A última informação recebida dá conta de dois túneis atulhados: Fragas Más II (5,7 km) e Falcoeira (9,2 km). Acreditem que não é fácil contornar estes obstáculos.
Talvez o melhor percurso para se fazer neste momento seja Brunheda-Túnel da Falcoeira-Brunheda. Serão cerca de 20 km no total, com a vantagem de terminar no mesmo local (onde possivelmente se deixou a viatura).
Já fiz o percurso partindo de perto da aldeia de Paradela e descendo à linha junto da Ponte de Paradela, continuando para montante. É outra alternativa.
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quarta-feira, 18 de maio de 2016
domingo, 20 de outubro de 2013
Mobilidade no vale do Tua só para turismo
Plano põe fim ao serviço público de caminho-de-ferro
Mobilidade no vale do Tua só para turismo
A infraestrutura intermodal do Tua só irá funcionar na sua plenitude entre maio e outubro. Esta novidade foi avançada durante a 3ª conferência internacional “Railroads in Historical Context” que decorreu sexta-feira, em Alijó, e reuniu mais de 40 investigadores internacionais, entidades oficiais, operadores turísticos do Douro e a EDP. Assim, caiu por terra a vontade de várias associações que exigiam o regresso do serviço público ao troço desativado.
Foi pela boca de Sérgio Figueiredo, administrador-delegado da Fundação EDP, que se fez “luz” sobre o que poderá ser o megaprojeto de mobilidade intermodal de Foz Tua, que pretende constituir uma oferta turística de excelência assente em três meios de mobilidade: o funicular, o barco e o comboio.
Durante este encontro internacional, foram apresentados e debatidos estudos sobre a história do Vale do Tua e da Linha do Tua, bem como... (*)
Leia a notícia completa
na edição em PDF
(*) Apenas utilizadores registados
Fonte: A Voz de Trás-dos-Montes
Regiões | Alijó | 17-10-2013 | Edição Nº 3301
Mobilidade no vale do Tua só para turismo
A infraestrutura intermodal do Tua só irá funcionar na sua plenitude entre maio e outubro. Esta novidade foi avançada durante a 3ª conferência internacional “Railroads in Historical Context” que decorreu sexta-feira, em Alijó, e reuniu mais de 40 investigadores internacionais, entidades oficiais, operadores turísticos do Douro e a EDP. Assim, caiu por terra a vontade de várias associações que exigiam o regresso do serviço público ao troço desativado.
Foi pela boca de Sérgio Figueiredo, administrador-delegado da Fundação EDP, que se fez “luz” sobre o que poderá ser o megaprojeto de mobilidade intermodal de Foz Tua, que pretende constituir uma oferta turística de excelência assente em três meios de mobilidade: o funicular, o barco e o comboio.
Durante este encontro internacional, foram apresentados e debatidos estudos sobre a história do Vale do Tua e da Linha do Tua, bem como... (*)
Leia a notícia completa
na edição em PDF
(*) Apenas utilizadores registados
Fonte: A Voz de Trás-dos-Montes
Regiões | Alijó | 17-10-2013 | Edição Nº 3301
sexta-feira, 17 de maio de 2013
Brunheda - Foz Tua (amanhã)
Fiz, recentemente, uma caminhada pela Linha do Tua organizada pela Associação Cultural e Recreativa de Pombal de Ansiães, entre Castanheiro e S. Lourenço. Chamou-se "Rota das Maias". Ainda não escrevi sobre o assunto, mas já partilhei uma série de fotografias ilustrativas do passeio num álbum no Facebook. Essa caminhada serviu de aperitivo para outra, já lançada em desafio e que se vai realizar amanhã.
Esta Primavera a vontade de voltar à Linha do Tua tem sido muita. Têm-se realizado bastantes eventos, feiras, caminhadas, etc., que têm ocupado o meu tempo livre e o desejo ainda não se tinha concretizado. Assim, é com grande entusiasmo que encaro a caminhada de amanhã, entre Brunheda e Foz-Tua.
Praticamente tenho andado sempre sozinho na Linha. Tenho criado muita intimidade com a paisagem e apreciado toda a beleza que o vale proporciona, em diferentes estações do ano. Desta vez vou caminhar com um pequeno grupo de amigos, ainda não sei quantos, entusiastas da fotografia e penso que também defensores da Linha do Tua. Vamos ver como vai ser possível gerir as passadas, os disparos e as conversas.
O dia de hoje esteve muito instável. Choveu, pouco, muito, torrencialmente, caiu neve e granizo; fez sol e muito frio! Não faço ideia como estará amanhã. A luz é importante para a fotografia mas já fiz caminhadas na Linha do Tua debaixo de chuva que foram baste interessantes em termos fotográficos. A prioridade não é protegermo-nos da chuva, mas proteger o equipamento.
Por isso, amanhã haverá novidades no Blogue. Fotografias "fresquinhas". Até lá, que não me doam muito as pernas.
Esta Primavera a vontade de voltar à Linha do Tua tem sido muita. Têm-se realizado bastantes eventos, feiras, caminhadas, etc., que têm ocupado o meu tempo livre e o desejo ainda não se tinha concretizado. Assim, é com grande entusiasmo que encaro a caminhada de amanhã, entre Brunheda e Foz-Tua.
Praticamente tenho andado sempre sozinho na Linha. Tenho criado muita intimidade com a paisagem e apreciado toda a beleza que o vale proporciona, em diferentes estações do ano. Desta vez vou caminhar com um pequeno grupo de amigos, ainda não sei quantos, entusiastas da fotografia e penso que também defensores da Linha do Tua. Vamos ver como vai ser possível gerir as passadas, os disparos e as conversas.
O dia de hoje esteve muito instável. Choveu, pouco, muito, torrencialmente, caiu neve e granizo; fez sol e muito frio! Não faço ideia como estará amanhã. A luz é importante para a fotografia mas já fiz caminhadas na Linha do Tua debaixo de chuva que foram baste interessantes em termos fotográficos. A prioridade não é protegermo-nos da chuva, mas proteger o equipamento.
Por isso, amanhã haverá novidades no Blogue. Fotografias "fresquinhas". Até lá, que não me doam muito as pernas.
quarta-feira, 10 de abril de 2013
Tua - Parque Natural Regional poderá ser uma realidade, mas não isento de críticas
Os territórios dos concelhos transmontanos de Mirandela, Vila Flor, Alijó, Carrazeda de Ansiães e Murça poderão contar a prazo com um Parque Natural Regional com 25 mil hectares, caso o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) aprove a sua constituição. Um projecto apresentado como contrapartida da construção da barragem de Foz/Tua, contando com um apoio anual de 900 mil euros. Verba gerida pela Agência para o Desenvolvimento Regional do Vale do Tua (ADRVT). Para Daniel Conde, do Movimento Cívico pela Linha do Tua (MCLT), o Parque «mais não será que uma delimitação geográfica onde se aplicarão os fundos disponibilizados para esta Agência».
O projecto do novo Parque Natural Regional do Tua, proposto pela recentemente criada Agência para o Desenvolvimento Regional do Vale do Tua (ADRVT), com sede em Mirandela, insere-se nas contrapartidas do empreendimento hidroeléctrico da EDP em construção no limite dos distritos de Bragança e Vila Real. À agência caberá gerir o fundo que a EDP aprovisionará anualmente com 3% da facturação de energia. O projecto-base para a construção, instalação e gestão, neste momento em avaliação, foi submetido em Dezembro de 2012.
José Silvano, Director Executivo da ADRVT, que gere o novo empreendimento, explica ao Café Portugal, que com a constituição do PNRVT, se pretende «promover, articular e integrar» um conjunto de iniciativas de conservação da natureza e valorização do património cultural, bem como «promover o desenvolvimento social e económico sustentável das comunidades locais», em consonância com os valores naturais e com a valorização dos recursos endógenos da região.
O PNRVT tem por «base uma estratégia de valorização sustentada» e contará com «um plano de acção coerente que permitirá constituir um território vivo e dinâmico dos pontos de vista social e económico, mas também ambientalmente sustentável e albergando as mais importantes representações regionais dos seus habitats e espécies mais característicos».
Neste sentido, José Silvano salienta que irão ser desenvolvidas uma série de acções definidas para os primeiros 12 anos, com um investimento global de 7,7 milhões de euros, e «com as quais se pretende alcançar os objectivos de criação do PNRVT».
Para alcançar a estratégia, José Silvano realça que é fundamental uma «aposta em estreita articulação entre a conservação da natureza e da biodiversidade e o desenvolvimento social e económico, na qual o envolvimento de todos os interessados é um factor essencial».
«Todas as acções foram definidas numa óptica “além-fronteiras”, compatibilizando as características naturais, culturais, patrimoniais e socioeconómicas de todos os municípios que integram a ADRVT (Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor), interligando os seus “pontos-chave” de forma a que todos os concelhos possuam uma “porta de entrada” no PNRVT».
O responsável assume que «é expectável que os primeiros três anos sejam essenciais para colocar o PNRVT a funcionar em pleno».
O Director Executivo da ADRVT considera que o novo parque «constituirá um território amigável e seguro para as populações residentes, e de elevada atractividade para agentes económicos com interesses na exploração sustentável e na valorização de recursos naturais».
E acrescenta que, «neste contexto, o PNRVT pretende ainda atrair visitantes de diversos segmentos turísticos».
A criação e projecção da «marca Tua» que pressupõe o desenvolvimento de uma identidade para o PNRVT é outro dos objectivos. Algo que, de acordo com José Silvano, «pretende criar condições para a promoção dos produtos endógenos, protegendo-os, através da certificação, e impulsionando a sua produção, de forma a alavancar o desenvolvimento socioeconómico da região e definição e infra-estruturação de rotas temáticas para o PNRVT».
Com isto, está também prevista a criação de trilhos e percursos temáticos, «que interliguem toda a área do PNRVT» e que «permitam criar condições para que o visitante desfrute da oferta que o PNRVT tem para oferecer». Assim, «serão definidos em cada município, espaços de conexão entre as rotas temáticas, que funcionarão igualmente como “portas de entrada” para o PNRVT».
O fundo EDP:
A ADRVT foi criada como contrapartida pelo empreendimento hidroeléctrico em construção no limite dos distritos de Bragança e Vila Real. José Silvano explica que a par disso, o projecto resulta sobretudo da «vontade dos cinco municípios do Vale do Tua de se associar em torno de um projecto de desenvolvimento económico e social comum».
Por outro lado, adianta que «há um conjunto de iniciativas negociadas que pretendem contrariar a tendência de desertificação a que se assiste no território, «criando condições para o estabelecimento de actividades económicas e criação de emprego».
E dá exemplos: «as albufeiras criadas pelas barragens têm-se revelado importantes para o desenvolvimento das actividades de turismo, lazer e desporto. Existem muitos exemplos em Portugal que comprovam que o aparecimento das albufeiras potenciou o desenvolvimento do turismo e dos desportos náuticos como são o caso de Caniçada (Vieira do Minho), toda a cascata Douro Nacional navegável, Miranda, Castelo de Bode e Alqueva, entre outras».
Por outro lado, José Silvano afirma que pretende-se igualmente recuperar parte da linha histórica de comboio do Tua com o «objectivo central do seu aproveitamento turístico. Combina três modos de transporte distintos: o comboio entre Mirandela e Brunheda (numa extensão de 39,2 quilómetros), barcos de passeio entre Brunheda e a Barragem (percurso de 19,1 quilómetros) e ainda um veículo eléctrico sobre carris e um funicular panorâmico, que vencem a cota da barragem, entre a Barragem e Foz Tua (cerca de 4 quilómetros)».
Recorde-se que o estatuto de parque natural é atribuído pelo ICNF quando o mesmo reúne condições de diversidade de ecossistemas pouco alterados pelo Homem e pela diversidade de fauna e flora que possui, como se pode ler na Rede Nacional de Áreas Protegidas no ICNF.
Novo parque suscita críticas:
Daniel Conde, do MCLT, considera que «é necessária uma boa dose de imaginação para conceber que tal área se enquadre futuramente nos parâmetros de um “Parque Natural”».
E explica porquê: «é curioso pensarmos que o vale do Tua ficou arredado da Rede Natura 2000, quando reunia todas as condições para a integrar, e quando já havia muitos anos em que a EDP detinha uma licença prévia para o explorar».
«O vale do Tua as it is esse sim tem condições para a criação de um verdadeiro Parque Natural, e a atestar isso mesmo existem várias citações tanto no Estudo de Impacte Ambiental, como no Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução da barragem do Tua…», recorda.
O responsável afirma que «o dito “Parque” mais não será que uma delimitação geográfica onde se aplicarão os fundos disponibilizados para esta Agência. Como tal, foi uma decisão nem boa nem má, depende apenas da justeza com que pensarmos que uma vez que a zona mais afectada directamente será esta, então será aí que os fundos de “contrapartida” deverão ser forçosamente aplicados».
Para Daniel Conde, esta contrapartida «resulta da pouca ou nenhuma resistência local ao projecto hidroeléctrico, e à mediatização dada ao mesmo. A primeira- e talvez única - vez em que ouvi um coro de protestos dos autarcas do vale do Tua face ao processo da barragem do Tua foi quando se anunciou que os 3% da produção desta barragem iriam para o ICNB, contrariando de resto a regra em empreendimentos deste tipo. Diz muito sobre o quanto se dominava então - e se continua a dominar - todo este processo nas autarquias locais», alerta.
Para a EDP, sublinha o responsável, «seria tão gravoso financeiramente dirigir esses 3% para o ICNB como para a região, e distribuí-los por cinco autarquias, funcionaria de forma mais eficaz – não necessariamente eficiente – criando um organismo supra municipal».
Daniel Conde garante que esta «é apenas uma forma de distribuir de forma mais controlada os fundos advindos da construção da barragem do Tua, já que é composta por todas as autarquias do Vale do Tua».
O dirigente do MCLT realça que o que seria importante para o território «fazer tudo isso e não construir a barragem do Tua; aliás, tudo isso tem sido feito sem a barragem do Tua, e era também importante que isso ficasse bem claro, antes que se cimente - ou “betonize”, já agora - a ideia de que sem a divina providência da EDP e da sua Fundação nada mexeria em Trás-os-Montes e Alto Douro».
Quanto às perspectivas turísticas anunciadas pela ADRVT, Daniel Conde lembra «alguém há uns seis anos atrás que vaticinava que o Tua seria o próximo Alqueva trasmontano. Observando agora o fiasco do Turismo no Alqueva, espero que essa previsão falhe; mas tem tudo para estar redondamente acertada».
O responsável mantém ainda as críticas no que respeita aos impactos ambientais do projecto: «a albufeira do Tua terá tudo o que é necessário para que as suas águas sofram de eutrofização, o que significa que ficará invadida por cianobactérias na forma de algas, tóxicas e de cheiro nauseabundo; para além disso, como a barragem será de bombagem reversível, as suas margens sofrerão mudanças contínuas de cota, deixando a descoberto um lodaçal sem fim; para terminar, esta massa de água trará alterações significativas no micro clima local, prolongando por exemplo os períodos de tempo e agravando a intensidade dos nevoeiros».
«Em suma, um local privilegiado para o Turismo», ironiza, recordando que o «chavão» a que agora chamam de «turismo no vale do Tua graças à barragem é um maravilhoso fait divers, ou um belo exercício de demagogia sem graça. Prometer emprego e empreendedorismo é um cartaz muito em voga actualmente».
Quanto à mobilidade, Daniel Conde considera que «estamos na presença de novo exercício demagogia de gosto muito duvidoso». E relembra que «o caderno de encargos da barragem do Tua estipulava que todas as vias de comunicação destruídas deveriam ser repostas com a mesma valência. Depois disso, o Estudo de Impacte Ambiental sancionava que a zona envolvente não era propícia ao transporte público rodoviário; a somar-se a isto, todas as evidências já mencionadas a respeito da atractividade da albufeira para a sua navegabilidade – turística ou não».
Para o responsável, tudo isto culminou na «perda da ligação da Linha do Tua à do Douro, porque a EDP considerou extemporânea e unilateralmente que seria muito caro construir uma variável ferroviária à Linha do Tua, e o advento do muito badalado ‘Plano de Mobilidade do Vale do Tua’. Este "Plano”, como também já tive oportunidade de afirmar noutras ocasiões, só imporá a quem vier da Linha do Douro e queira ir para Mirandela algo como meia dúzia de transbordos, e meio quilómetro a andar a pé faça chuva faça sol, com muita ou pouca bagagem».
Por fim, e sobre os avisos da UNESCO em relação à construção da barragem e que pode colocar em causa o título do Douro Património da Humanidade, Daniel Conde recorda que em Junho de 2009 a UNESCO desclassificou o sítio Património da Humanidade Vale do Elba, na Alemanha, «no que foi o culminar de um processo que levou apenas três anos a ser concluído. Motivo para a desclassificação: a construção de uma ponte».
Ana Clara | quarta-feira, 10 de Abril de 2013
Fonte do texto: Café Portugal
O projecto do novo Parque Natural Regional do Tua, proposto pela recentemente criada Agência para o Desenvolvimento Regional do Vale do Tua (ADRVT), com sede em Mirandela, insere-se nas contrapartidas do empreendimento hidroeléctrico da EDP em construção no limite dos distritos de Bragança e Vila Real. À agência caberá gerir o fundo que a EDP aprovisionará anualmente com 3% da facturação de energia. O projecto-base para a construção, instalação e gestão, neste momento em avaliação, foi submetido em Dezembro de 2012.
José Silvano, Director Executivo da ADRVT, que gere o novo empreendimento, explica ao Café Portugal, que com a constituição do PNRVT, se pretende «promover, articular e integrar» um conjunto de iniciativas de conservação da natureza e valorização do património cultural, bem como «promover o desenvolvimento social e económico sustentável das comunidades locais», em consonância com os valores naturais e com a valorização dos recursos endógenos da região.
O PNRVT tem por «base uma estratégia de valorização sustentada» e contará com «um plano de acção coerente que permitirá constituir um território vivo e dinâmico dos pontos de vista social e económico, mas também ambientalmente sustentável e albergando as mais importantes representações regionais dos seus habitats e espécies mais característicos».
Neste sentido, José Silvano salienta que irão ser desenvolvidas uma série de acções definidas para os primeiros 12 anos, com um investimento global de 7,7 milhões de euros, e «com as quais se pretende alcançar os objectivos de criação do PNRVT».
Para alcançar a estratégia, José Silvano realça que é fundamental uma «aposta em estreita articulação entre a conservação da natureza e da biodiversidade e o desenvolvimento social e económico, na qual o envolvimento de todos os interessados é um factor essencial».
«Todas as acções foram definidas numa óptica “além-fronteiras”, compatibilizando as características naturais, culturais, patrimoniais e socioeconómicas de todos os municípios que integram a ADRVT (Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor), interligando os seus “pontos-chave” de forma a que todos os concelhos possuam uma “porta de entrada” no PNRVT».
O responsável assume que «é expectável que os primeiros três anos sejam essenciais para colocar o PNRVT a funcionar em pleno».
O Director Executivo da ADRVT considera que o novo parque «constituirá um território amigável e seguro para as populações residentes, e de elevada atractividade para agentes económicos com interesses na exploração sustentável e na valorização de recursos naturais».
E acrescenta que, «neste contexto, o PNRVT pretende ainda atrair visitantes de diversos segmentos turísticos».
A criação e projecção da «marca Tua» que pressupõe o desenvolvimento de uma identidade para o PNRVT é outro dos objectivos. Algo que, de acordo com José Silvano, «pretende criar condições para a promoção dos produtos endógenos, protegendo-os, através da certificação, e impulsionando a sua produção, de forma a alavancar o desenvolvimento socioeconómico da região e definição e infra-estruturação de rotas temáticas para o PNRVT».
Com isto, está também prevista a criação de trilhos e percursos temáticos, «que interliguem toda a área do PNRVT» e que «permitam criar condições para que o visitante desfrute da oferta que o PNRVT tem para oferecer». Assim, «serão definidos em cada município, espaços de conexão entre as rotas temáticas, que funcionarão igualmente como “portas de entrada” para o PNRVT».
O fundo EDP:
A ADRVT foi criada como contrapartida pelo empreendimento hidroeléctrico em construção no limite dos distritos de Bragança e Vila Real. José Silvano explica que a par disso, o projecto resulta sobretudo da «vontade dos cinco municípios do Vale do Tua de se associar em torno de um projecto de desenvolvimento económico e social comum».
Por outro lado, adianta que «há um conjunto de iniciativas negociadas que pretendem contrariar a tendência de desertificação a que se assiste no território, «criando condições para o estabelecimento de actividades económicas e criação de emprego».
E dá exemplos: «as albufeiras criadas pelas barragens têm-se revelado importantes para o desenvolvimento das actividades de turismo, lazer e desporto. Existem muitos exemplos em Portugal que comprovam que o aparecimento das albufeiras potenciou o desenvolvimento do turismo e dos desportos náuticos como são o caso de Caniçada (Vieira do Minho), toda a cascata Douro Nacional navegável, Miranda, Castelo de Bode e Alqueva, entre outras».
Por outro lado, José Silvano afirma que pretende-se igualmente recuperar parte da linha histórica de comboio do Tua com o «objectivo central do seu aproveitamento turístico. Combina três modos de transporte distintos: o comboio entre Mirandela e Brunheda (numa extensão de 39,2 quilómetros), barcos de passeio entre Brunheda e a Barragem (percurso de 19,1 quilómetros) e ainda um veículo eléctrico sobre carris e um funicular panorâmico, que vencem a cota da barragem, entre a Barragem e Foz Tua (cerca de 4 quilómetros)».
Recorde-se que o estatuto de parque natural é atribuído pelo ICNF quando o mesmo reúne condições de diversidade de ecossistemas pouco alterados pelo Homem e pela diversidade de fauna e flora que possui, como se pode ler na Rede Nacional de Áreas Protegidas no ICNF.
Novo parque suscita críticas:
Daniel Conde, do MCLT, considera que «é necessária uma boa dose de imaginação para conceber que tal área se enquadre futuramente nos parâmetros de um “Parque Natural”».
E explica porquê: «é curioso pensarmos que o vale do Tua ficou arredado da Rede Natura 2000, quando reunia todas as condições para a integrar, e quando já havia muitos anos em que a EDP detinha uma licença prévia para o explorar».
«O vale do Tua as it is esse sim tem condições para a criação de um verdadeiro Parque Natural, e a atestar isso mesmo existem várias citações tanto no Estudo de Impacte Ambiental, como no Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução da barragem do Tua…», recorda.
O responsável afirma que «o dito “Parque” mais não será que uma delimitação geográfica onde se aplicarão os fundos disponibilizados para esta Agência. Como tal, foi uma decisão nem boa nem má, depende apenas da justeza com que pensarmos que uma vez que a zona mais afectada directamente será esta, então será aí que os fundos de “contrapartida” deverão ser forçosamente aplicados».
Para Daniel Conde, esta contrapartida «resulta da pouca ou nenhuma resistência local ao projecto hidroeléctrico, e à mediatização dada ao mesmo. A primeira- e talvez única - vez em que ouvi um coro de protestos dos autarcas do vale do Tua face ao processo da barragem do Tua foi quando se anunciou que os 3% da produção desta barragem iriam para o ICNB, contrariando de resto a regra em empreendimentos deste tipo. Diz muito sobre o quanto se dominava então - e se continua a dominar - todo este processo nas autarquias locais», alerta.
Para a EDP, sublinha o responsável, «seria tão gravoso financeiramente dirigir esses 3% para o ICNB como para a região, e distribuí-los por cinco autarquias, funcionaria de forma mais eficaz – não necessariamente eficiente – criando um organismo supra municipal».
Daniel Conde garante que esta «é apenas uma forma de distribuir de forma mais controlada os fundos advindos da construção da barragem do Tua, já que é composta por todas as autarquias do Vale do Tua».
O dirigente do MCLT realça que o que seria importante para o território «fazer tudo isso e não construir a barragem do Tua; aliás, tudo isso tem sido feito sem a barragem do Tua, e era também importante que isso ficasse bem claro, antes que se cimente - ou “betonize”, já agora - a ideia de que sem a divina providência da EDP e da sua Fundação nada mexeria em Trás-os-Montes e Alto Douro».
Quanto às perspectivas turísticas anunciadas pela ADRVT, Daniel Conde lembra «alguém há uns seis anos atrás que vaticinava que o Tua seria o próximo Alqueva trasmontano. Observando agora o fiasco do Turismo no Alqueva, espero que essa previsão falhe; mas tem tudo para estar redondamente acertada».
O responsável mantém ainda as críticas no que respeita aos impactos ambientais do projecto: «a albufeira do Tua terá tudo o que é necessário para que as suas águas sofram de eutrofização, o que significa que ficará invadida por cianobactérias na forma de algas, tóxicas e de cheiro nauseabundo; para além disso, como a barragem será de bombagem reversível, as suas margens sofrerão mudanças contínuas de cota, deixando a descoberto um lodaçal sem fim; para terminar, esta massa de água trará alterações significativas no micro clima local, prolongando por exemplo os períodos de tempo e agravando a intensidade dos nevoeiros».
«Em suma, um local privilegiado para o Turismo», ironiza, recordando que o «chavão» a que agora chamam de «turismo no vale do Tua graças à barragem é um maravilhoso fait divers, ou um belo exercício de demagogia sem graça. Prometer emprego e empreendedorismo é um cartaz muito em voga actualmente».
Quanto à mobilidade, Daniel Conde considera que «estamos na presença de novo exercício demagogia de gosto muito duvidoso». E relembra que «o caderno de encargos da barragem do Tua estipulava que todas as vias de comunicação destruídas deveriam ser repostas com a mesma valência. Depois disso, o Estudo de Impacte Ambiental sancionava que a zona envolvente não era propícia ao transporte público rodoviário; a somar-se a isto, todas as evidências já mencionadas a respeito da atractividade da albufeira para a sua navegabilidade – turística ou não».
Para o responsável, tudo isto culminou na «perda da ligação da Linha do Tua à do Douro, porque a EDP considerou extemporânea e unilateralmente que seria muito caro construir uma variável ferroviária à Linha do Tua, e o advento do muito badalado ‘Plano de Mobilidade do Vale do Tua’. Este "Plano”, como também já tive oportunidade de afirmar noutras ocasiões, só imporá a quem vier da Linha do Douro e queira ir para Mirandela algo como meia dúzia de transbordos, e meio quilómetro a andar a pé faça chuva faça sol, com muita ou pouca bagagem».
Por fim, e sobre os avisos da UNESCO em relação à construção da barragem e que pode colocar em causa o título do Douro Património da Humanidade, Daniel Conde recorda que em Junho de 2009 a UNESCO desclassificou o sítio Património da Humanidade Vale do Elba, na Alemanha, «no que foi o culminar de um processo que levou apenas três anos a ser concluído. Motivo para a desclassificação: a construção de uma ponte».
Ana Clara | quarta-feira, 10 de Abril de 2013
Fonte do texto: Café Portugal
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Linha do Tua: transportes alternativos garantidos apenas até ao final do mês
As populações da linha do Tua têm transportes alternativos ao comboio assegurados apenas até ao final do mês, desconhecendo-se ainda a solução do Governo para a continuidade do serviço, disse nesta quarta-feira o presidente da Câmara de Mirandela, António Branco.
O autarca social-democrata é também presidente da empresa Metro de Mirandela, que tem como principal accionista o município, e que assegurava o transporte ferroviário suspenso desde 2008 na linha do Tua, assumindo depois o transporte rodoviário alternativo em troca da mesma compensação financeira de 250 mil euros.
A 1 de Julho, os táxis alternativos ao comboio pararam, deixando as populações sem transportes durante mais de uma semana até que o Governo autorizou uma solução provisória que termina no final do mês, sem que ainda seja conhecida a prometida solução definitiva para assegurar o serviço.
O presidente da Câmara de Mirandela afirmou hoje à Lusa que contactou, no início de Setembro, a Secretaria de Estado dos Transportes, mas ainda não lhe foi comunicada qualquer decisão.
“Foi-me dito que já existiria uma proposta de portaria para o enquadramento do serviço que estava a ser analisada”, afirmou.
O autarca sublinhou que continua à espera da prometida solução definitiva, assim como da formalização do acordo que permitiu a continuidade dos transportes de forma provisória desde 11 de Julho.
Segundo disse, a Metro de Mirandela “ainda não recebeu um tostão” pelo serviço que decidiu assumir, mesmo sem contrato firmado, acreditando “na palavra da CP”, para não privar a maioria dos habitantes do vale do Tua do único transporte público.
Durante os três meses apontados para esta medida provisória devia ter sido estudada a solução que vigorará até ao plano de mobilidade previsto nas contrapartidas da barragem de Foz Tua, que submergirá parte da linha de caminho-de-ferro.
O plano só estará pronto dentro de quatro anos, junto com a conclusão da hidroeléctrica que foi adiada um ano devido ao abrandamento das obras imposto pela UNESCO, enquanto analisa os impactos no Douro Património da Humanidade.
Em Março de 2011 os cinco autarcas da zona, que integram a Agência para o Desenvolvimento do Vale do Tua, a EDP, a Refer, a CP, o Instituto de Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT) e a Câmara de Mirandela, accionista maioritária do Metro, assinaram um protocolo em que a CP se compromete a manter o acordo com o Metro para assegurar os transportes alternativos até à conclusão do novo plano de mobilidade.
A 1 de Julho, os táxis alternativos ao comboio pararam sem aviso às populações. A CP colocou apenas na página da Internet dois parágrafos com a informação sobre a supressão do serviço naquela data. A medida gerou a contestação dos autarcas locais, que ameaçaram rever a posição favorável à construção da barragem se os transportes não fossem repostos, independentemente de ser “a EDP, a CP ou o Governo” a assumir o financiamento.
12.09.2012 - 17:20 Por Lusa
Fonte: Público
O autarca social-democrata é também presidente da empresa Metro de Mirandela, que tem como principal accionista o município, e que assegurava o transporte ferroviário suspenso desde 2008 na linha do Tua, assumindo depois o transporte rodoviário alternativo em troca da mesma compensação financeira de 250 mil euros.
A 1 de Julho, os táxis alternativos ao comboio pararam, deixando as populações sem transportes durante mais de uma semana até que o Governo autorizou uma solução provisória que termina no final do mês, sem que ainda seja conhecida a prometida solução definitiva para assegurar o serviço.
O presidente da Câmara de Mirandela afirmou hoje à Lusa que contactou, no início de Setembro, a Secretaria de Estado dos Transportes, mas ainda não lhe foi comunicada qualquer decisão.
“Foi-me dito que já existiria uma proposta de portaria para o enquadramento do serviço que estava a ser analisada”, afirmou.
O autarca sublinhou que continua à espera da prometida solução definitiva, assim como da formalização do acordo que permitiu a continuidade dos transportes de forma provisória desde 11 de Julho.
Segundo disse, a Metro de Mirandela “ainda não recebeu um tostão” pelo serviço que decidiu assumir, mesmo sem contrato firmado, acreditando “na palavra da CP”, para não privar a maioria dos habitantes do vale do Tua do único transporte público.
Durante os três meses apontados para esta medida provisória devia ter sido estudada a solução que vigorará até ao plano de mobilidade previsto nas contrapartidas da barragem de Foz Tua, que submergirá parte da linha de caminho-de-ferro.
O plano só estará pronto dentro de quatro anos, junto com a conclusão da hidroeléctrica que foi adiada um ano devido ao abrandamento das obras imposto pela UNESCO, enquanto analisa os impactos no Douro Património da Humanidade.
Em Março de 2011 os cinco autarcas da zona, que integram a Agência para o Desenvolvimento do Vale do Tua, a EDP, a Refer, a CP, o Instituto de Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT) e a Câmara de Mirandela, accionista maioritária do Metro, assinaram um protocolo em que a CP se compromete a manter o acordo com o Metro para assegurar os transportes alternativos até à conclusão do novo plano de mobilidade.
A 1 de Julho, os táxis alternativos ao comboio pararam sem aviso às populações. A CP colocou apenas na página da Internet dois parágrafos com a informação sobre a supressão do serviço naquela data. A medida gerou a contestação dos autarcas locais, que ameaçaram rever a posição favorável à construção da barragem se os transportes não fossem repostos, independentemente de ser “a EDP, a CP ou o Governo” a assumir o financiamento.
12.09.2012 - 17:20 Por Lusa
Fonte: Público
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
O que diz a comunicação social - Ago2012
- 01.08.2012 - SIC Notícias - Foz Tua: Secretaria de Estado da Cultura considera "inútil" construção de mais um museu na região
- 01.08.2012 - RTP Notícias - UNESCO diz ser importante ouvir diferentes opiniões antes de chegar a conclusões sobre barragem de Foz Tua
- 01.08.2012 - RTP Notícias - Ambientalistas apelam à UNESCO para travar construção da barragem
- 01.08.2012 - TSF - Sociedade civil contra construção de barragem de Foz Tua, frisa ambientalista
- 01.08.2012 - RR - Técnicos da UNESCO avaliam barragem do Foz Tua no Douro Vinhateiro
- 01.08.2012 - RR - Mexia levou técnicos da UNESCO à barragem do Foz Tua
- 01.08.2012 - RR - Quercus acredita que Unesco vai mandar parar barragem de Foz Tua
- 01.08.2012 - RR - Autarcas do Tua recusam parar obras da barragem
- 01.08.2012 - JN - Missão da UNESCO recebida por manifestação na Régua
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
Autarcas do Tua recusam parar obras da barragem
Defendem que a esta altura do campeonato a beleza natural do vale já não vai existir e que já só há a ganhar com o desenvolvimento que a obra traz à região.
Os presidentes de câmara da região do Alto Douro Vinhateiro dizem ser inaceitável parar nesta altura as obras da Barragem de Foz Tua. Depois dos ambientalistas, foi a vez de os autarcas dizerem o que pensam à delegação da UNESCO que está de visita à região.
As obras não podem parar, é a posição transmitida esta quarta-feira às técnicas da Unesco pelo presidente da Associação de Desenvolvimento do Vale do Tua e da Comunidade Intermunicipal do Douro.
“Aquilo que tínhamos a perder já perdemos, que é de facto a questão da beleza selvagem, e aquilo que agora teríamos a ganhar, se parasse, não ganhávamos nada”, defende Artur Cascarejo.
“A beleza natural do vale enquanto vale selvagem já não vai existir. Vai existir é um projecto de desenvolvimento regional em parceria com as autoridades locais e com o Governo português, que têm um verdadeiro projecto de desenvolvimento integrado para todo o território”, argumenta.
“As populações do Vale do Tua não podem perder esta oportunidade porque ela representa o fim do esquecimento a que durante anos este território foi votado pelos diferentes Governos. Esta é uma oportunidade única que nós agarramos com todas as mãos e que portanto não vamos perder”, insiste ainda o autarca.
É possível compatibilizar a central hidroeléctrica com a paisagem Património da Humanidade, dizem os autarcas, que não aceitam perder um projecto que segundo eles trará desenvolvimento à região e ao país.
Sem grandes conclusões para divulgar, a delegação da UNESCO para já sublinha a importância de recolha de opiniões diversas sobre um projecto polémico com algum impacto em área protegida.
Fonte do texto: Renascença
Os presidentes de câmara da região do Alto Douro Vinhateiro dizem ser inaceitável parar nesta altura as obras da Barragem de Foz Tua. Depois dos ambientalistas, foi a vez de os autarcas dizerem o que pensam à delegação da UNESCO que está de visita à região.
As obras não podem parar, é a posição transmitida esta quarta-feira às técnicas da Unesco pelo presidente da Associação de Desenvolvimento do Vale do Tua e da Comunidade Intermunicipal do Douro.
“Aquilo que tínhamos a perder já perdemos, que é de facto a questão da beleza selvagem, e aquilo que agora teríamos a ganhar, se parasse, não ganhávamos nada”, defende Artur Cascarejo.
“A beleza natural do vale enquanto vale selvagem já não vai existir. Vai existir é um projecto de desenvolvimento regional em parceria com as autoridades locais e com o Governo português, que têm um verdadeiro projecto de desenvolvimento integrado para todo o território”, argumenta.
“As populações do Vale do Tua não podem perder esta oportunidade porque ela representa o fim do esquecimento a que durante anos este território foi votado pelos diferentes Governos. Esta é uma oportunidade única que nós agarramos com todas as mãos e que portanto não vamos perder”, insiste ainda o autarca.
É possível compatibilizar a central hidroeléctrica com a paisagem Património da Humanidade, dizem os autarcas, que não aceitam perder um projecto que segundo eles trará desenvolvimento à região e ao país.
Sem grandes conclusões para divulgar, a delegação da UNESCO para já sublinha a importância de recolha de opiniões diversas sobre um projecto polémico com algum impacto em área protegida.
Fonte do texto: Renascença
terça-feira, 24 de julho de 2012
O Douro e a UNESCO
Ser representante de Portugal junto da UNESCO, em acumulação com as funções que desempenho em França, trouxe-me a responsabilidade acrescida de ter de cuidar, na linha da frente, de um conjunto de questões que ligam Portugal a diversas áreas de competência da organização. Devo dizer que, nestes meses, embora tenha tido de me "desmultiplicar" para poder atender a todo esse conjunto de tarefas, aprendi muito sobre mais esta dimensão multilateral da nossa política externa. E, devo dizer, estou a gostar da experiência.
Como é sabido, esta semana, em São Petersburgo, o Comité do Património da UNESCO debaterá uma resolução, preparada pelas instâncias próprias da organização, que apela à suspensão imediata das obras de construção de uma barragem perto da foz do rio Tua, por considerar que essa obra coloca em risco o equilíbrio global do Alto Douro Vinhateiro, como conjunto considerado património mundial.
Alguns países, organizações não-governamentais e diversas outras vozes, nomeadamente na imprensa, estão de acordo com os termos dessa resolução. O Estado português considera que, sendo embora essencial garantir a preservação do estatuto internacional atribuído ao Alto Douro Vinhateiro, tal não é incompatível com a edificação de uma barragem no rio Tua. E que, por essa razão, não se justifica, sem uma análise atenta a um conjunto de medidas que entretanto foram tomadas e outras que estão em análise, que tais obras sejam suspensas de imediato.
Não deixa de ser uma curiosa coincidência que o debate desta questão esteja a ser titulado, junto da UNESCO e em nome de Portugal, por alguém que nasceu a escassas dezenas de quilómetros do Douro e que hoje preside ao Conselho geral da Universidade da região. E que, porventura, gosta muito mais do Douro do que muitos dentre quantos, com outras legitimidades, se têm desdobrado em declarações inflamadas sobre o tema.
Publicado por Francisco Seixas da Costa no Blogue: duas ou três coisas (notas pouco diárias do embaixador português em França).
Aconselho a leitura do texto e os comentários, alguns deles de pessoas conhecidas e empenhadas na defesa doa linha e do vele do Tua.
Como é sabido, esta semana, em São Petersburgo, o Comité do Património da UNESCO debaterá uma resolução, preparada pelas instâncias próprias da organização, que apela à suspensão imediata das obras de construção de uma barragem perto da foz do rio Tua, por considerar que essa obra coloca em risco o equilíbrio global do Alto Douro Vinhateiro, como conjunto considerado património mundial.
Alguns países, organizações não-governamentais e diversas outras vozes, nomeadamente na imprensa, estão de acordo com os termos dessa resolução. O Estado português considera que, sendo embora essencial garantir a preservação do estatuto internacional atribuído ao Alto Douro Vinhateiro, tal não é incompatível com a edificação de uma barragem no rio Tua. E que, por essa razão, não se justifica, sem uma análise atenta a um conjunto de medidas que entretanto foram tomadas e outras que estão em análise, que tais obras sejam suspensas de imediato.
Não deixa de ser uma curiosa coincidência que o debate desta questão esteja a ser titulado, junto da UNESCO e em nome de Portugal, por alguém que nasceu a escassas dezenas de quilómetros do Douro e que hoje preside ao Conselho geral da Universidade da região. E que, porventura, gosta muito mais do Douro do que muitos dentre quantos, com outras legitimidades, se têm desdobrado em declarações inflamadas sobre o tema.
Publicado por Francisco Seixas da Costa no Blogue: duas ou três coisas (notas pouco diárias do embaixador português em França).
Aconselho a leitura do texto e os comentários, alguns deles de pessoas conhecidas e empenhadas na defesa doa linha e do vele do Tua.
sexta-feira, 20 de julho de 2012
A UNESCO e o TUA
Bem pode o laureado Souto Moura, arquitecto muito apreciado e distinguido nos Foruns internacionais, puxar pela cabeça, esmerar-se e caprichar no seu projecto de tentar ocultar a gigantesca parede de betão que a poderosa EDP, contra ventos e marés sob os protestos de esclarecidos resistentes dos Movimentos Cívicos e insuspeitos órgãos de informação como é exemplo este jornal, decidiu construir na foz do rio Tua em arriscada e porventura negligente colisão com o estatuto do Douro Património Mundial.
Ainda que a sua obra possa ser aplaudida, cujo preço os portugueses por enquanto desconhecem mas que por certo não contemplará nenhum desconto ao dono da encomenda, ela será sempre um bonito penso de proteção em cima duma cicatriz testemunha de má e insensata intervenção do seu executor!
Chegados ao epílogo deste tempestuoso romance configurado na construção apressada duma barragem hidro-eléctrica no ponto onde o sofrido rio Tua se entrega extenuado no portentoso Douro, já não vale a pena argumentar com a destruição dum vale único pela sua singular beleza, nem da sua linha ferroviária orgulho da Engenharia portuguesa e que com alguma imaginação poderia ser a alavanca para o tão necessário quanto vital desenvolvimento sustentado da região empobrecida que parece não causar preocupação aos sucessivos governos da República. Como também não vale a pena trazer de novo à baila os poderosos argumentos fruto de cuidados estudos universitários que demonstram ser dispensável a intervenção no rio Tua como fonte de aumento de produção energética.
O que está agora em apreço é a anunciada visita da Unesco, agência das Nações Unidas para os assuntos da ciência e cultura com grande predomínio dos desafios ambientais e que deu finalmente um sinal de alerta recomendando o “Ralentissement” das obras que a EDP, frenética e arrogante, desencadeou num abrir e fechar de olhos! Da Unesco, todos esperamos uma decisão transparente, alheia a pressões e que defenda os valores um Património que sendo único, é da Humanidade e por isso de todos nós.
É que gato escondido com rabo de fora, não é do agrado de ninguém, nem é para os tempos que correm. O turismo internacional que ora invadiu o Douro, “a realidade mais séria que temos entre nós,”(1) e que tanto ajuda as nossas pobres finanças, não aceita nem perdoará beliscaduras na imaculada simbiose da natureza e do homem. Ainda que tenha a assinatura do melancólico e criativo Souto Moura!
Mirandela, 17-7-2012
José Manuel Pavão
(1) Miguel Torga
Ainda que a sua obra possa ser aplaudida, cujo preço os portugueses por enquanto desconhecem mas que por certo não contemplará nenhum desconto ao dono da encomenda, ela será sempre um bonito penso de proteção em cima duma cicatriz testemunha de má e insensata intervenção do seu executor!
Chegados ao epílogo deste tempestuoso romance configurado na construção apressada duma barragem hidro-eléctrica no ponto onde o sofrido rio Tua se entrega extenuado no portentoso Douro, já não vale a pena argumentar com a destruição dum vale único pela sua singular beleza, nem da sua linha ferroviária orgulho da Engenharia portuguesa e que com alguma imaginação poderia ser a alavanca para o tão necessário quanto vital desenvolvimento sustentado da região empobrecida que parece não causar preocupação aos sucessivos governos da República. Como também não vale a pena trazer de novo à baila os poderosos argumentos fruto de cuidados estudos universitários que demonstram ser dispensável a intervenção no rio Tua como fonte de aumento de produção energética.
O que está agora em apreço é a anunciada visita da Unesco, agência das Nações Unidas para os assuntos da ciência e cultura com grande predomínio dos desafios ambientais e que deu finalmente um sinal de alerta recomendando o “Ralentissement” das obras que a EDP, frenética e arrogante, desencadeou num abrir e fechar de olhos! Da Unesco, todos esperamos uma decisão transparente, alheia a pressões e que defenda os valores um Património que sendo único, é da Humanidade e por isso de todos nós.
É que gato escondido com rabo de fora, não é do agrado de ninguém, nem é para os tempos que correm. O turismo internacional que ora invadiu o Douro, “a realidade mais séria que temos entre nós,”(1) e que tanto ajuda as nossas pobres finanças, não aceita nem perdoará beliscaduras na imaculada simbiose da natureza e do homem. Ainda que tenha a assinatura do melancólico e criativo Souto Moura!
Mirandela, 17-7-2012
José Manuel Pavão
(1) Miguel Torga
quarta-feira, 4 de julho de 2012
O que diz a comunicação social - Jul2012
- 31.07.2012 - ptjornal - UNESCO chama ‘Os Verdes’ para discussão sobre barragem do Tua
- 30.07.2012 - TVI24 - Património em risco? UNESCO avalia barragem
- 30.07.2012 - Jornal Nordeste - “Barragem de Foz Tua não é necessária”
- 17.07.2012 - Terra Quente - População volta a ter taxis até ao Tua até setembro
- 09.07.2012 - Diário Digital - Linha do Tua: Transportes alternativos retomados quarta-feira
- 09.07.2012 - Expresso - Linha do Tua: Transportes alternativos retomados quarta-feira
- 06.07.2012 - Diário Digital - Linha do Tua: EDP desmente obrigação legal de assegurar transportes
- 05.07.2012 - RR - Bloco de Esquerda e Verdes insistem em parar barragem do Tua
- 04.07.2012 - Expresso - Linha do Tua: Movimento cívico indignado com suspensão de transportes alternativos sem aviso
- 04.07.2012 - Jornal Nordeste - Tua fica sem táxis
- 03.07.2012 - TSF - Foz Tua: Autarcas ameaçam opor-se a barragem se plano de mobilidade não for cumprido
- 02.07.2012 - RTP - Mirandela espera que Estado cumpra compromissos
- 02.07.2012 - RTP - Habitantes da zona do Tua queixam-se de falta de alternativas de transporte
- 02.07.2012 - RTP - Habitantes da região da linha ferroviária do Tua sem transportes
- 02.07.2012 - Sol - Transportes alternativos no Tua acabaram
- 02.07.2012 - Jornal de Notícias - Suspensão de transportes na Linha do Tua viola plano de mobilidade
Projeto de Resolução de “Os Verdes” para parar Barragem de Foz Tua
Amanhã, quarta-feira, dia 4 de Julho, às 11.00h, a Comissão
Parlamentar de Economia e Obras Públicas irá pronunciar-se sobre o
Projeto de Resolução de “Os Verdes” que visa parar as obras da Barragem
de Foz Tua.
A convicção de que a construção da Barragem de Foz Tua traz inúmeros prejuízos às populações locais, nomeadamente à sua mobilidade, à região e ao país, podendo vir a por em causa a classificação do Alto Douro Vinhateiro como Património da Humanidade, e de que esta Barragem só beneficia os interesses da EDP, leva “OsVerdes” a persistirem na necessidade de por fim às obras.
No momento em que a violação da Declaração de Impacte Ambiental (DIA), que esteve na base da autorização da construção da Barragem obtida pela EDP, se torna óbvia, designadamente no que diz respeito à mobilidade das populações, com o fim, no domingo passado, do serviço de táxis que garantia (ainda que mal) a pouca mobilidade às populações das aldeias do Vale do Tua, e no momento em que continua em aberto a ameaça sobre a classificação como Património da Humanidade do Alto Douro Vinhateiro, este Projeto de “O Verdes” é uma nova oportunidade para as forças políticas que pretendam defender as populações e a região, deem um sinal claro ao governo votando favoravelmente este Projeto.
Fonte: Partido Ecologista "Os Verdes"
A convicção de que a construção da Barragem de Foz Tua traz inúmeros prejuízos às populações locais, nomeadamente à sua mobilidade, à região e ao país, podendo vir a por em causa a classificação do Alto Douro Vinhateiro como Património da Humanidade, e de que esta Barragem só beneficia os interesses da EDP, leva “OsVerdes” a persistirem na necessidade de por fim às obras.
No momento em que a violação da Declaração de Impacte Ambiental (DIA), que esteve na base da autorização da construção da Barragem obtida pela EDP, se torna óbvia, designadamente no que diz respeito à mobilidade das populações, com o fim, no domingo passado, do serviço de táxis que garantia (ainda que mal) a pouca mobilidade às populações das aldeias do Vale do Tua, e no momento em que continua em aberto a ameaça sobre a classificação como Património da Humanidade do Alto Douro Vinhateiro, este Projeto de “O Verdes” é uma nova oportunidade para as forças políticas que pretendam defender as populações e a região, deem um sinal claro ao governo votando favoravelmente este Projeto.
Fonte: Partido Ecologista "Os Verdes"
quarta-feira, 16 de maio de 2012
O que diz a comunicação social - Mai2012
- 15.05.2012 - RTP - UNESCO exige paragem da obra na Barragem do Tua até que seja analisado impacto na paisagem
- 15.05.2012 - RTP - Autarca de Alijó diz que região não pode perder milhões de euros de investimento da barragem
- 15.05.2012 - DN - Impacto potencial da barragem do Tua devia ser estudado
- 15.05.2012 - DN - Os Verdes pretendem confrontar ministra do Ambiente na Assembleia da República
- 15.05.2012 - TVI24 - Douro: património mundial não está em causa
- 15.05.2012 - Correio da Manhã - Presidente da Câmara de Mirandela, António Branco Autarca considera difícil parar a barragem de Foz Tua
- 15.05.2012 - RTP - Governo disponível para responder às dúvidas da UNESCO sobre Barragem do Tua
- 15.05.2012 - RTP - Turismo do Douro pede que tudo seja feito para manter classificação como património mundial
- 15.05.2012 - RTP - Quercus acredita que Barragem do Tua poderá ter o mesmo destino que a de Foz Côa
- 15.05.2012 - RTP - UNESCO queixa-se de falta de informação do Estado português, explica Presidente do ICOMOS Portugal
- 15.05.2012 - RTP - UNESCO vai mandar parar obras de construção da Barragem do Tua
- 15.05.2012 - Boas Notícias - UNESCO manda parar barragem do Tua
- 15.05.2012 - Rostos.pt - Os Verdes” regozijam-se com proposta da UNESCOpara parar obras da Barragem de Foz Tua
- 15.05.2012 - Público - UNESCO quer mandar parar obras da barragem do Tua
terça-feira, 15 de maio de 2012
UNESCO quer mandar parar obras da barragem do Tua
Comité da UNESCO critica Portugal por não ter prestado informações sobre construção de barragens na altura do processo de candidatura do Douro Vinhateiro a património mundial.
O "Público" escreve que parar imediatamente as obras de construção da barragem da Foz do Tua, solicitar uma missão conjunta de análise à situação da área de paisagem classificada do Alto Douro Vinhateiro como Património Mundial e remeter um relatório atualizado até ao final de janeiro próximo. Estas são as principais exigências que o Comité do Património Mundial da UNESCO se prepara para adotar na sua reunião de junho, relativamente ao caso da construção da barragem da EDP na foz deste afluente do rio Douro.
Além daquelas exigências, é também colocado em causa o comportamento das autoridades portuguesas ao longo de todo o processo, classificando a postura dos responsáveis portugueses como de certa deslealdade, por não terem prestado qualquer informação sobre os projetos de construção da barragem e autorizaram a sua construção numa altura em que a missão de análise que visitava o local não tinha sequer ainda iniciado o seu relatório.
Quanto à parte decisória, a UNESCO quer "instar o Estado português a parar imediatamente todos os trabalhos de construção da barragem da Foz do Tua e toda a infraestrutura associada".
Fonte do texto: JN
segunda-feira, 7 de maio de 2012
Grande Reportagem-Factura das Barragens - Carlos Enes
Portugal vai fazer 9 barragens novas, que vão gastar mais electricidade do que produzir.
Quem vai pagar são os consumidores, nas facturas. Saiba porque a electricidade é tão cara, no Repórter TVI. «Facturas de Betão» é uma Grande Reportagem do jornalista Carlos Enes, com imagem de Carlos Carvalho e montagem de Miguel Freitas.
TVI24
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Barragem de Foz Tua: EN 212 cortada até abertura de troço alternativo na terça-feira
Vila Real, 23 abr (Lusa) - A Estrada Nacional 212, entre Alijó e Foz Tua, vai estar cortada ao trânsito até terça-feira devido a uma derrocada de pedras que ocorreu ao início da tarde, na sequência dos rebentamentos programados da construção da barragem.
Segundo disse à agência Lusa fonte da EDP, na terça-feira é aberto um troço alternativo que já estava a ser preparado para substituir esta parte da estrada, que se localiza a partir da descida de São Mamede de Ribatua para a foz do rio Tua.
Por volta das 12:00 de hoje, durante um dos rebentamentos programados e que ocorrem no âmbito da empreitada de construção da barragem, verificou-se uma projeção de pedras para a EN-212, o que obrigou a um desvio do trânsito para Alijó-Carlão ou Alijó-Castedo.
Fonte da Fotografia: Vale do Tua
Fonte do texto: Visão
Segundo disse à agência Lusa fonte da EDP, na terça-feira é aberto um troço alternativo que já estava a ser preparado para substituir esta parte da estrada, que se localiza a partir da descida de São Mamede de Ribatua para a foz do rio Tua.
Por volta das 12:00 de hoje, durante um dos rebentamentos programados e que ocorrem no âmbito da empreitada de construção da barragem, verificou-se uma projeção de pedras para a EN-212, o que obrigou a um desvio do trânsito para Alijó-Carlão ou Alijó-Castedo.
Fonte da Fotografia: Vale do Tua
Fonte do texto: Visão
terça-feira, 17 de abril de 2012
Figuras públicas assinam Manifesto pelo Tua
Um conjunto de figuras públicas, das mais diversas áreas - professores universitários, profissionais da cultura, dirigentes associativos, políticos, jornalistas, empresários e dirigentes políticos - já assinaram o Manifesto pelo Tua, mais uma iniciativa de um conjunto de organizações não governamentais em defesa do Vale do Tua.
Aproveitando o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que se celebra esta quarta-feira, Geota, Quercus, LPN, SPEA e GAIA redigiram um documento que, sucintamente, apresenta sete razões pelas quais a construção da Barragem de Foz Tua deve ser parada. De acordo com o Manifesto do Tua, divulgado esta terça-feira à comunicação social, a Barragem de Foz Tua "não cumpre os objetivos, não é necessária, é cara, há alternativas melhores, é um atentado cultural ambiental, cultural e social".
Entre os signatários, que "defendem a paragem imediata das obras antes que sejam cometidos danos irreparáveis sobre um património de inestimável valor social, ecológico e económico", estão Viriato Soromenho Marques, Rui Reininho, Ana Benavente, António Carmona Rodrigues, Duarte Pio, Gonçalo Ribeiro Telles, Francisco Louçã e Macário Correia.
Alguns dos subscritores vão marcar presença no encontro sobre património, organizado pelo IGESPAR, na quarta-feira, no Museu Nacional de Etnologia, que contará com a presença do secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, para questionarem o responsável governamental sobre esta questão.
A Barragem de Foz Tua, incluída no Plano Nacional de Barragens e concessionada à EDP, tem sido alvo de contestação de organizações não governamentais pelas consequências "irreparáveis" que trará ao Vale do Tua. A submersão de um troço da Linha do Tua e a sua localização na Paisagem Cultural do Alto Douro Vinhateiro, classificada como Património da Humanidade pela UNESCO, são dois dos aspetos negativos apontados, aos quais se junta a destruição do ecossistema do vale.
por Marina Marques
Fonte: DN
Aproveitando o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que se celebra esta quarta-feira, Geota, Quercus, LPN, SPEA e GAIA redigiram um documento que, sucintamente, apresenta sete razões pelas quais a construção da Barragem de Foz Tua deve ser parada. De acordo com o Manifesto do Tua, divulgado esta terça-feira à comunicação social, a Barragem de Foz Tua "não cumpre os objetivos, não é necessária, é cara, há alternativas melhores, é um atentado cultural ambiental, cultural e social".
Entre os signatários, que "defendem a paragem imediata das obras antes que sejam cometidos danos irreparáveis sobre um património de inestimável valor social, ecológico e económico", estão Viriato Soromenho Marques, Rui Reininho, Ana Benavente, António Carmona Rodrigues, Duarte Pio, Gonçalo Ribeiro Telles, Francisco Louçã e Macário Correia.
Alguns dos subscritores vão marcar presença no encontro sobre património, organizado pelo IGESPAR, na quarta-feira, no Museu Nacional de Etnologia, que contará com a presença do secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, para questionarem o responsável governamental sobre esta questão.
A Barragem de Foz Tua, incluída no Plano Nacional de Barragens e concessionada à EDP, tem sido alvo de contestação de organizações não governamentais pelas consequências "irreparáveis" que trará ao Vale do Tua. A submersão de um troço da Linha do Tua e a sua localização na Paisagem Cultural do Alto Douro Vinhateiro, classificada como Património da Humanidade pela UNESCO, são dois dos aspetos negativos apontados, aos quais se junta a destruição do ecossistema do vale.
por Marina Marques
Fonte: DN
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Acampamento Actua pelo Tua
Este acampamento pretende reflectir sobre o momento actual que vive Trás-os-Montes e, em especial, a Linha do Tua e ao mesmo tempo, partilhar a realidade, a cultura de uma comunidade que há muitos anos sente e vive o Vale do Tua. O acampamento será também uma ocasião para criar redes entre as pessoas, fortalecendo a aprendizagem entre todos e todas: a troca de experiências e difusão de informação sobre questões ambientais, sociais e políticas. Será também um espaço para acções de protesto, junto aos locais e com as pessoas afectadas pela construção da barragem, para exigir a suspensão imediata dos trabalhos de construção. Não podemos permitir que a construção da barragem condene a Região do Vale do Tua com a desclassificação do Alto Douro Vinhateiro e a submersão da centenária Linha do Tua.
Do dia 10 ao dia 18 de Março iremos organizar um acampamento pela preservação do Vale do Tua e pela censura pública dos promotores deste empreendimento.
Mais informação no Blogue: http://acampamentoactua.wordpress.com/
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Acidente na barragem do Tua causa cinco feridos
Cinco operários ficaram feridos num acidente de trabalho que ocorreu, ao início da tarde desta quarta-feira, nas obras da barragem do Tua, que está a ser construída entre os concelhos de Carrazeda de Ansiães e Alijó. A frente de obra foi suspensa por ordem da Autoridade para as Condições de Trabalho que já abriu um inquérito para apurar as causas do sinistro.
O comandante dos Bombeiros Voluntários de Alijó, José Rebelo, confirmou, ao JN, que o ferido que inspirou mais cuidados queixava-se que "dores no tórax" e a sua estabilização requereu a presença no local de uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER). Os outros trabalhadores envolvidos na ocorrência sofreram ferimentos ligeiros ao nível do tronco e dos braços. Todos foram transportados para o Hospital de Vila Real.
A EDP explicou, em comunicado, que o acidente aconteceu às 14.45 horas "na sequência de um desmonte de rocha efectuado na margem direita do rio Tua (Alijó)", no âmbito da execução do desvio provisório da Estrada Nacional 212. Nesta operação que envolveu explosivos, "fragmentos de rocha atingiram trabalhadores que se encontravam a montar cofragens na boca de saída do túnel de derivação provisória do rio, na margem esquerda (Carrazeda de Ansiães).
Os trabalhadores feridos têm idades compreendidas entre os 25 e os 40 anos e residem na área de Marco de Canaveses, Esposende e Braga.
Este foi o segundo acidente de trabalho, no espaço de duas semanas, nas obras da barragem do Tua. No primeiro, no dia 26 de Janeiro, morreram três operários na sequência de uma derrocada de pedras.
Entretanto, o grupo ambientalista GEOTA enviou esta quarta-feira para a Comissão Europeia uma queixa sobra a barragem de Foz Tua, considerando-a uma das "mais danosas" e defendendo que a sua construção deve "cessar imediatamente".
Fonte: Eduardo Pinto - Jornal de Notícias
O comandante dos Bombeiros Voluntários de Alijó, José Rebelo, confirmou, ao JN, que o ferido que inspirou mais cuidados queixava-se que "dores no tórax" e a sua estabilização requereu a presença no local de uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER). Os outros trabalhadores envolvidos na ocorrência sofreram ferimentos ligeiros ao nível do tronco e dos braços. Todos foram transportados para o Hospital de Vila Real.
A EDP explicou, em comunicado, que o acidente aconteceu às 14.45 horas "na sequência de um desmonte de rocha efectuado na margem direita do rio Tua (Alijó)", no âmbito da execução do desvio provisório da Estrada Nacional 212. Nesta operação que envolveu explosivos, "fragmentos de rocha atingiram trabalhadores que se encontravam a montar cofragens na boca de saída do túnel de derivação provisória do rio, na margem esquerda (Carrazeda de Ansiães).
Os trabalhadores feridos têm idades compreendidas entre os 25 e os 40 anos e residem na área de Marco de Canaveses, Esposende e Braga.
Este foi o segundo acidente de trabalho, no espaço de duas semanas, nas obras da barragem do Tua. No primeiro, no dia 26 de Janeiro, morreram três operários na sequência de uma derrocada de pedras.
Entretanto, o grupo ambientalista GEOTA enviou esta quarta-feira para a Comissão Europeia uma queixa sobra a barragem de Foz Tua, considerando-a uma das "mais danosas" e defendendo que a sua construção deve "cessar imediatamente".
Fonte: Eduardo Pinto - Jornal de Notícias
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Acidente na barragem do Tua faz três mortos
Três trabalhadores morreram esta quinta-feira soterrados, na sequência de um acidente ocorrido nas obras da barragem da Foz do Tua.
Na origem do acidente terá estado um aluimento de terras no local onde decorriam as obras, que terá levado à queda de uma máquina.
O número de vítimas mortais foi entretanto confirmado à Sic Notícias pelo vice-presidente da câmara de Alijó, Adérito Figueira.
O mesmo responsável não adiantou as razões que motivaram o acidente, por serem ainda escassas as informações, mas disse que não deverão existir mais vítimas a lamentar entre os trabalhadores.
Notícia atualizada às 15.10 horas
Fonte: A Bola.pt
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Tragédia de Ribadelago em exposição em Foz Côa
A exposição "Ribadelago, a morte de uma aldeia" estará patente de 22 de Janeiro a 19 de Fevereiro, em Vila Nova de Foz Côa.
Ribadelago, aldeia da comarca de Sanábria (vizinha do concelho de Bragança), fundada na Alta Idade Média próximo do belo lago glaciar, desapareceu do mapa numa madrugada do mês de Janeiro de 1959, arrastada por uma tromba de água proveniente do rebentamento do paredão da barragem hidroeléctrica de Vega de Tera, inaugurada cerca de 3 anos antes.
Na tragédia, pereceram 144 dos seus 549 habitantes - dos quais somente se recuperaram 28 cadáveres -, 60% das casas foram arrasadas e morreram 1.500 animais.
Foi a aldeia reconstruida, num outro local, a que o ditador Franco chamou “Ribadelago de Franco”, hoje “Ribadelago Nuevo”.
Esta exposição pretende homenagear as vítimas dessa tragédia e contribuir para não deixar cair no esquecimento, a dívida que o povo de Espanha tem para com estes sanabreses, nossos vizinhos raianos e irmãos no infortúnio, num momento em que o Douro Transmontano é alvo da soberba humana na questão do PNBEPH.
Autor: Asociación Hijos de Ribadelago
Local: Sala de Exposições
Organização: Fozcôactiva, E.E.M
Ribadelago, aldeia da comarca de Sanábria (vizinha do concelho de Bragança), fundada na Alta Idade Média próximo do belo lago glaciar, desapareceu do mapa numa madrugada do mês de Janeiro de 1959, arrastada por uma tromba de água proveniente do rebentamento do paredão da barragem hidroeléctrica de Vega de Tera, inaugurada cerca de 3 anos antes.
Na tragédia, pereceram 144 dos seus 549 habitantes - dos quais somente se recuperaram 28 cadáveres -, 60% das casas foram arrasadas e morreram 1.500 animais.
Foi a aldeia reconstruida, num outro local, a que o ditador Franco chamou “Ribadelago de Franco”, hoje “Ribadelago Nuevo”.
Esta exposição pretende homenagear as vítimas dessa tragédia e contribuir para não deixar cair no esquecimento, a dívida que o povo de Espanha tem para com estes sanabreses, nossos vizinhos raianos e irmãos no infortúnio, num momento em que o Douro Transmontano é alvo da soberba humana na questão do PNBEPH.
Autor: Asociación Hijos de Ribadelago
Local: Sala de Exposições
Organização: Fozcôactiva, E.E.M
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