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Cheguei à estação de Abreiro exactamente às 15 horas. Apesar de ser relativamente cedo, o sol tocava já o alto dos montes, mergulhando a linha nas sombras. Vai ser mais complicado percorrer a Linha do Tua durante o Outono e Inverno - Pensei eu. Mesmo assim, decidi fazer um curto passeio até à ponte da Cabreira.
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A linha, sem movimento, pareceu-me moribunda, já com os carris cheios de ferrugem. Concentrei a minha atenção no rio, procurando fotografar os reflexos dourados com que, pouco a pouco, o vale se ia cobrindo.
Apesar do frio, muito frio, há ao longo da linha condições climáticas privilegiadas e encontrei algumas plantas em flor. Também o espinheiro deu uma amostra de cor, com os seus frutos bem vermelhos.
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Encontrei vários Corvo-marinho-de-faces-brancas (Phalacrocorax carbo). Apesar de não serem muito frequentes em bando, já os avistei várias vezes no Rio Tua, no Rio Sabor e vi um grande bando na barragem de Fontelonga, em Carrazeda de Ansiães.
A garça real (Ardea cinérea) também é uma presença habitual nestas paragens.
Quando cheguei à ponte da Cabreira já pouca luz havia para tirar fotografias, mas ainda era relativamente cedo, quatro da tarde. Decidi andar mais um pouco até ao apeadeiro de Codeçais. Entreti-me a fotografar os reflexos no rio, pareciam pinturas a aguarelas!
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No apeadeiro, desci ao rio junto da açude que alimentava uma azenha. Um melro d’água (Cinclus cinclus) lançou um estridente alerta à minha chegada. Esta simpática ave, de peito alvo e dorso escuro, faz-me lembrar uma carriça (em ponto grande). Avancei para o meio do rio, pisando as pedras do açude, a fim de fotografar os últimos raios de sol que douravam a vegetação a jusante. O melro d’água voou perto de mim mostrando que aquele território lhe pertencia. Sentei-me nas rochas saboreando o momento e a agitada ave não se coibiu com a minha presença. Mergulhou uma vez e mais outra na espuma da cachoeira. Olhava-me com vaidade como que dizendo: – Estás a ver do que sou capaz? Nunca tal me tinha acontecido!
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Um outro melro passou em voo rasante e uma alvéola-amarela (Motacilla flava) mostrou-se enciumada, posicionando-se também para a fotografia. Infelizmente a luminosidade já era pouca e também não consegui avançar mais para o centro do rio. Fiquei no local durante mais de meia hora. Quando as sombras cobriram todo o vale, só brilhando o cume dos cabeços empreendi, a toda a pressa, a viagem de regresso à estação de Abreiro.
Cheguei à estação às 7 da noite, já as trevas tomavam conta de tudo.
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A paisagem da zona que percorri não apresentava ainda as cores de Outono que procurava. As fotografias retratam sobretudo o rio, mas a linha e o rio são indissociáveis, duas janelas para olhar o mesmo vale.
1 comentário:
Belos reflexos Anibal. Parabens!
Quando decidires fazer um passeio de Outono pela Linha/Rio, diz algo.
Jorge Delfim
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