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domingo, 29 de setembro de 2013
Linha do Tua, 31.º Quilómetro
Linha do Tua entre a estação de Abreiro e o apeadeiro da Ribeirinha. Do lado direito é termo do concelho de Vila Flor e do lado esquerdo fica o rio e o concelho de Mirandela.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
O que diz a comunicação social - Dez2011
- 09.12.2011 - Correio da Manhã - A meter água
- 08.12.2011 - RTP - Disputa de fundo financeiro da EDP atrasa arranque da agência de desenvolvimento
- 08.12.2011 - RTP - Reativação do que resta da Linha do Tua não está assegurada
- 07.12.2011 - Visão - Douro/Património: Governo ou opta pela barragem ou salva a classificação - Movimento Linha do Tua.
- 07.12.2011 - SIC Notícias - Secretário de Estado da Cultura garante que há formas de evitar
- 07.12.2011 - Expresso - GEOTA pede paragem da construção da barragem do Tua
- 07.12.2011 - TVI 24 - Douro: PEV exige explicações do secretário de Estado
- 07.12.2011 - SIC Notícias - BE acusa governos de "completa leviandade" e diz que barragem do Tua é "negócio ruinoso"
- 07.12.2011 - TVI 24 - Douro Património: «Se Sócrates tivesse ouvido...»
- 07.12.2011 - SIC Notícias - O presidente da associação ambientalista GEOTA defendeu hoje que o Governo deve parar de imediato a construção da barragem
- 07.12.2011 - SIC Notícias - Quercus pede ao Governo para ver o que é mais importante, o Douro como Património Mundial ou a barragem do Tua
- 07.12.2011 - SIC Notícias - Barragem do Tua pode levar a Região do Douro Vinhateiro a perder a classificação de Património da Humanidade
- 07.12.2011 - Expresso - UNESCO pode desclassificar Douro
- 07.12.2011 - Económico - Barragem do Tua põe em risco Património Mundial no Douro
- 07.12.2011 - Público - Até Novembro UNESCO não tinha recebido resposta do Governo, diz PEV
- 07.12.2011 - Público - EDP reformula projecto e promete “o melhor enquadramento ambiental” para barragem
- 07.12.2011 - Público - Barragem do Tua põe em risco Património Mundial no Douro
- 07.12.2011 - Público - Quercus questiona o que é mais importante: barragem do Tua ou classificação do Douro
- 07.12.2011 - RTP - Barragem de Foz Tua tem "impacto irreversível" no Alto Douro Vinhateiro
- 07.12.2011 - O Mirante - CLAC organiza expedição pedestre ao Vale do Tua
- 06.12.2011 - TVI24 - Tua: ambientalistas contra construção da barragem
- 02.12.2011 - Correio da Manhã - Protesto pela linha do Corgo
- 01.12.2011 - Noticias de Vila Real - Movimento Cívico pelas linhas do Corgo e Tua organiza novo protesto
- 01.12.2011 - Expresso - Manifestação pela linha do Tua reuniu 20 pessoas
sexta-feira, 14 de maio de 2010
33º Quilómetro
Entre a estação de Abreiro e o apeadeiro da Ribeirinha podem-se apreciar bonitas paisagens, como esta que eu fotografei no dia 13 de Maio, quase à noitinha.
quarta-feira, 17 de março de 2010
Abreiro (3)
Quem deixa a estação de Abreiro e começa a subir a estrada em direcção à freguesia com o mesmo nome, tem oportunidade de apreciar esta bonita paisagem. Depois de uma quase lagoa, perto da estação, o rio entra de novo numa zona agreste, completamente abandonada pelo homem, onde raramente se vê um pastor e onde só as perdizes e o melro das rochas gostam de viver. Um pouco mais abaixo termina o concelho de Vila Flor e começa o concelho de Carrazeda de Ansiães, aproximadamente junto à Ponte da Cabreira.
domingo, 20 de setembro de 2009
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Abreiro (1)

É um local muito procurado por pescadores, que se aventuram nos rochedos a montante da estação.
A aldeia mais próxima é o Vieiro, no concelho de Vila Flor. A freguesia de Abreiro, no concelho de Mirandela, também não é distante e foi outrora sede de concelho. É uma aldeia muito interessante para uma visita.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
A caminho de Abreiro

Aproveito para lembrar que Abreiro vai ter grandiosas festas nos dias 21, 22 e 23 de Agosto. O programa completo pode ser visto aqui.
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Venderam o rio

O défice público de 2008 de 2,6% do PIB teve um contributo de 1,1% de receitas extraordinárias, o mais elevado desde que Santana Lopes foi primeiro-ministro em 2004. Sem estas "medidas temporárias", o défice orçamental português teria sido de 3,7% no ano passado, segundo se conclui do relatório anual do Banco de Portugal."
Notícia completa - Jornal de Negócios
Para aqueles que ainda tinham algumas dúvidas sobre os projectos que pretende trazer grande desenvolvimento à região, entre eles a tão badalada barragem do Tua, hoje podem esfregar os olhos e ler bem notícias como esta. O governo "fez" dinheiro com tudo o que podia para cumprir as metas do défice público. Nem que para isso tenha iludir as populações, destruir o património histórico e natural e ir contra as próprias regulamentações que tinha criado (veja-se o que se passa no Sabor, integrado na rede Natura 2000).
Os milhões eram necessários e por isso "venderam" o nosso rio, pretendem afogar a nossa linha e continuarão a lapidar o nosso património acenando aos autarcas com algumas verbas. Pudera, eles nunca olharam para o rio!
A fotografia mostra o Rio Tua, com a freguesia de Abreiro (Mirandela) a espreitar no cimo dos montes.
sexta-feira, 20 de março de 2009
De Abreiro a Brunheda




O passeio até à ponte da Cabreira é muito agradável. Foi a sexta vez que fiz este percurso a pé e sempre tive dificuldade em fazer fotografias entre a ponte da Cabreira e o apeadeiro de Codeçais. A zona é muito sombria e o sol a iluminar o cume dos montes só dificulta. Houve alguns momentos de desânimo.


Foi já quando o sol pareceu pousar na linha à minha frente, no horizonte, por sobre os carris, que me comecei a entusiasmar verdadeiramente com a fotografia. Não são boas condições, fotografar em contraluz, mas é um óptimo desafio. Perdi a pressa, deixei-me levar pela luz doce, embalado pelo barulho das águas e pelo canto dos pássaros que se despediam do dia com doces melodias.
Às seis da tarde cheguei ao apeadeiro da Brunheda. Assaltava-me a dúvida se teria ou não transporte para Abreiro. Desviei-me da linha e subi a encosta procurando sinal de telemóvel.


terça-feira, 27 de janeiro de 2009
De Abreiro à Ribeirinha



Decidi concentrar-me na luz e nas nuvens. Quando falta a cor, torna-se um desafio aliciante, tentar fotografar com o mínimo de luz, tentando captar uma certa atmosfera que por vezes se vê, por vezes se pressente, controlando todos os parâmetros que a câmara permite, principalmente a sensibilidade e a abertura.

Era a 5.ª vez que fazia este caminho, por isso já conhecia os pontos estratégicos que permitem uma boa visão da linha. O silêncio era absoluto, depois de deixar as águas agitadas, depois da estação de Abreiro (30.º km). Nem aves, nem qualquer outro animal se divertia no frio da tarde.
Ao quilómetro 32.º começou a chover. Procurei refúgio nas ruínas de uma quinta nas Taimas. Nestas ruínas, onde o xisto que combina com o granito, a madeira e a argila das telhas já cedeu ao abandono. Numa divisão tomada pelas silvas desenha-se a entrada de um forno forrado a barro, sugerindo um longínquo cheiro a pão quente.

Cheguei ao 34.º quilómetro, já depois da Ribeirinha às 4:30 da tarde. Já me restava pouco tempo para fazer o caminho de regresso, tendo em conta que demoraria pelo menos uma hora.
Recomecei a caminhada em passo acelerado. Quando o céu ganhou alguma colocação avermelhada, perdi a pressa. De novo me esqueci do tempo deixando-me levar pelas nuvens escuras, pelas águas do rio, fundindo-me com a tranquilidade do local que por nada era perturbada. Liguei o flash, levei o ISO ao limite e saboreei cada minuto, cada passo, até que algumas gotas de água gelada me tiraram do transe. Cheguei a Abreiro às 18 horas, já noite escura.


sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Reflexos do Tua

Cheguei à estação de Abreiro exactamente às 15 horas. Apesar de ser relativamente cedo, o sol tocava já o alto dos montes, mergulhando a linha nas sombras. Vai ser mais complicado percorrer a Linha do Tua durante o Outono e Inverno - Pensei eu. Mesmo assim, decidi fazer um curto passeio até à ponte da Cabreira.

A linha, sem movimento, pareceu-me moribunda, já com os carris cheios de ferrugem. Concentrei a minha atenção no rio, procurando fotografar os reflexos dourados com que, pouco a pouco, o vale se ia cobrindo.
Apesar do frio, muito frio, há ao longo da linha condições climáticas privilegiadas e encontrei algumas plantas em flor. Também o espinheiro deu uma amostra de cor, com os seus frutos bem vermelhos.

Encontrei vários Corvo-marinho-de-faces-brancas (Phalacrocorax carbo). Apesar de não serem muito frequentes em bando, já os avistei várias vezes no Rio Tua, no Rio Sabor e vi um grande bando na barragem de Fontelonga, em Carrazeda de Ansiães.
A garça real (Ardea cinérea) também é uma presença habitual nestas paragens.
Quando cheguei à ponte da Cabreira já pouca luz havia para tirar fotografias, mas ainda era relativamente cedo, quatro da tarde. Decidi andar mais um pouco até ao apeadeiro de Codeçais. Entreti-me a fotografar os reflexos no rio, pareciam pinturas a aguarelas!

No apeadeiro, desci ao rio junto da açude que alimentava uma azenha. Um melro d’água (Cinclus cinclus) lançou um estridente alerta à minha chegada. Esta simpática ave, de peito alvo e dorso escuro, faz-me lembrar uma carriça (em ponto grande). Avancei para o meio do rio, pisando as pedras do açude, a fim de fotografar os últimos raios de sol que douravam a vegetação a jusante. O melro d’água voou perto de mim mostrando que aquele território lhe pertencia. Sentei-me nas rochas saboreando o momento e a agitada ave não se coibiu com a minha presença. Mergulhou uma vez e mais outra na espuma da cachoeira. Olhava-me com vaidade como que dizendo: – Estás a ver do que sou capaz? Nunca tal me tinha acontecido!

Um outro melro passou em voo rasante e uma alvéola-amarela (Motacilla flava) mostrou-se enciumada, posicionando-se também para a fotografia. Infelizmente a luminosidade já era pouca e também não consegui avançar mais para o centro do rio. Fiquei no local durante mais de meia hora. Quando as sombras cobriram todo o vale, só brilhando o cume dos cabeços empreendi, a toda a pressa, a viagem de regresso à estação de Abreiro.
Cheguei à estação às 7 da noite, já as trevas tomavam conta de tudo.

A paisagem da zona que percorri não apresentava ainda as cores de Outono que procurava. As fotografias retratam sobretudo o rio, mas a linha e o rio são indissociáveis, duas janelas para olhar o mesmo vale.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
de novo, pela Linha do Tua

Escolhi um percurso curto, mas com elementos suficientes para motivar os jovens na caminhada: da estação de Abreiro ao apeadeiro da Ribeirinha. São 4,6 quilómetros, sem pontes nem túneis, que incluiu os dois tipos de paisagem mais marcantes que se podem encontrar ao longo da linha: escarpas rochosas com a linha “talhada” a pulso, terminando na Ribeirinha com a linha entre olival e vinhas.

Chegámos à estação de Abreiro às dez e trinta da manhã. O tempo estava bom. O céu apresentava-se sem nuvens, mas o dia estava fresco, permitindo uma caminhada agradável. Depois de algumas recomendações, seguimos caminho.
O sol batia nas rochas criando grandes contrastes de luminosidade. As ruínas da “ponte do diabo” e a lenda que lhe está associada, cativaram a atenção dos mais novos e ajudaram na motivação.

Depois de uma zona rochosa, onde a água tem dificuldade em passar, estão os restos de um açude, junto à foz da Ribeira do Carneiro. A partir daqui as águas estão calmas, criando um espelho de água natural, que, de certos ângulos, reflectia o azul do céu.
O quilómetro trinta e um é o meu preferido deste percurso. As formações rochosas da margem direita do rio parecem castelos esculpidos em granito onde reina o melro azul. Os espinheiros cobriram-se de drupas, de um vermelho vivo, que apetece trincar. Na verdade estes pequenos frutos são comestíveis! A sua cor viva é um desafio à fotografia, neste período em que não abundam as flores, que tanto gosto de fotografar.

Escalámos uma formação rochosa entre a linha e o rio, que nos permitia uma boa perspectiva. É um local onde subo habitualmente. É um “miradouro” fantástico. Tal como junto à estação de Abreiro, havia pelo menos três pescadores à linha, espalhados pela margem, nesta zona onde as águas já estão de novo agitadas.
A fonte onde me reabastecia de água (aos 31,4 Km), está quase seco, só pinga.


Ao aproximar-nos do apeadeiro da Ribeirinha, questionei a equipa, se queriam fazer o caminho de regresso a Abreiro, ou se telefonávamos ao “carro de apoio”. Era quase uma da tarde e a fome já se fazia sentir. Contente por os ter feito esquecer a televisão e o computador durante uma manhã, acedi a terminar ali o nosso passeio colectivo.
Encontrámos o sr. Abílio, que nos recebeu com alegria. Já se habituou às minhas andanças pela linha e não me deixa sair dali sem umas garrafinhas de água fresca, um saquinho de verduras da horta ou de frutos da época. É um exemplo de bondade.

Deixei os filhos à espera de transporte e regressei sozinho, pela linha, a Abreiro. Como sempre acontece, perdi a noção do tempo, a sensação de fome, a necessidade de chegar. Passava das três da tarde quando cheguei à estação e regressei a Vila Flor.

do Blogue: À Descoberta de Vila Flor
domingo, 14 de setembro de 2008
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
PEV levam Linha de Tua à Comissão Permanente da Assembleia

Declaração política do Deputado Francisco Madeira Lopes (PEV) sobre os acidentes na Linha do Tua, proferida na Assembleia da República a 9 de Setembro de 2008
Sr. Presidente, Srs. Deputados,
A linha de caminho de ferro do Tua sofreu no passado dia 22 de Agosto o seu quarto acidente num espaço de cerca de ano e meio.
Esta situação é absolutamente lamentável, em primeiro lugar pelas vítimas mortais, feridos e seus familiares para quem vão as nossas primeiras palavras.
Mas desde logo porque esta é uma linha que, ao longo dos seus 120 anos de existência, felizmente, pouquíssimos acidentes graves registou (e menos ainda com vítimas mortais).
É uma linha que acompanha o vale do rio Tua e goza de uma paisagem patrimonial única que fazem dela uma das mais belas do mundo, e que, como todas as linhas de montanha, deve dispor das habituais medidas de segurança e de prevenção de risco.
É ainda uma linha que teimosamente persiste em garantir o direito à mobilidade e acessibilidade das populações não permitindo o seu isolamento e constituindo uma porta aberta de oportunidades para aquela região de Trás-Os-Montes.
Infelizmente, esta sucessão de acidentes, inexplicados, é estranha e não deixa de incomodar pela curiosa coincidência no tempo com a intenção declarada de construir uma barragem que sempre será absolutamente incompatível, seja qual for a quota, com a sua sobrevivência por cortar a ligação à linha do Douro e ao resto do país.
Apesar de “Os Verdes” considerarem muito positivas as recentes declarações da Sra. Secretária de Estado dos Transportes que reconheceu a beleza e importância desta linha para a mobilidade da região, revelando uma mudança de postura só possível por quem visitou o local, a verdade é que o Governo continua a defender a construção da barragem ao mesmo tempo que acena com a miragem de alternativas à linha, rodoviárias ou mesmo, uma nova linha, num outro traçado e com outro espaço canal.
Para “Os Verdes” essas pseudo-soluções alternativas só servem para tentar vender a barragem aquela região e desistir da justa luta pela manutenção da linha do Tua, que se encontra geneticamente ligada ao Vale do Tua e com a submersão do qual deixará simplesmente de existir. Para sempre.
É por isso fundamental não permitir que estes acidentes sirvam de argumento para o encerramento definitivo da linha e exigir que nenhuma suspeita fique no ar. É fundamental que toda a verdade venha ao de cima e que a culpa não morra solteira.
Recordamos que, neste momento, após uma grande insistência desta bancada, através de requerimentos, intervenções e um agendamento potestativo em Comissão, só mais de um ano depois do primeiro acidente é que nos foram entregues, tirados a “fórceps”, os relatórios do inquérito ao primeiro acidente!
Como é que é possível, num momento em que a linha foi reparada e sujeita a investimentos, está mais vigiada do que nunca, nem linha, traves, aterro ou encostas, nem material circulante parecem apresentar anomalias, segundo as entidades responsáveis e o Sr. Ministro, um comboio, que circula com marcha à vista, numa recta, com boa visibilidade, descarrilar?
“Os Verdes” lamentam profundamente não poder, já hoje, nesta reunião da Comissão Permanente, interpelar o Sr. Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, responsável por garantir a segurança de um dos mais seguros meios de transporte, como propusemos e foi rejeitado, e anunciamos que não descansaremos nesta casa enquanto não forem prestadas todas as explicações e fornecidos todos os elementos que permitam aferir com rigor, clareza e transparência a verdade sobre os acidentes no Tua.
O Parlamento, e mais que isso, as vítimas e suas famílias, as populações, as associações locais e autarcas daquela região e os portugueses em geral têm o direito a conhecer o mistério de derrocadas inexplicadas e de descarrilamentos sem nenhuma causa aparente. O Governo deve explicações convincentes.
Fonte: Pravda
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
Foz Tua - Abreiro (Parte III)
18/07/2008 Esta é a continuação da caminhada - Foz Tua - Abreiro (Parte I) e Foz Tua - Abreiro (Parte II)
Depois de me ter levantado antes das seis da manhã, ter caminhado mais de 20 quilómetros, ter na mochila alguns 10 centilítros de água, o meu entusiasmo não era muito. Saí da Brunheda a passo lento, descontando cada passo, na ânsia de chegar a Abreiro.
Perto do quilómetro 24º havia na margem oposta do rio um bom grupo de pessoas. Umas estavam sentadas à sombra de frondosas árvores, outras banhavam-se nas águas frescas do Tua. Esta praia fluvial, tão agradável, deve pertencer à freguesia da Sobreira. Na piscina criada pelo açude, que fotografei no dia 5 de Abril de 2008, havia muita água fresca, que convidavam a alguns mergulhos. Desta vez não me senti tentado a descer às ruínas das azenhas, a retratar as águas, saltando em cachoeira.

Pouco depois encontrei uma fonte com água! Água fresquíssima, num dia quente de Verão, às quatro da tarde. Com as reservas de água repostas, a paisagem ganhou mais verde e retomei o caminho com mais entusiasmo.
Muito perto do apeadeiro de Codeçais, havia mais uma mangueira de água a correr, mas dessa não bebi. Em Codeçais havia um depósito de água para reposição da mesma nas locomotivas, quando o vapor era a força que movia os êmbolos. O local não foi escolhido por acaso, há muita água que chega à linha, mesmo tendo em conta que estamos nos fins de Julho. Há uma espécie de mina, mas a sua água não tem bom aspecto. No mesmo local, corre água de uma mangueira de plástico.

Aproveitei a sombra da estação para me sentar e comer alguma coisa. Normalmente as reservas alimentares que trago, sandes, biscoitos, fruta e yogurtes, são mais do que suficientes para as minhas necessidades. Faço todos os possíveis para não deixar lixo, embora nem toda a gente tenha essa preocupação. Já aparecem ao longo da linha embalagens de sumo e garrafas de água vazias. Estes resíduos devem-se a alguns caminheiros, como eu, mas também aos trabalhadores da linha. Espero que depois dos trabalhos terminados retirem todas essas embalagens que vão sendo espalhadas.
Com o estômago composto e as reservas de água repostas ganhei novo ânimo para a caminhada.Mais a diante, encontrei uma nova fonte de água fresca, pouco antes do quilómetro 26º.
À medida que os quilómetros iam passando, eu fui ganhando confiança.

Já passava das cinco da tarde. O sol começava a mostrar alguns sintomas de fraqueza, quando a automotora passou em direcção a Foz-Tua.
Com a chegada à Ponte da Ribeira da Cabreira, completei o percurso de Foz-Tua à Ribeirinha, uma vez que da Ponte da Cabreira à Ribeirinha foi feita numa caminhada no dia 12 de Julho.
Perto da estação de Abreiro, o rio faz uma grande lagoa. É um dos pontos mais fotogénicos da linha. A lagoa, a estação, a ponte da linha, a ponte rodoviária, são elementos que compõem um belo quadro. A linha descreve uma curva muito aberta, terminando na estação, agora banhada pelo sol.
Uma garça-real (Ardea cinérea) estava pousada nas águas do rio. Estas aves, embora frequentes, são muito atentas ao que se passa à sua volta, levantando voo ao mais pequeno movimento. São frequentes ao longo de todo o curso do rio, mas também nalgumas albufeiras de Trás-os-Montes. Sempre de cabeça levantada, vigiou o meu percurso até chegar à estação de Abreiro.

Completei a minha caminhada. Foram 12 horas na Linha do Tua! Muitas fotografias, muitas emoções, algumas, deram origem a estas linhas, que escrevi, outras que guardarei para mim, incorporando-as.
Não descobri o caminho marítimo para a índia, não entrei para o guiness, apenas fiz um largo passeio, com pouca despesa, com muito tempo e muita coisa para descobrir (e me descobrir). Falta-me o percurso Cachão – Mirandela para completar duas viagens completas, a caminhar na (pela) Linha do Tua.
Fim
Do Blog: À Descoberta de Carrazeda de Ansiães
Depois de me ter levantado antes das seis da manhã, ter caminhado mais de 20 quilómetros, ter na mochila alguns 10 centilítros de água, o meu entusiasmo não era muito. Saí da Brunheda a passo lento, descontando cada passo, na ânsia de chegar a Abreiro.
Perto do quilómetro 24º havia na margem oposta do rio um bom grupo de pessoas. Umas estavam sentadas à sombra de frondosas árvores, outras banhavam-se nas águas frescas do Tua. Esta praia fluvial, tão agradável, deve pertencer à freguesia da Sobreira. Na piscina criada pelo açude, que fotografei no dia 5 de Abril de 2008, havia muita água fresca, que convidavam a alguns mergulhos. Desta vez não me senti tentado a descer às ruínas das azenhas, a retratar as águas, saltando em cachoeira.

Pouco depois encontrei uma fonte com água! Água fresquíssima, num dia quente de Verão, às quatro da tarde. Com as reservas de água repostas, a paisagem ganhou mais verde e retomei o caminho com mais entusiasmo.
Muito perto do apeadeiro de Codeçais, havia mais uma mangueira de água a correr, mas dessa não bebi. Em Codeçais havia um depósito de água para reposição da mesma nas locomotivas, quando o vapor era a força que movia os êmbolos. O local não foi escolhido por acaso, há muita água que chega à linha, mesmo tendo em conta que estamos nos fins de Julho. Há uma espécie de mina, mas a sua água não tem bom aspecto. No mesmo local, corre água de uma mangueira de plástico.

Aproveitei a sombra da estação para me sentar e comer alguma coisa. Normalmente as reservas alimentares que trago, sandes, biscoitos, fruta e yogurtes, são mais do que suficientes para as minhas necessidades. Faço todos os possíveis para não deixar lixo, embora nem toda a gente tenha essa preocupação. Já aparecem ao longo da linha embalagens de sumo e garrafas de água vazias. Estes resíduos devem-se a alguns caminheiros, como eu, mas também aos trabalhadores da linha. Espero que depois dos trabalhos terminados retirem todas essas embalagens que vão sendo espalhadas.
Com o estômago composto e as reservas de água repostas ganhei novo ânimo para a caminhada.Mais a diante, encontrei uma nova fonte de água fresca, pouco antes do quilómetro 26º.
À medida que os quilómetros iam passando, eu fui ganhando confiança.

Já passava das cinco da tarde. O sol começava a mostrar alguns sintomas de fraqueza, quando a automotora passou em direcção a Foz-Tua.
Com a chegada à Ponte da Ribeira da Cabreira, completei o percurso de Foz-Tua à Ribeirinha, uma vez que da Ponte da Cabreira à Ribeirinha foi feita numa caminhada no dia 12 de Julho.
Perto da estação de Abreiro, o rio faz uma grande lagoa. É um dos pontos mais fotogénicos da linha. A lagoa, a estação, a ponte da linha, a ponte rodoviária, são elementos que compõem um belo quadro. A linha descreve uma curva muito aberta, terminando na estação, agora banhada pelo sol.
Uma garça-real (Ardea cinérea) estava pousada nas águas do rio. Estas aves, embora frequentes, são muito atentas ao que se passa à sua volta, levantando voo ao mais pequeno movimento. São frequentes ao longo de todo o curso do rio, mas também nalgumas albufeiras de Trás-os-Montes. Sempre de cabeça levantada, vigiou o meu percurso até chegar à estação de Abreiro.

Completei a minha caminhada. Foram 12 horas na Linha do Tua! Muitas fotografias, muitas emoções, algumas, deram origem a estas linhas, que escrevi, outras que guardarei para mim, incorporando-as.
Não descobri o caminho marítimo para a índia, não entrei para o guiness, apenas fiz um largo passeio, com pouca despesa, com muito tempo e muita coisa para descobrir (e me descobrir). Falta-me o percurso Cachão – Mirandela para completar duas viagens completas, a caminhar na (pela) Linha do Tua.
Fim
Do Blog: À Descoberta de Carrazeda de Ansiães
segunda-feira, 14 de julho de 2008
De volta à Linha do Tua
Esta é a continuação do passeio que fiz, a pé, no dia 12 de Julho. Começou em Freixel, continuou pela Ribeira da Cabreira até à foz, no Rio Tua.
Cheguei ao Rio Tua às duas horas da tarde. Fiz questão de descer junto à margem e ir ao exacto local onde as águas da ribeira se diluem no ainda grande caudal do rio. Espreitei a ponte do comboio - que salta a ribeira - e preparei-me para a segunda etapa, agora já em terreno meu conhecido.
Aproveitei para calar o estômago, enquanto caminhava. Já podia seguir tranquilamente.
As primeiras observações levaram-me a comparar a paisagem com aquela que encontrei em Abril de 2008. A erva seca substituiu o manto de flores que ladeava a linha, mas o rio continua igual, vigoroso e barulhento. Este troço da linha foi objecto de uma intervenção, mesmo até ao Cachão. Parece-me que aproveitaram a movimentação das máquinas para o enterramento de uma estrutura de mangas de plástico (com o objectivo de receberem redes de fibra óptica), para limparem as valetas, ajeitarem a gravilha, substituírem algumas travessas, colocarem novos sinais, etc. Tantos melhoramentos numa linha a abater?!

Até à estação de Abreiro, foi um passeio. A estação está transformada em estaleiro, mas não encontrei água, nem casas de banho.
Aborreceu-me o facto de não passar nenhuma automotora. É mais agradável fotografar a linha, quando esta está ocupada.
Aproveitei a paz ambiente para fazer uma viagem no tempo. Imaginei a que velocidade seguiria a composição que transportou El-Rei Dom Luís e a rainha D. Maria Pia, que se deslocavam a Mirandela para a inauguração da linha, a 27 de Setembro de 1887. Imaginei-me a registar o momento com a minha moderna câmara digital (imaginação fértil). Imaginação também não faltava a Rafael Bordalo Pinheiro, que esteve presente na cerimónia, na estação de Mirandela.
Parti para a etapa seguinte, Ribeirinha. Gosto muito deste troço. As águas encolhem-se por entre rochas gigantescas, fazendo muito barulho; na margem oposta há formações graníticas interessantes; começa a aparecer o cume da Serra do Faro, meu vigilante de muitos passeios. No quilómetro 31 encontrei uma nascente de água. Era saborosa e aproveitei para repor as reservas que transportava.

Um pouco mais à frente há um rochedo elevado, entre a linha e o rio. Aproveito sempre para fazer fotografias doutro ângulo, subindo ao rochedo. De repente, saindo das curvas da Ribeirinha, apareceu um grupo de pessoas que caminhava pela linha. Eram mais de uma dezena. Ainda pensei que se tratava do grupo com quem pensara encontrar-me, mas não. Continuaram em direcção a Abreiro e eu à Ribeirinha. Ao vê-los afastarem-se, em linha, pela linha, lembrei-me: porque é que ainda ninguém se lembrou de criar um passeio ao lado da linha? Um passeio com pouco mais de 50 cm de largura, seria suficiente para que os caminhantes pudessem percorrer, facilmente, toda a extensão da linha. Não teria sido difícil fazer esse passeio, em cimento, à medida que formam enterrando a estrutura para a fibra óptica.
Quando cheguei ao apeadeiro da Ribeirinha, estava na hora de passar a automotora, no sentido Mirandela-Tua. O senhor Abílio, “guarda” sempre atento da estação, prontamente me abasteceu de água fresca. Trocámos algumas palavras enquanto a automotora não chegava. Chegou, e parou. Também na automotora viajava um grupo de amigos, meus, da fotografia e da Linha do Tua! Ainda tive tempo para os cumprimentar, a automotora fica sempre alguns minutos na Ribeirinha. Seguiu em direcção ao Tua, e eu, em direcção a Vilarinho das Azenhas. Neste troço, mal se avista o rio. Às vezes sigo pelo caminho, que é paralelo à linha, mas decidi manter-me na linha. Nas oliveiras em redor vêem-se muitos rebentos novos! Parecem estar a recuperar da doença que as afectou e que matou bastantes, nestas zonas baixas.
Não fiz nenhuma pausa no Vilarinho. O cansaço já era muito, doíam-me os pés. Caminhar pela linha, pisando de travessa em travessa, não é rápido e maça muito a base dos pés. Na maior parte do percurso não há outra alternativa, mas nalguns locais há uma pequena faixa de terra, que se deve aproveitar.

Já passava das seis da tarde, o sol dava alguns sinais de querer descansar. Nos rochedos escarpados sobre o rio já se notava o alaranjado do entardecer. Passou mais uma automotora, esta só até Abreiro.
Perto do Cachão encontrei, junto à linha, uma planta que nunca tinha visto. Trata-se de uma espécie de feto, mas muito grande e lenhoso! Nunca o vi em lugar algum, ao longo de toda a linha, só encontrei aqui pequenas manchas, em locais escarpados e sombrios, como é típico dos fetos. Vou procurar saber mais desta planta.
Já muito devagar, fui-me aproximando do fim do meu passeio. E devo dizer que não terminei no melhor local. O aspecto do Complexo do Cachão, para quem passa na linha, é tudo menos bonito e o cheiro ainda é pior.
Foi um longo passeio, cheio de emoções e magníficas paisagens.
Do Blogue: À Descoberta de Vila Flor
Cheguei ao Rio Tua às duas horas da tarde. Fiz questão de descer junto à margem e ir ao exacto local onde as águas da ribeira se diluem no ainda grande caudal do rio. Espreitei a ponte do comboio - que salta a ribeira - e preparei-me para a segunda etapa, agora já em terreno meu conhecido.
Aproveitei para calar o estômago, enquanto caminhava. Já podia seguir tranquilamente.
As primeiras observações levaram-me a comparar a paisagem com aquela que encontrei em Abril de 2008. A erva seca substituiu o manto de flores que ladeava a linha, mas o rio continua igual, vigoroso e barulhento. Este troço da linha foi objecto de uma intervenção, mesmo até ao Cachão. Parece-me que aproveitaram a movimentação das máquinas para o enterramento de uma estrutura de mangas de plástico (com o objectivo de receberem redes de fibra óptica), para limparem as valetas, ajeitarem a gravilha, substituírem algumas travessas, colocarem novos sinais, etc. Tantos melhoramentos numa linha a abater?!

Até à estação de Abreiro, foi um passeio. A estação está transformada em estaleiro, mas não encontrei água, nem casas de banho.
Aborreceu-me o facto de não passar nenhuma automotora. É mais agradável fotografar a linha, quando esta está ocupada.
Aproveitei a paz ambiente para fazer uma viagem no tempo. Imaginei a que velocidade seguiria a composição que transportou El-Rei Dom Luís e a rainha D. Maria Pia, que se deslocavam a Mirandela para a inauguração da linha, a 27 de Setembro de 1887. Imaginei-me a registar o momento com a minha moderna câmara digital (imaginação fértil). Imaginação também não faltava a Rafael Bordalo Pinheiro, que esteve presente na cerimónia, na estação de Mirandela.
Parti para a etapa seguinte, Ribeirinha. Gosto muito deste troço. As águas encolhem-se por entre rochas gigantescas, fazendo muito barulho; na margem oposta há formações graníticas interessantes; começa a aparecer o cume da Serra do Faro, meu vigilante de muitos passeios. No quilómetro 31 encontrei uma nascente de água. Era saborosa e aproveitei para repor as reservas que transportava.

Um pouco mais à frente há um rochedo elevado, entre a linha e o rio. Aproveito sempre para fazer fotografias doutro ângulo, subindo ao rochedo. De repente, saindo das curvas da Ribeirinha, apareceu um grupo de pessoas que caminhava pela linha. Eram mais de uma dezena. Ainda pensei que se tratava do grupo com quem pensara encontrar-me, mas não. Continuaram em direcção a Abreiro e eu à Ribeirinha. Ao vê-los afastarem-se, em linha, pela linha, lembrei-me: porque é que ainda ninguém se lembrou de criar um passeio ao lado da linha? Um passeio com pouco mais de 50 cm de largura, seria suficiente para que os caminhantes pudessem percorrer, facilmente, toda a extensão da linha. Não teria sido difícil fazer esse passeio, em cimento, à medida que formam enterrando a estrutura para a fibra óptica.
Quando cheguei ao apeadeiro da Ribeirinha, estava na hora de passar a automotora, no sentido Mirandela-Tua. O senhor Abílio, “guarda” sempre atento da estação, prontamente me abasteceu de água fresca. Trocámos algumas palavras enquanto a automotora não chegava. Chegou, e parou. Também na automotora viajava um grupo de amigos, meus, da fotografia e da Linha do Tua! Ainda tive tempo para os cumprimentar, a automotora fica sempre alguns minutos na Ribeirinha. Seguiu em direcção ao Tua, e eu, em direcção a Vilarinho das Azenhas. Neste troço, mal se avista o rio. Às vezes sigo pelo caminho, que é paralelo à linha, mas decidi manter-me na linha. Nas oliveiras em redor vêem-se muitos rebentos novos! Parecem estar a recuperar da doença que as afectou e que matou bastantes, nestas zonas baixas.
Não fiz nenhuma pausa no Vilarinho. O cansaço já era muito, doíam-me os pés. Caminhar pela linha, pisando de travessa em travessa, não é rápido e maça muito a base dos pés. Na maior parte do percurso não há outra alternativa, mas nalguns locais há uma pequena faixa de terra, que se deve aproveitar.

Já passava das seis da tarde, o sol dava alguns sinais de querer descansar. Nos rochedos escarpados sobre o rio já se notava o alaranjado do entardecer. Passou mais uma automotora, esta só até Abreiro.
Perto do Cachão encontrei, junto à linha, uma planta que nunca tinha visto. Trata-se de uma espécie de feto, mas muito grande e lenhoso! Nunca o vi em lugar algum, ao longo de toda a linha, só encontrei aqui pequenas manchas, em locais escarpados e sombrios, como é típico dos fetos. Vou procurar saber mais desta planta.
Já muito devagar, fui-me aproximando do fim do meu passeio. E devo dizer que não terminei no melhor local. O aspecto do Complexo do Cachão, para quem passa na linha, é tudo menos bonito e o cheiro ainda é pior.
Foi um longo passeio, cheio de emoções e magníficas paisagens.
Do Blogue: À Descoberta de Vila Flor
domingo, 6 de abril de 2008
Na Linha do Tua - 2

Ontem foi dia de mais uma etapa À Descoberta da Linha do Tua e do Rio. Depois da experiência da primeira etapa que me levou do Cachão à Ribeirinha, pensei na melhor maneira de continuar, em direcção ao Tua. Optei por descer parte da linha na automotora, partindo da Ribeirinha e fazer o caminho de regresso caminhando (2). Depois de

O dia estava bonito, sem nuvens, quente, a convidar para o passeio ao ar livre. Pouco depois das 10 da manhã já estava na Ribeirinha. Estacionei o carro e ainda tive tempo de ir até ao rio tirar algumas fotografias. Às 10:30 chegou a automotora. Transportava 8 viajantes, o condutor, o revisor e um cão. Não era o único interessado em registar as belezas da paisagem em fotografia, havia pelo menos mais três pessoas. Em Abreiro entraram mais 4 pessoas, sem bagagem, com todo o aspecto de viajarem por prazer.

Quase sem dar conta, estava na Brunheda. Desci da automotora e esta continuou em direcção ao Tua. Comecei a caminhada de regresso exactamente às 11 horas. Calculei que percorrer o caminho me levasse 2 horas e 3 para tirar fotografias.

Pensei em subir à ponte para ter uma boa perspectiva da linha e da estação, mas desisti, isso ira levar-me bastante tempo.
A primeira coisa que me surpreendeu, foi a quantidade de vinhas que estão a ser plantadas nas encostas do Tua! Havia muitos grupos a trabalhar em novas vinhas. Ao contrário do que se imagina, existem nas duas encostas do rio muitas terras ainda cultivadas. A maior parte são vinhas, mas há também oliveiras e amendoeiras. A segunda, foi a quantidade de ninhos que há nos barrancos da linha.


A segunda açude vim a encontrá-la junto ao apeadeiro de Codeçais. Também aproveitei para descer ao rio e fazer algumas fotografias. Na ombreia da porta da azenha pode ler-se com facilidade os anos de 1879 e 1939. Neste ponto, faz-se a divisão de 3 concelhos: Carrazeda de Ansiães, Murça e Mirandela. Pouco depois de subir à linha, passou a automotora em direcção a Mirandela.

Depois de percorrer pouco mais de 5 quilómetros encontrei a primeira ponte. Identifiquei imediatamente o local. Só podia ser a ribeira que atravessa Freixiel a juntar-se ao Rio Tua. Encontram-se à direita da linha, a poucos metros, ruínas de várias casas. Deve ter existido aqui possivelmente alguma quinta. O rio sofre um estreitamento, as águas correm muito agitadas e fazem muito barulho.
Depois de andar 8 quilómetros estava na estação de Abreiro. Já tinha perdido a conta às fotografias, felizmente a bateria ainda estava para durar e, portanto, podia continuar. Após passar uma zona onde vale é mais aberto, depois da ponte de Abreiro, entra-se na zona mais agreste deste percurso. O rio estreitece de tal forma que parece ser possível saltar de um lado para o outro.

Depois da Ponte do Diabo, desci pelas fragas para fotografar alguns rápidos do rio. Esta zona é muito perigosa, deve haver poços com muita profundidade e águas muito violentas. O barulho era ensurdecedor.
Nas frestas das rochas crescem violetas e Jacinto-dos-campos (Hyacinthoides hispânica) com cores tão delicadas que são difíceis de fotografar. As águas agitadas do rio pareciam agora de outra cor.

Entretanto verifiquei que estava quase na hora da automotora passar de novo em direcção ao Tua. Tomei posição num ponto alto e esperei pacientemente. Às 16:50 a automotora passou, permitindo-me mais algumas fotografias.
Pouco tempo depois a violência das águas foi diminuindo gradualmente. O rio alargou-se e surgiram enormes árvores nas suas margens. A Ribeirinha estava perto! Abandonei a linha e segui mesmo junto à água até chegar à aldeia. As águas estavam calmas e os reflexos da folhagem formavam harmoniosos quadros.

Cheguei à estação já eram seis horas. Ultrapassei em duas horas a minha previsão, mas fiz o percurso sem pressas, descendo ao rio várias vezes e tirando mais de 1300 fotografias. Não senti cansaço, apenas alguma fadiga nas pernas e o pescoço a ferver do sol que apanhou. Fazendo o percurso pela linha seriam mais ou menos 12 quilómetros. Com as voltas que dei, não faço ideia quantos quilómetros percorri.

Já sinto muita vontade de fazer o resto do percurso até ao Tua.
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