No dia 23 de março a concentração aconteceu em Brunheda. Muitos automóveis foram deixados em Fiolhal, final da caminhada, e os seus ocupantes transportados para Brunheda pelo autocarro da Câmara de Carrazeda de Ansiães, que colaborou no evento.
Juntaram-se os participantes do dia anterior e muitos mais que chegaram de manhã bem cedo. Curiosamente o grupo era bastante jovem, com muitos casais ou grupos de vários jovens, animados para conhecerem a Linha do Tua. A minha convicção é a de que o Geocaching era apenas uma desculpa, pretendiam mesmo conhecer esta Linha, única, ameaçada de desaparecimento.
Houve um compasso de espera em Brunheda no sentido de juntar o grupo, mas pequenos grupos foram começando a descer a Linha, cada um mantendo a sua própria velocidade. Mesmo assim consegui contar mais de 130 pessoas, que partiram perto das 10 da manhã.
Embora o grupo fosse grande, rapidamente se dispersou e acabei a caminhar praticamente sozinho. Não havia mal nenhum nisso, eu até prefiro caminhar sozinho quando quero fotografar, mas as condições atmosféricas também não eram as melhores. Por várias vezes a chuva apareceu e houve sempre alguma neblina.
Embora a justificação da caminhada fosse procurar e encontrar caches seria impensável mais de uma centena de pessoas procurarem o mesmo. Alguns mais animados faziam o trabalho, mas todos tinham o proveito, ou seja, poderiam registar as caches como encontradas. Há perto de 20 caixinhas escondidas, só entre Brunheda e Foz-Tua mas em toda a extensão da Linha do Tua há muito mais.
Ao longo da caminhada muita gente passou por mim. Não tinha pressa e sabia que a parte final da caminhada, a subida para Fiolhal ia ser dura e muitos dos que seguiam à minha frente ficariam para trás.
Fomos passando as estações e apeadeiros um a um: Tralhão, S. Lourenço, Santa Luzia e Castanheiro. Foi neste local que decidimos fazer uma pausa para retemperar energias para o resto da caminhada. Não se chegou a juntar um grande grupo, quando uns chegavam, outros já estavam de partida. A refeição era ligeira e a distancia a percorrer era considerável.
Uma das coisas que desaponta as pessoas que fazem esta caminhada na linha pela primeira vez é a necessidade de se ter que olhar constantemente para as travessas, escolhendo o lugar para pousar o pé. Principalmente quando as travessas estão molhadas o risco de escorregar é muito. Acaba por ser cansativo ajustar o passo à distancia entre travessas, que é muito curta, e não poder admirar a paisagem como gostariam.
Tirando poucas e curtas excepções, o melhor lugar para caminhar é o centro da linha. Caminhar sobre a gravilha seria ainda mais cansativo. Procurar um espaço paralelo à linha só é possível de onde em onde e, mesmo assim, com perigo acrescido devido aos precipícios. Por isso é impossível fazer este percurso em BTT.
Nos últimos quilómetros tive a companhia dos amigos do grupo GeoRibatejo, animados, como sempre.
Ao quilómetro três é preciso deixar a Linha e empreender uma subida íngreme até Fiolhal.
Tal como previa a dificuldade foi muita para alguns elementos do grupo. Após uma caminhada de 20 km não é fácil enfrentar tamanho desnível. As obras da barragem são bem visíveis, bem como a destruição causada a montante do paredão.
Aos poucos foram chegando todos ao centro da aldeia de Fiolhal. Todos nós tínhamos um bilhete que tivemos que colar no livro do Evento.
Enquanto assinávamos esse livro ainda houve tempo para troca de códigos de Geocoins, TravelBugs e outras brincadeiras típicas dos praticantes dos Geocaching. Foi curioso verificar que existem em bonecos, mochilas, automóveis e até alguns tatuados no próprio corpo!
Este conjunto de dois dias a caminhar na Linha trouxe à região algumas centenas de pessoas durante dois dias. As condições atmosféricas não foram as melhores o que estragou um pouco a festa, na noite de 22 para 23 de março, mas os visitantes ficaram com boa impressão e certamente voltarão. Os praticantes deste desporto (Geocaching) gostam de desafios e foi isso que lhe foi proporcionado.
Mais uma vez tudo isto se ficou a dever essencialmente ao esforço de uma pessoa, Jorge Pinto, a residente em Mirandela, mas um profundo conhecedor da região. Para ele o meu muito obrigado. Já mostrou a Linha do Tua e o Vale do Tua a várias centenas de pessoas.
Ver também
a[LINHA]s?!? Também é TUA! Take II & Last! 1/2 (21 de Março de 2015)
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domingo, 15 de novembro de 2015
quinta-feira, 3 de julho de 2014
Geocaching - a[LINHA]s?!? Também é TUA!
Já há bastante tempo que não reporto uma caminhada pela Linha do Tua, mas isso não significa que elas não tenham acontecido. Apenas me tornei mais preguiçoso na escrita e deixei-me seduzir pela popularidade e facilidade do Facebook. A Linha é Tua também já está presente nesta plataforma. Faça Gosto na página.
Continua a haver muita gente com vontade de percorrer a Linha do Tua, por isso não admira que no mês de março se tenha juntado um grupo de mais de 80 pessoas para fazerem o percurso entre Brunheda e Fiolhal, conhecendo a linha e procurando as misteriosas "caixinhas" que fazem parte do Geocaching.
Aderi a este passatempo/desporto há relativamente pouco tempo, mas, tratando-se de uma aventura na linha do Tua não podia faltar.
A organização do evento decorreu no Facebook e na plataforma oficial de Geocaching conseguindo juntar pessoas vindas dos mais dispersos pontos do país. Nós, os transmontanos, estávamos em minoria!
A concentração aconteceu em Fiolhal, mas eu desloquei-me directamente para Brunheda. Quando lá cheguei, pouco depois das sete da manhã, já havia pessoas junto à estação, esperando o resto do grupo para dar início à caminhada. Esse início ainda demorou bastante. Os participantes foram transportados de autocarro de Fiolhal a Brunheda. O transporte foi feito com um autocarro do município de Carrazeda de Ansiães, que efectuou duas viagens, obrigando a algum tempo de espera.
Junto à estação de Brunheda há duas caches, que foram feitas nesse intervalo de tempo. Foram-se cumprimentando os amigos, registando os códigos dos Travel Bug e Geocoins. Este desporto tem características muito próprias, uma filosofia muito interessante e algumas práticas com as quais não concordo, mas a verdade é que há cada vez mais praticantes e proporciona momentos e viagens verdadeiramente interessantes.
Só perto das 10:30 o grupo estava preparado para partir. Os representantes da autarquia de Carrazeda agradeceram a visita ao concelho (mas não me fizeram esquecer as suas responsabilidades no encerramento da Linha do Tua), distribuíram alguns panfletos e uma maçã a cada participante.
A caminhada era longa, com um final bastante difícil que é a distância da Linha à aldeia de Fiolhal. Ninguém tinha pressa e diria mesmo que alguns não tinham mesmo nenhuma pressa, porque partiram muito devagar como se não houvesse à volta de 20 km para percorrer.
Não me preocupei em procurar as caixinhas, havia pessoas muito mais entusiastas e experientes do que eu. Por isso segui também ao meu ritmo desfrutando da magnifica paisagem que já conhecia mas que me parece mais bonita de cada vez que a percorro.
Muitos dos participantes no evento estavam lá pelo jogo, mas não deixavam de lamentar a perda que é a submersão da linha e a destruição da paisagem e dos ecossistemas que se desenvolveram durante milénios no vale do Tua.
A pausa para comer o almoço volante aconteceu no apeadeiro do Castanheiro. Ainda pensei que alguém tivesse vontade de conhecer a pequena praia de areia branca, mas não. Retemperadas as forças voltámos à linha para fazer o resto da caminhada.
Desde Brunheda ao Tua há mais de dezena e meia de caches, isto sem contar as colocadas em redor de Fiolhal e do Tua. A crescerem ao ritmo que têm crescido nos últimos tempo corre-se o risco de haver uma cache por cada curva de estrada, o que me parece exagerado, mas cada um pensa à sua maneira.
A caminhada continuou até chegar-mos ao "final" da Linha, exactamente ao quilómetro 3. Neste ponto foi necessário subir até Fiolhal, depois de bastante cansaço e algum calor a chatear.
Nesta zona avistam-se as obras da barragem, de que prefiro nem falar.
Por fim, todos os participantes se concentraram em Fiolhal. Notava-se algum cansaço, mas adoraram o passeio (e sei que alguns já voltaram às caminhas na Linha do Tua depois dessa data).
Entregámos o nosso "bilhete", trocámos alguns códigos necessários para os registos na plataforma do Geocaching e cada um seguiu o seu caminho.
Não satisfeitos com as "cachadas" feitas, um grupo de aventureiros ainda decidiu descer à estação do Tua, fazer alguns quilómetros em direcção a S. Mamede de Ribatua e regressar ao concelho de Carrazeda de Ansiães, fazendo todas as caches até Castanheiro, onde a noite nos surpreendeu.
Ao todo foram quase 30 "caixinhas" as visitadas, com possibilidade de logar ainda mais algumas. Muitos Trackables, vistos ou trocados, dos mais simples aos mais estranhos.
A Linha do Tua é visitada por um número considerável de praticantes de Geocaching, mas poucas vezes deve ter sido percorrida por um grupo tão grande.
Tudo isto só foi possível com o apoio da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães e, sobretudo, ao espírito aventureiro do geocacher jorge_53 que conseguiu reunir as pessoas e montar a logística necessária para o evento. A ele o meu muito obrigado.
Continua a haver muita gente com vontade de percorrer a Linha do Tua, por isso não admira que no mês de março se tenha juntado um grupo de mais de 80 pessoas para fazerem o percurso entre Brunheda e Fiolhal, conhecendo a linha e procurando as misteriosas "caixinhas" que fazem parte do Geocaching.
Aderi a este passatempo/desporto há relativamente pouco tempo, mas, tratando-se de uma aventura na linha do Tua não podia faltar.
A organização do evento decorreu no Facebook e na plataforma oficial de Geocaching conseguindo juntar pessoas vindas dos mais dispersos pontos do país. Nós, os transmontanos, estávamos em minoria!
A concentração aconteceu em Fiolhal, mas eu desloquei-me directamente para Brunheda. Quando lá cheguei, pouco depois das sete da manhã, já havia pessoas junto à estação, esperando o resto do grupo para dar início à caminhada. Esse início ainda demorou bastante. Os participantes foram transportados de autocarro de Fiolhal a Brunheda. O transporte foi feito com um autocarro do município de Carrazeda de Ansiães, que efectuou duas viagens, obrigando a algum tempo de espera.
Junto à estação de Brunheda há duas caches, que foram feitas nesse intervalo de tempo. Foram-se cumprimentando os amigos, registando os códigos dos Travel Bug e Geocoins. Este desporto tem características muito próprias, uma filosofia muito interessante e algumas práticas com as quais não concordo, mas a verdade é que há cada vez mais praticantes e proporciona momentos e viagens verdadeiramente interessantes.
Só perto das 10:30 o grupo estava preparado para partir. Os representantes da autarquia de Carrazeda agradeceram a visita ao concelho (mas não me fizeram esquecer as suas responsabilidades no encerramento da Linha do Tua), distribuíram alguns panfletos e uma maçã a cada participante.
A caminhada era longa, com um final bastante difícil que é a distância da Linha à aldeia de Fiolhal. Ninguém tinha pressa e diria mesmo que alguns não tinham mesmo nenhuma pressa, porque partiram muito devagar como se não houvesse à volta de 20 km para percorrer.
Não me preocupei em procurar as caixinhas, havia pessoas muito mais entusiastas e experientes do que eu. Por isso segui também ao meu ritmo desfrutando da magnifica paisagem que já conhecia mas que me parece mais bonita de cada vez que a percorro.
Muitos dos participantes no evento estavam lá pelo jogo, mas não deixavam de lamentar a perda que é a submersão da linha e a destruição da paisagem e dos ecossistemas que se desenvolveram durante milénios no vale do Tua.
A pausa para comer o almoço volante aconteceu no apeadeiro do Castanheiro. Ainda pensei que alguém tivesse vontade de conhecer a pequena praia de areia branca, mas não. Retemperadas as forças voltámos à linha para fazer o resto da caminhada.
Desde Brunheda ao Tua há mais de dezena e meia de caches, isto sem contar as colocadas em redor de Fiolhal e do Tua. A crescerem ao ritmo que têm crescido nos últimos tempo corre-se o risco de haver uma cache por cada curva de estrada, o que me parece exagerado, mas cada um pensa à sua maneira.
A caminhada continuou até chegar-mos ao "final" da Linha, exactamente ao quilómetro 3. Neste ponto foi necessário subir até Fiolhal, depois de bastante cansaço e algum calor a chatear.
Nesta zona avistam-se as obras da barragem, de que prefiro nem falar.
Por fim, todos os participantes se concentraram em Fiolhal. Notava-se algum cansaço, mas adoraram o passeio (e sei que alguns já voltaram às caminhas na Linha do Tua depois dessa data).
Entregámos o nosso "bilhete", trocámos alguns códigos necessários para os registos na plataforma do Geocaching e cada um seguiu o seu caminho.
Não satisfeitos com as "cachadas" feitas, um grupo de aventureiros ainda decidiu descer à estação do Tua, fazer alguns quilómetros em direcção a S. Mamede de Ribatua e regressar ao concelho de Carrazeda de Ansiães, fazendo todas as caches até Castanheiro, onde a noite nos surpreendeu.
Ao todo foram quase 30 "caixinhas" as visitadas, com possibilidade de logar ainda mais algumas. Muitos Trackables, vistos ou trocados, dos mais simples aos mais estranhos.
A Linha do Tua é visitada por um número considerável de praticantes de Geocaching, mas poucas vezes deve ter sido percorrida por um grupo tão grande.
Tudo isto só foi possível com o apoio da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães e, sobretudo, ao espírito aventureiro do geocacher jorge_53 que conseguiu reunir as pessoas e montar a logística necessária para o evento. A ele o meu muito obrigado.
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