relatório final (40 MB) em:
http://www.moptc.pt/tempfiles/20081027172256moptc.pdf

Relatório final e todos os anexos em:
http://www.moptc.pt/cs2.asp?idcat=1221#6749

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Conclusões...


Num momento em que se espera que a verdade venha libertar a Linha do Tua de todos os fantasmas, as notícias não são nada animadoras.
Os jornais falam da complexidade da questão e de algumas notícias sobressai a ideia de que talvez tenha sido um abatimento de terras a causa que despoletou o último acidente, em Agosto passado. Todos os que se preocupam com a linha ansiavam por uma justificação sem margem para dúvidas, por vezes até nos esquecemos do país em que vivemos e como as coisas funcionam por aqui.
A tratar-se de abatimento de terras e dado o período em que ocorreu, pleno Verão, ele só pode ter acontecido pelas obras para colocação dos cabos de fibra óptica. Ao contrário do que se lê em várias notícias, não decorreram dois meses entre as obras e o acidente. Em 18 de Julho passei eu no local. Os tubos estavam ao longo da linha, mas a vala ainda não tinha sido aberta. As máquinas encontravam-se acima da estação da Brunheda, mais ou menos em frente da Sobreira.
Não me surpreende que a linha não estivesse bem apoiada. Alguns quilómetros mais abaixo (próximo do quilómetro 3.º), encontrei eu um local onde vários metros de linha abanavam perigosamente à minha passagem (a pé).

Esta justificação do abatimento da linha, que me parece facilmente provável, não afasta outras causas que também podem ter estado presentes neste e nos acidentes anteriores. A falta de peso da automotora parece-me razão suficiente para fazer com que ela não tenha parado na linha, depois de ter saltado dos carris. Mostrei as fotografias que tirei a várias pessoas que percebem mais de comboios do que eu, que se mostraram surpreendidas como é que a composição não parou, ao fim de poucos metros.
Não podemos esquecer a mãe de todas as causas: o abandono. A falta de vontade dos políticos (e incluo aqui os presidentes das câmaras que todos conhecemos), em manterem esta linha em funcionamento, levou ao seu progressivo abandono tal como têm noticiado vários jornais. Os investimentos que foram feitos não se centraram na linha, suporte de toda a movimentação.
E depois ouvem-se coisas como "porque não se constrói outra linha a contornar a margem da futura barragem?" Haja paciência...

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Acidente na Linha do Tua (Cont.)


Cheguei à ponte da Brunheda poucos minutos antes das duas horas da tarde. O aparato era enorme. A ponte, e a estrada, antes, e depois dela, estavam cheias de pessoas e veículos. Havia muitos curiosos, mas também a comunicação social, bombeiros e INEM.
Segui pelo estreito acesso que desce até ao apeadeiro da Brunheda. Nele encontrei uma equipa de televisão, um elemento da GNR e uma equipa de apoio, alguns elementos estavam identificados como psicólogos.
Segui pela linha. A informação que tinha, dizia que o acidente tinha ocorrido antes do apeadeiro do Tralhão, como conheço o terreno, sabia que seria perto.
Havia muita gente pela linha: homens, mulheres, crianças, polícia e pessoal ligado à Linha. Não encontrei qualquer vestígio dos feridos ou dos paramédicos que os trataram. Na Sobreira, tinham passado por mim, 4 ambulâncias, em direcção a Mirandela.
Havia técnicos a fazer a medição da distância entre os carris. Os sinais na linha de um descarrilamento, eram mínimos! Mesmo antes de chegar ao local do acidente, vi, ao longe, uma automotora que se aproximava, vinda do sul! Cheguei a pensar que ela passaria no lugar do acidente, mas deteve-se a poucos metros dele. Tinha estado parada na estação de Santa Luzia, à espera de ordens para avançar. Destinava-se a levar os passageiros que quisessem continuar a viagem para Foz Tua, mas creio que foi embora vazia, não havia ninguém para transportar.

A automotora acidentada, não se via. Tombou numa pequena ravina, com quatro ou cinco metros de profundidade, do lado da linha encostada à montanha. Esta depressão deve-se ao facto de haver uma que ribeira que vem de perto da aldeia da Brunheda e que passa sob a linha, neste exacto local. Há uma pequena cova e depois a água segue por um aqueduto para o outro lado da linha, e depois para o rio. Na margem oposta, desagua o Rio Tinhela, depois de ter passado pelas Caldas de Carlão.

A automotora dirigia-se de Mirandela para Foz Tua. Saiu de Mirandela às 9:37 horas e deveria passar no local do acidente às 10:45. Transportava 47 passageiros, devendo ser muitos deles turistas.
A comunicação social cita o maquinista que diz ter ouvido uma explosão junto ao eixo dianteiro, no momento do descarrilamento. Não são visíveis quaisquer vestígios nos carris. No local do acidente é impensável atribuir as causas a um deslizamento de terras, até porque estamos no Verão e são as águas que facilitam os deslizamentos de terras.

A automotora deveria ter percorrido uma ligeira curva, muito ligeira mesmo, e não o fez. Os estragos provocados nas travessas, devem-se ao efeito das rodas que por elas seguiram durante algum tempo. A composição não seguiu a direito em direcção à ravina. Seguiu ainda alguns metros com os rodados direitos entre os carris, tombando depois para a ravina do lado esquerdo, quando já seguia a pouca velocidade, quase parada. Esta ideia vem-me unicamente da interpretação das marcas deixadas. Há vegetação que não foi danificada atrás da máquina, logo a composição não passou por aí. A automotora tombou para o lado, no exacto local onde se encontra.
A esquina onde segue o maquinista, embateu nas rochas de suporte do pequeno canal para a água, que passa por debaixo da linha. Custa a crer que o tenha ficado bem!
No momento em que me encontrava no leito da ribeira, foi vedado o local, calculo que para haver mais privacidade para investigadores e técnicos. Não paravam de chegar órgãos de comunicação social.

Voltei à ponte. O aparato tinha-se diluído. Quando a abandonei a estação, já de carro, encontrei muito carros de televisões, protecção civil e INEM, à saída do caminho da estação, na estrada N314.
Ainda subi alguns metros na estrada que segue para Carlão e Porrais, para observar o local do acidente de longe. Chegaram mais dois helicópteros da comunicação social.
Abandonei o local definitivamente, só parando na Ponte de Abreiro. Interroguei-me sobre o futuro da linha. Recordei o acidente ocorrido no aeroporto de Madrid, de que resultaram 153 mortos, palpita-me que não vão encerar o aeroporto...

Localização do acidente na Linha do Tua

O acidente na Linha do Tua ocorreu ao quilómetro 20.º, pouco antes de chegar ao apeadeiro da Brunheda (e depois do apeadeiro do Tralhão). A composição fazia o percurso descendente, ou seja, saiu de Mirandela e dirigia-se a Foz Tua.

Acidente na Linha do Tua (1)





As primeiras imagens que captei, perto das 2 da tarde, no local do acidente, que aconteceu hoje, na Linha do Tua.

Acidente/Tua: Cronologia dos principais acontecimentos na linha ferroviária

Lisboa, 22 Ago (Lusa) - Um acidente ferroviário na Linha do Tua, perto da estação de Abrunheda, Carrazeda de Ansiães, causou hoje pelo menos dois mortos e dezenas de feridos em mais um sinistro nesta via que serve a região transmontana.

Cronologia dos principais acidentes e intervenções na linha ferroviária do Tua desde a sua inauguração:

Setembro 1887 - Inauguração da Linha do Tua (entre o Tua e a cidade de Mirandela), nove anos depois da apresentação dos projectos para a sua construção.

Dezembro 1906 - Conclusão da extensão da linha até Bragança, num projecto que previa uma ligação até Espanha que nunca se veio a concretizar.

Abril 1910 - Abílio Beça, um dos principais promotores da linha, morre trucidado por um comboio.

Anos 40 - A Linha do Tua passa da Companhia Nacional para a gestão da CP.

1992 - Encerramento da circulação ferroviária no troço entre Mirandela e Bragança, numa extensão de cerca de 80 quilómetros.

Julho 1995 - É inaugurado o Metro de Mirandela, que possibilita a reabertura da linha entre a cidade e a localidade de Carvalhais.

Abril 2001 - A plataforma da via de circulação é arrastada para o rio, devido a um deslizamento de pedras. Os carris ficam pendurados sobre as águas, mas não há registo de outros danos. A circulação fica interrompida durante vários dias.

Janeiro 2004 - É inaugurada a renovada estação ferroviária de Bragança.

2006 - Dois milhões de euros são investidos em obras de consolidação e reparação da linha.

12 Fevereiro 2007 - Um desabamento de terras motiva a queda de uma composição comercial do metro de Mirandela no rio Tua. Morrem três dos cinco passageiros que faziam a ligação entre as estações da Foz do Tua e Mirandela.

Janeiro de 2008 - Reabertura da linha depois do acidente anterior.

10 Abril 2008 - Três trabalhadores da REFER ficam ligeiramente feridos, numa acidente na linha.

06 Junho 2008 - Uma composição do metro de Mirandela descarrila perto da Estação Foz Tua, a poucos metros do local onde decorrera o acidente de Abril. O maquinista e dois passageiros ficam feridos sem gravidade. O ministro dos Transportes, Mário Lino, afirma que os terrenos são instáveis e que os acidentes podem "ocorrer com alguma facilidade" na linha.

22 Agosto 2008 - Um acidente ferroviário perto da estação de Abrunheda, Carrazeda de Ansiães, causou hoje pelo menos dois mortos e dezenas de feridos.

RYC.

Lusa/fim

Nota: No acidente de 22 de Agosto de 2008, apenas morreu uma pessoa.