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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

a[LINHA]s?!? Também é TUA! Take II & Last! 1/2

A Linha do Tua e o vale do Tua despertam paixão. Depois de ter havido uma actividade ligada ao Geocaching que juntou perto de uma centena de pessoas, eis que se repete a actividade e a adesão de pessoas vindas dos mais distantes pontos do país ultrapassam todas as expectativas.
A actividade aconteceu nos dias 21 e 22 de março, com o nome de a[LINHA]s?!? Também é TUA! Take II & Last!
Foram planeados dois percursos na Linha do Tua: um para o dia 21, que integrou uma viagem de metro entre Mirandela e Cachão e outra para o dia 22, entre Brunheda e Fiolhal. Entre elas, estava prevista uma noite animada no Centro de Formação de Escuteiros de Carrazeda de Ansiães, onde os participantes pernoitaram.
Fui dos primeiros a chegar a Mirandela, mas aos poucos foi-se juntando um bom grupo de pessoas. A plataforma nacional de Geocaching permitiu os contactos, as "inscrições", a organização do alojamento e os contactos necessários para a organização do evento. À frente de toda organização esteve mais uma vez Jorge Pinto, dinâmico, cheio de ideias, com uma força anímica capaz de arrastar um grande grupo de praticantes de Geocaching a este cantinho do Nordeste e à Linha do Tua.
Foram distribuídos alguns brindes, no compasso de espera, e aproveitámos também para tirar alguns códigos dos objectos, coisas de praticantes de Geocaching...
A primeira etapa seria Mirandela - Brunheda, mas, tal como se veio a verificar, as pessoas pouparam-se para o dia 22 e foram poucos os que arriscaram caminhar alguma coisa.
Saímos de Mirandela em direção ao Cachão na automotora do Metro de Mirandela, num serviço especial. Não deixa de ser curioso a organização ter conseguido um serviço especial, uma vez que quando havia bastantes pessoas a percorrer a Linha do Tua e tentei conseguir um serviço assim para um grande grupo de pessoas e só deparei com dificuldades.
Cerca de 60 pessoas viagem até ao Cachão. A viagem durou pouco tempo, mesmo a velocidade baixa.. Houve uma pausa para um café, no café Cardoso e organizou-se um grupo (pequeno), interessado em fazer mais alguns quilómetros a pé. Estava convencido que o grupo seria maior, mas partimos em direção a Vilarinho das Azenhas, menos de 10 pessoas. A maioria dos caminhantes pertencia ao grupo GeoRibatejo, pessoas animadas, conversadores e bons caminheiros.
Foi triste verificar que já havia centenas de metros de linha sem carris, tinham sido roubados. Fomos encontrando algumas caches pelo caminho e sem pressas chegámos perto do Vilarinho. Para meu espanto tiraram um garrafa de vinho rosé da mochila e "festejamos".
Não havia espaço para o aborrecimento e seguimos viagem para a Ribeirinha e depois para Abreiro, onde chegámos perto das duas da tarde.
 A minha vontade era de caminhar até Brunheda, mas ficaria sem transporte, pelo que aproveitei a boleia e regressei a Mirandela com o resto de grupo, na carrinha que os foi buscar.
Havia planos para uma grande festa à noite. O Centro de Formação de Escuteiros em Carrazeda de Ansiães tem óptimas condições para acampar ou acantonar com estruturas mais do que suficientes para as necessidades. Mas, nem tudo corre como o previsto.
O Centro de Formação estava ocupado com o Agrupamento 658, com festejos de alguma importância que obrigava os escuteiros e pernoitarem no acampamento. Para "ajudar" começou a chover com muita intensidade, não permitindo acampar, confeccionar a refeição e proporcionar boas condições para um bom convívio.
Aproveitei para acompanhar os escuteiros na Velada 2015 e optei por ir dormir a casa, uma vez que não estava muito distante.
 Não sei como se conseguiu acomodar tanta gente, mas no dia seguinte ninguém faltou à chamada. Bem dormidos, ou mal dormidos, compareceram em Brunheda para a segunda etapa.
Agradeço aos escuteiros na pessoa dos seus chefes que me receberam tão bem que inclusivé me deram de jantar.

Ver também
a[LINHA]s?!? Também é TUA! Take II & Last! 1/2 (22 de Março de 2015)

quinta-feira, 9 de junho de 2011

De Lisboa ao Tua e do Tua a Mirandela

Desde há muito tempo que ansiava fazer esta linha a pé. Lancei a ideia e acabei por juntar um forte grupo de caminhantes, entre amigos e colegas de trabalho. Mas ao contrário da maioria dos caminhantes desta linha, fomos em autonomia total e com o objectivo de cumprir a totalidade do percurso. Indo de comboio até à estação do Tua e regressando a Lisboa de expresso.
A nossa viagem começou em Lisboa, pelas 11h40 de sexta-feira 27 de Maio, onde seis dos sete elementos embarcaram de comboio com destino à estação do Tua. No Marco de Canaveses juntou-se-nos o sétimo elemento, o Alves.
Na estação de Mosteirô estivemos parados cerca de duas horas devido à queda de uma árvore na linha, o que veio atrasar todo o nosso percurso.
Finalmente chegados ao Tua começá-mos a caminhar já com a noite a fechar-se. Mas não desistimos de fazer o planeado para esse dia, percorrer os primeiros 7 kms de linha para pernoitar no apeadeiro de Castanheiro. Não fazíamos ideia se as estações/apeadeiros estariam ou não abertos, para nos abrigarmos. No Castanheiro alguém abriu acesso, que nos deu jeito para nos refugiarmos da chuva que já caia grossa nessa noite.
No dia seguinte, com um óptimo tempo, já pudemos observar a bela paisagem que o Tua tem para nos oferecer, e não conseguimos resistir a dar um mergulho antes de nos fazermos ao caminho.
Em Santa Luzia cruzámos-nos com um grupo grande que estava a descansar à sombra. Em São Lourenço subimos à aldeia para abastecer de água e conhecer as termas.
O nosso dia terminou em Abreiro, onde construímos um bivaque com toldos. A noite esteve muito quente, ao ponto de ser desconfortável.
No domingo, 29, apontámos a um dos maiores objectivos desta expedição, a Ribeirinha. Mal lá chegámos fomos directo ao Lucky Luke. Fomos muito bem recebidos pelos donos e ficámos a conhecer o Mário, filho do Sr Abílio. Acabámos por ficar lá um bom bocado a comer, beber minis, contar e especialmente ouvir as histórias do Mário, que são de chorar a rir! Estávamos já de partida do Lucky Luke quando eis que o Sr Abílio aparece, lentamente, agarrado à sua bengala. Mais umas fotos rápidas e regresso à linha!
No Cachão, o Alves, teve que partir de Metro até Mirandela, para garantir que chegava a horas ao trabalho na segunda-feira. Ficámos os restantes para devorar o restinho de travessas que nos separava de Mirandela.
A ideia inicial era pernoitar a 4 km de Mirandela, na estação de Latadas, e retomar na segunda-feira. Mas nem sinal das ruínas da estação, nem de um local aprazível junto ao rio para montarmos bivaque. A opção foi continuar até Mirandela. O que a mim, pessoalmente, custou bastante, devido ao muito cansaço acumulado. Lá nos conseguimos arrastar até ao km 54.
Não aconselho a fazer o percurso integral em 3 dias como nós, porque já é difícil andar com aquele passito de travessa em travessa, ainda pior com a casa às costas.

Travessas: 150 a cada 100 metros, 1500 a cada km e em 54km são 81000.
Cada um gastou cerca de €15 em alimentação.
Transportes ida e volta €42.
1º dia 7,6km
2º dia 21,7km
3º dia 24,8km

Primeiro quero agradecer a todos os elementos que alinharam neste empreendimento que há muito queria fazer, ao blog “A linha é Tua”, pelas valiosas informações que disponibiliza, e especialmente ao documentário “Pare Escute e Olhe” que nos impulsionou e nos ajudou a perceber o valor da zona que visitá-mos.

Os elementos do grupo: B. Fernandes (eu), Alves, A. Fernandes, André, Barata, Gomes e Henrique.

Nota: Agradeço a B. Fernandes (e todos os que o acompanharam) por partilharem neste blogue a sua aventura na Linha do Tua.
Aníbal Gonçalves

sexta-feira, 14 de maio de 2010

33º Quilómetro

Entre a estação de Abreiro e o apeadeiro da Ribeirinha podem-se apreciar bonitas paisagens, como esta que eu fotografei no dia 13 de Maio, quase à noitinha.

sábado, 3 de outubro de 2009

Páre, Escute, Olhe


Está para breve a apresentação do filme de Jorge Pelicano, "Páre, Escute, Olhe", sobre a Linha do Tua.

Portugal, 2009, 80’
Dezembro de 1991: uma decisão política encerra metade da linha ferroviária do Tua, entre Bragança e Mirandela. 15 anos depois, essa sentença amputou o rumo do desenvolvimento, acentuou as assimetrias entre o litoral e o interior de Portugal. Agora, o comboio é ameaçado por uma barragem. Pare, Escute, Olhe é uma viagem através de um Portugal esquecido, vítima de promessas políticas oportunistas.
Secção Competição Nacional
doclisboa 2009

Na fotografia podemos ver o sr. Abílio, ex-funcionário na Linha do Tua que ainda habita o apeadeiro de Ribeirinha e Jorge Pelicano.
18-04-2009 Ribeirinha

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Ribeirinha (1)

Esta casa é uma anexo do apeadeiro da Ribeirinha. Este apeadeiro é o único que ainda é habitado em toda a linha, e, este anexo, foi um espaço importante para que o sr. Abílio pudesse criar os seus filhos. Além da casa, também a pequena horta está sempre bem cuidada, com navbiças, alhos, favas, ervilhas, batatas, alfaces, etc.

terça-feira, 21 de julho de 2009

"O Património Ferroviário do Douro" - Conclusões


O colóquio "O Património Ferroviário do Douro", promovido pela Liga dos Amigos do Douro Património Mundial (LADPM) decorreu no passado dia 30 de Maio, no Museu do Douro, na Régua.
As conclusões estão desde hoje disponíveis no site www.linhadotua.net do MCLT

Conclusões 1 - Conclusões 2

A fotografia da Linha do Tua foi tirada na Ribeirinha (com Barcel ao fundo).

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Rio Tua (4)

A pesar deste Blogue se chamar A Linha é Tua, o rio nunca deixou de estar presente. A defesa da linha está a par com a preservação da maravilha que ainda é o Rio Tua, apesar de muitos atentados que são cometidos contra ele.
Sempre que me encontro junto ao Tua, com calma, os reflexos inspiram-me e faço fotografias como esta.

sábado, 16 de maio de 2009

Cachão-Brunheda, em Abril

No vai e vem em que a nossa vida agitada se tornou ficou por fazer a “reportagem da minha última viagem pela Linha do Tua. Foi já a 3 de Abril. A ideia foi testar o plano que fiz para percorrer a Linha em 3 etapas e que publiquei a 30 de Março. Decidi testar a segunda etapa, Cachão – Brunheda, uma vez que a 1.ª, Brunheda – Tua já a fiz por diversas vezes.
Parti cedo, com um dia inteiro pela frente unicamente para desfrutar as belezas da Linha do Tua e do rio. Fui de carro até à estação do Cachão, tomei um café e parti pela Linha, consciente que só depois da seta da tarde estaria de volta. Tinha cerca de 10 horas para me esquecer do mundo.
Passar pelo que resta do complexo do Cachão próximo das nove da manhã, não é agradável. É muito desagradável. Há o fumo que se eleva no ar; há o cheiro que tresanda; há a água que passa por debaixo da linha em direcção ao Tua de que é melhor nem falar. Dois dias depois esta situação foi notícia na imprensa regional e não só.
Esqueci as cenas tristes na primeira curva, ao 41.º quilómetro.
Ainda não eram nove horas da manhã! O solo transpirava humidade e as flores frescura. Dos pequenos rebentos das videiras caíam gotas de orvalho em forma de diamante. Ao longo dos carris alamedas de pequenas papoilas desafiavam a minha mestria para calcular exposições, graduar focagens e testar velocidades.
Nunca a minha progressão foi tão lenta! Demorei quase 2 horas para percorrer o primeiro quilómetro. Perdi-me entre as flores do espinheiro, amores-perfeitos e violetas. O rio corria docemente, sem barulho, não querendo despertar-me do meu transe.
Só depois de ultrapassar a passagem mais estreita, o Cachão, adquiri o passo digno de uma caminhada.
Já tudo me parece familiar na Linha. Quase sem querer cheguei à ponte do Vilarinho. Ensaiei algumas fotografias em locais onde me deliciei no Outono sentindo a mesma emoção na Primavera.
Logo depois de chegar à freguesia de Vilarinho das Azenhas, a minha atenção centra-se quase sempre no rio. A linha corre solta durante algum tempo até se reencontrar com o rio, quando os rochedos os apertam já depois da Ribeirinha. É, portanto a altura de fazer algumas descidas ao rio para apreciar o que restas das antigas azenhas que deram nome à terra. Várias continuam de pé, desafiando o tempo e a força das águas servindo de abrigo a ninhos de piscos e carriças. Há caminhos rurais que permitem seguir percursos alternativos e deixar, por momentos, os carris.
Cada vez que levantava o olhar ele perde-se no alto do Faro, que toca o céu, criando um cenário singular em toda a extensão da linha.
Rapidamente atingi a Ribeirinha onde me aguardava o último guardião da linha, o sr. Abílio. Sentado no seu banco já gasto pelo tempo e pela espera, procura saber notícias da linha. Deixou de ser assunto no seu pequeno rádio a pilhas.
Continuei por caminhos ladeados de sumagre até entrar no reino do granito. Os quilómetros seguintes até Abreiro são de puro encantamento. Já eram quase três horas da tarde quando aí cheguei! A progressão foi muito lente fiz a pior média de todas as minhas caminhadas na linha! A que acontece é que quando a atenção se centra na fotografia, a caminhada fica para segundo plano e durante muito tempo nem se caminha.
Acelerei o passo. Atravessei a Ponte da Cabreira e entrei em território de Carrazeda de Ansiães. A bateria da máquina fotográfica começou a dar sintomas de “cansaço”. Diminui o ritmo das fotografias e aumentei de novo a cadência do passo.
Desci a mais uma azenha, mesmo em frente à Sobreira. A tarde avançada já não me permitiam fotografias como durante a manhã, mesmo assim, fiz alguma exposições triplas usando uma técnica chamada brackting, para mais tarde tentar optar pela melhor ou experimentar outra técnica chamada HDR (Dynamic Range Imaging), que tenho tentado ultimamente.
Quando cheguei ao apeadeiro da Abrunheda, eram seis horas da tarde. Não tinha já baterias (levei 3!) e nada mais fiz do que esperar o taxi que fazia o serviço da linha, que me levou de novo ao Cachão.
Foi uma longa jornada. Dez horas pela linha ouvindo apenas o canto das aves e o barulho do rio. Tal como em caminhadas anteriores, verifiquei que nos primeiros quilómetros se tiram mais e melhores fotografias. Por isso não é indiferente o local onde se começa a caminhada. À medida que os quilómetros passam, diminui o entusiasmo mas também a qualidade da luz. Percorri sem grande dificuldade 20,7 quilómetros. O meu plano de percorrer a linha em três etapas é bastante exequível.

terça-feira, 21 de abril de 2009

terça-feira, 31 de março de 2009

Dois dia na Linha do Tua, com o apoio de um carro


Os pedidos de informação não param de chegar.

"Já tinha esta ideia à algum tempo, mas nunca encontrei companheiros para ir comigo.
Moro um pouco longe, e hoje comentando este meu interesse para fazer o percurso com alguns amigos, eles mostraram-me muito interessados na ideia, e estamos a planear ir aí no fim de semana (3 dias).
Eu conhecia o teu blogue, e sei que tem essa informação toda, mas cheguei à pouco a casa entusiasmado com a possibilidade de fazer esta viagem em breve, que não estive a re-vê-lo com atenção.
Nós também somos apaixonados pela natureza e fotografia, ...
A minha ideia inicial seria fazer 2 dias de percurso, e tenho a consciência que não farei a linha toda!
Gostava de começar em Foz-Tua e subir para Norte. Penso que a primeira parte será a mais espectacular, com os túneis, viadutos e pontes.
Pensamos no máximo fazer 20km num dia e noutro um pouco menos talvez.
O restante troço ficará para uma próxima oportunidade.
...
Em relação aos transportes, neste momento somos 4 pessoas, e em princípio só levaremos um carro. Se conseguirmos táxis para nos levar nos fins dos percursos para a zona onde deixámos o carro seria óptimo. "


Esta possibilidade está pensada para dois dias, voltando ao fim do dia ao local de partida, onde se deixou o carro. Tudo está pensado para utilizar os táxis/metro da Linha do Tua. O recurso a um táxi que não os do serviço da linha pode encarecer bastante o passeio.

1.ª Etapa / Foz-Tua- Brunheda (21,2 km)
  • Este é o percurso que mais entusiasma os visitantes.
  • A partida é de Foz-Tua deixando aí o automóvel e seguindo a pé.
  • Acho que pelo menos 6 horas de caminho, são suficientes.
  • É importante chagar à Brunheda por volta das 5 da tarde.
  • O regresso de Brunheda a Foz-Tua é feito no Táxi ao serviço da Linha.
  • Chegada a Foz-Tua às 18:02.
A dormida pode ser em vários pontos. Há dormidas em Foz-Tua (278681116); em Alijó, em Carrazeda de Ansiães, Pombal de Ansiães e Vila Flor. A mais próxima da partida da segunda etapa é Vila Flor.

2.ª Etapa / Mirandela - Ribeirinha (20,2 km)
  • Este percurso é numa zona completamente diferente do da primeira etapa.
  • É importante estar na estação da Ribeirinha às 7 da manhã, hora que parte o táxi para o Cachão.
  • No cachão, mudar para o metro (comprar bilhete!);
  • O metro vai chegar a Mirandela às 7:40 da manhã.
  • Voltar à Ribeirinha a pé (21,2 km).
Para a caminhada ficar mais curta, basta avisar o condutor do metro para parar num dos locais intermédios e sair:
  • Cachão - Ribeirinha (8 km)
  • Frechas - Ribeirinha (11,1 km)
  • Latadas - Ribeirinha (14,6 km)
Vamos lá, toca a caminhar...

Maio de 2011
Novos horários aqui

domingo, 29 de março de 2009

A Linha do Tua no Inverno (2)

Hoje o dia não foi muito feliz para os que ainda acreditam que a Linha do Tua se vai manter, permitindo a todos os que queiram poder descobrir esta paisagem maravilhoso. Circula a informação de que a Linha do Tua afinal já não reabre na dada prevista!
Hoje partilho a segunda parte da viagem de Inverno, que mostra o percurso entre Brunheda e Mirandela. Apesar das imagens serem todas da época de Inverno, por vezes sentimo-nos na Primavera. Foram momentos inesquecíveis passados na Linha que também é TUA.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Não sou o único

Nunca tive dúvidas dos valores que defendo, mas, de vez em quando, sabe muito bem encontrarmos alguém que trava as mesmas lutas. Numa das minhas viagens à linha do Tua fui encontrar um realizador a recolher imagens para um filme! A Linha do Tua vai virar estrela (já é) e o sr Abílio, que trocou as vistas largas do Planalto Mirandês e a sua terra natal Urrós, pelo vale afunilado do Tua será uma das personagens. Aqui os vemos, ao sol pôr, saboreando a tranquilidade na Ribeirinha.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Do Cachão à Ribeirinha


No dia 23 fiz mais uma etapa no percurso de Inverno ao longo da Linha do Tua. Desta vez caminhei entre o Cachão e a Ribeirinha, aproximadamente 8 quilómetros.
Cheguei ao Cachão muito perto das 11 da manhã. O dia estava frio e ventoso, mas isso não se verificava no fundo do vale. Tomei um café e segui para a estação. Havia um grupo de trabalhadores a fazerem trabalhos de arranjo e limpeza do cais de embarque. Uma automotora LRV2000 esperava na estação. Apesar de tudo a ligação entre Cachão e Mirandela continua a fazer-se 3 vezes ao dia em cada um dos sentidos.
Comecei a caminhada sem pressas. Eram poucos quilómetros e tinha muito tempo para os percorrer. A primeira impressão, não é das melhores. O que resta do Complexo continua a ser muito poluente para o meio principalmente para o rio. Já estou cansado de ouvir as expressões como: Lá estão estes ecologistas, é melhor não haver trabalho? Como se poluir fosse a única forma de produzir! Não vou mostrar as fotografias, mas são nojentas.
Mal deixei as últimas casas, esqueci a poluição. É que há a poucas dezenas de metros algumas amendoeiras que se encontram em plena floração. As abelhas descobriram-nas antes de mim, eram às centenas.
Retomei o caminho (a linha). Há ainda algumas hortas junto da linha. Têm nabiças em flor, favas e alhos, algumas oliveiras e outras árvores de fruto. Não resisti a deixar a linha e a subir a alguns rochedos por cima da corrente do rio. Aqui sim, há um cachão.
Mais alguns metros à frente há uma zona onde encontro uma espécie vegetal que por mis que procure em outros locais da linha ainda não a encontrei: trata-se do feto-real (Osmunda regalis L.). Estava completamente seco, fica para outra oportunidade mostrar uma fotografia desta espécie.
Entrei na zona mais escarpada que iria percorrer. Toda a extensão da linha que se estende de Foz-Tua a Mirandela tem cambiantes que vão mudando com os quilómetros, e não me atrevo a afirmar de forma taxativa que há locais mais bonitos do que outros. Essa beleza agreste aparece com o evoluir das estações, com o caudal do rio, com a própria posição do sol. Quem diz que os primeiros quilómetros, junto a Foz –Tua são os mais belos, é porque nunca passou um dia de Verão junto ao rio em Frechas, ou admirou a imponência das montanhas que antecedem o Cachão, não conhece a história da Ponte do Diabo nem se banhou nos açudes da Sobreira.
O percurso entre o Cachão e a ponte em Vilarinho da Azenhas é simplesmente fantástico, basta ver as imagens que aí captei no meu passeio de Outono. Foi nesta zona que encontrei uma das principais atracções da do dia; as campainhas (Narcissus bulbocodium. L.). Não estava à espera de encontrar esta espécie, mas sim a (Narcissus triandrus L.) que teoricamente só floresce em Março, mas que já se encontra pelos campos. Aproveitei o desafio para captar o seu amarelo imaculado, capaz de baralhar o mais moderno sensor.
Chagado à ponte na N15-4 (que liga Vilarinho das Azenhas a Valverde) é o lugar para cumprimentar os pescadores. Estavam lá três, não a pescar o almoço visto já ser uma hora da tarde.Quando cheguei às primeiras casas da aldeia, abandonei a linha e segui junto ao rio. Todas as árvores que o ladeiam são de folha caduca e ainda estão todas nuas. Dentro de dias tudo vai mudar. A ausência de folhas permite observar melhor o rio. Há uma série de azenhas (daí “das Azenhas”) todas em ruínas. Só os corvos marinhos (Phalacrocorax carbo) e alguma garça–real (Ardea cinerea) me faziam companhia. Perto da Azenha das Três Rodas voltei à Linha. Surgiram novamente videiras, nabiças floridas, oliveiras centenárias. A visão da linha para montante, em direcção ao monte do Faro é também um cenário único. Não se admirem se um dia destes o virem exibido num filme de grande sucesso. É que não sou o único a percorrer estas paragens.
Aproximava-me da Ribeirinha quando já eram três da tarde. Um idoso caminhava ao meu encontro. Era o sr. Abílio! Claro que não ia ao meu encontro, ele não sabia que ali estava. Aproveitava o sol do fim da tarde para uma pequena caminhada. Voltámos juntos ao apeadeiro da Ribeirinha onde nos entretivemos alguns minutos na conversa. Começaram a chegar algumas nuvens por detrás do Faro. Quando chegou a meu transporte, subi a rapidamente em direcção a Vilas Boas, queria “apanhar” aquelas nuvens.
Foi um passeio inesquecível.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Aguarela


A noite na Linha do Tua não deixa de surpreender pela sua beleza. A fotografia foi tirada entre a estação de Abreiro e Ribeirinha (31.º Km).

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

De Abreiro à Ribeirinha

O Outono passou rapidamente e não me deu tempo para percorrer toda a extensão da Linha de Foz Tua a Mirandela, mas, com os dias a “crescerem”, voltei aos meus passeios começando com um belo percurso entre Abreiro e a Ribeirinha. Apesar de ser perto de onde eu moro, é um dos troços com grande beleza natural.
No dia 19 de Janeiro, cheguei à estação de Abreiro perto das três da tarde. O Céu tinha muitas nuvens e o ar estava muito frio. Ia preparado para uma curta caminhada, com sol, chuva ou mesmo neve. A mochila engordou ligeiramente com alguns acessórios para responder ao mau tempo. Também ficou mais leve, porque apenas me faço acompanhar de uma pequena garrafa de 1/4 de litro de água (no Verão levava vários litros).
O caudal do rio pouco se alterou, correndo sem grande sobressaltos por entre os rochedos junto à Ponte do Diabo. A vegetação nas encostas também pouco mudou. As únicas árvores de folha caduca situam-se junto às margens, e perderam todas as folhas. Não é a mesma coisa que passear por estes locais nos meses de primavera…
Decidi concentrar-me na luz e nas nuvens. Quando falta a cor, torna-se um desafio aliciante, tentar fotografar com o mínimo de luz, tentando captar uma certa atmosfera que por vezes se vê, por vezes se pressente, controlando todos os parâmetros que a câmara permite, principalmente a sensibilidade e a abertura.
Desde o acidente de Agosto de 2008, presto uma especial atenção à linha. A leitura do relatório e dos seus anexos deram-me alguns conhecimentos para detectar defeitos e há mesmo muitos.
Era a 5.ª vez que fazia este caminho, por isso já conhecia os pontos estratégicos que permitem uma boa visão da linha. O silêncio era absoluto, depois de deixar as águas agitadas, depois da estação de Abreiro (30.º km). Nem aves, nem qualquer outro animal se divertia no frio da tarde.
Ao quilómetro 32.º começou a chover. Procurei refúgio nas ruínas de uma quinta nas Taimas. Nestas ruínas, onde o xisto que combina com o granito, a madeira e a argila das telhas já cedeu ao abandono. Numa divisão tomada pelas silvas desenha-se a entrada de um forno forrado a barro, sugerindo um longínquo cheiro a pão quente.
A chuva parou rapidamente e acelerei o passo para chegar ao apeadeiro da Ribeirinha. O sr. Abílio não me esperava à porta, como é habitual. Se calhar foi do frio ou talvez estivesse doente, o Inverno é complicado para os idosos.
Cheguei ao 34.º quilómetro, já depois da Ribeirinha às 4:30 da tarde. Já me restava pouco tempo para fazer o caminho de regresso, tendo em conta que demoraria pelo menos uma hora.
Recomecei a caminhada em passo acelerado. Quando o céu ganhou alguma colocação avermelhada, perdi a pressa. De novo me esqueci do tempo deixando-me levar pelas nuvens escuras, pelas águas do rio, fundindo-me com a tranquilidade do local que por nada era perturbada. Liguei o flash, levei o ISO ao limite e saboreei cada minuto, cada passo, até que algumas gotas de água gelada me tiraram do transe. Cheguei a Abreiro às 18 horas, já noite escura.
Esta foi a minha primeira caminhada de Inverno na Linha. A primeira de mais uma série delas que me levarão a conhecer toda a sua extensão, nos tais três meses que não são de “Inferno”.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O Inverno na Linha do Tua (2)


Aconteceu a primeira caminhada de Inverno, na Linha do Tua. Apesar da chuva, do frio, do vento e da falta de luz, a paisagem oferece cenários idílicos, capazes de fazer esquecer todas as adversidades.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

de novo, pela Linha do Tua

Tinha marcado o reencontro com a Linha do Tua no próximo Outono, mas, fiz-lhe uma visita no Domingo passado, e hoje voltei, para um passeio, juntamente com os meus filhos.
Escolhi um percurso curto, mas com elementos suficientes para motivar os jovens na caminhada: da estação de Abreiro ao apeadeiro da Ribeirinha. São 4,6 quilómetros, sem pontes nem túneis, que incluiu os dois tipos de paisagem mais marcantes que se podem encontrar ao longo da linha: escarpas rochosas com a linha “talhada” a pulso, terminando na Ribeirinha com a linha entre olival e vinhas.

Chegámos à estação de Abreiro às dez e trinta da manhã. O tempo estava bom. O céu apresentava-se sem nuvens, mas o dia estava fresco, permitindo uma caminhada agradável. Depois de algumas recomendações, seguimos caminho.
O sol batia nas rochas criando grandes contrastes de luminosidade. As ruínas da “ponte do diabo” e a lenda que lhe está associada, cativaram a atenção dos mais novos e ajudaram na motivação.

Depois de uma zona rochosa, onde a água tem dificuldade em passar, estão os restos de um açude, junto à foz da Ribeira do Carneiro. A partir daqui as águas estão calmas, criando um espelho de água natural, que, de certos ângulos, reflectia o azul do céu.
O quilómetro trinta e um é o meu preferido deste percurso. As formações rochosas da margem direita do rio parecem castelos esculpidos em granito onde reina o melro azul. Os espinheiros cobriram-se de drupas, de um vermelho vivo, que apetece trincar. Na verdade estes pequenos frutos são comestíveis! A sua cor viva é um desafio à fotografia, neste período em que não abundam as flores, que tanto gosto de fotografar.

Escalámos uma formação rochosa entre a linha e o rio, que nos permitia uma boa perspectiva. É um local onde subo habitualmente. É um “miradouro” fantástico. Tal como junto à estação de Abreiro, havia pelo menos três pescadores à linha, espalhados pela margem, nesta zona onde as águas já estão de novo agitadas.
A fonte onde me reabastecia de água (aos 31,4 Km), está quase seco, só pinga.
Depois do quilómetro trinta e dois a linha separa-se do rio. Vêm-se ao longe as casas de Barcel. Cheira a uvas maduras e ao longo da linha há muitas oliveiras. Também há uma planta mais estranha, em que muito poucos repararão, é o sumagre. Neste momento está com as sementes cheias e as folhas verdes. Em breve se vão pintar de laranja e vermelho, que eu tanto gosto.

Ao aproximar-nos do apeadeiro da Ribeirinha, questionei a equipa, se queriam fazer o caminho de regresso a Abreiro, ou se telefonávamos ao “carro de apoio”. Era quase uma da tarde e a fome já se fazia sentir. Contente por os ter feito esquecer a televisão e o computador durante uma manhã, acedi a terminar ali o nosso passeio colectivo.
Encontrámos o sr. Abílio, que nos recebeu com alegria. Já se habituou às minhas andanças pela linha e não me deixa sair dali sem umas garrafinhas de água fresca, um saquinho de verduras da horta ou de frutos da época. É um exemplo de bondade.

Deixei os filhos à espera de transporte e regressei sozinho, pela linha, a Abreiro. Como sempre acontece, perdi a noção do tempo, a sensação de fome, a necessidade de chegar. Passava das três da tarde quando cheguei à estação e regressei a Vila Flor.


do Blogue: À Descoberta de Vila Flor