terça-feira, 31 de março de 2009

Dois dia na Linha do Tua, com o apoio de um carro


Os pedidos de informação não param de chegar.

"Já tinha esta ideia à algum tempo, mas nunca encontrei companheiros para ir comigo.
Moro um pouco longe, e hoje comentando este meu interesse para fazer o percurso com alguns amigos, eles mostraram-me muito interessados na ideia, e estamos a planear ir aí no fim de semana (3 dias).
Eu conhecia o teu blogue, e sei que tem essa informação toda, mas cheguei à pouco a casa entusiasmado com a possibilidade de fazer esta viagem em breve, que não estive a re-vê-lo com atenção.
Nós também somos apaixonados pela natureza e fotografia, ...
A minha ideia inicial seria fazer 2 dias de percurso, e tenho a consciência que não farei a linha toda!
Gostava de começar em Foz-Tua e subir para Norte. Penso que a primeira parte será a mais espectacular, com os túneis, viadutos e pontes.
Pensamos no máximo fazer 20km num dia e noutro um pouco menos talvez.
O restante troço ficará para uma próxima oportunidade.
...
Em relação aos transportes, neste momento somos 4 pessoas, e em princípio só levaremos um carro. Se conseguirmos táxis para nos levar nos fins dos percursos para a zona onde deixámos o carro seria óptimo. "


Esta possibilidade está pensada para dois dias, voltando ao fim do dia ao local de partida, onde se deixou o carro. Tudo está pensado para utilizar os táxis/metro da Linha do Tua. O recurso a um táxi que não os do serviço da linha pode encarecer bastante o passeio.

1.ª Etapa / Foz-Tua- Brunheda (21,2 km)
  • Este é o percurso que mais entusiasma os visitantes.
  • A partida é de Foz-Tua deixando aí o automóvel e seguindo a pé.
  • Acho que pelo menos 6 horas de caminho, são suficientes.
  • É importante chagar à Brunheda por volta das 5 da tarde.
  • O regresso de Brunheda a Foz-Tua é feito no Táxi ao serviço da Linha.
  • Chegada a Foz-Tua às 18:02.
A dormida pode ser em vários pontos. Há dormidas em Foz-Tua (278681116); em Alijó, em Carrazeda de Ansiães, Pombal de Ansiães e Vila Flor. A mais próxima da partida da segunda etapa é Vila Flor.

2.ª Etapa / Mirandela - Ribeirinha (20,2 km)
  • Este percurso é numa zona completamente diferente do da primeira etapa.
  • É importante estar na estação da Ribeirinha às 7 da manhã, hora que parte o táxi para o Cachão.
  • No cachão, mudar para o metro (comprar bilhete!);
  • O metro vai chegar a Mirandela às 7:40 da manhã.
  • Voltar à Ribeirinha a pé (21,2 km).
Para a caminhada ficar mais curta, basta avisar o condutor do metro para parar num dos locais intermédios e sair:
  • Cachão - Ribeirinha (8 km)
  • Frechas - Ribeirinha (11,1 km)
  • Latadas - Ribeirinha (14,6 km)
Vamos lá, toca a caminhar...

Maio de 2011
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Plano para dois dias na Linha do Tua


São muitas as pessoas que pretendem conhecer a Linha e o Rio Tua de perto. Os pedidos de informação chegam quase diariamente, vindo de pessoas a título individual ou de grupos. A ideia é sempre a mesma: descobrir as belezas de uma paisagem única prestes a ser destruída.
Aqui fica mais uma achega:
"Este e-mail vai no sentido de o questionar sobre o que devo assegurar para uma caminhada de dois dias na linha do Tua, sendo que partirei do Porto no Inter-Regional que chega ao Tua às 9.57h e queria chegar a Mirandela por volta das 16h/17h do dia a seguir.

Que recomendações quanto ao percurso e etapas, material, locais de pernoita ao ar livre?"
Antes de responder às questões, há factores que condicionam as respostas e que seria importante conhecer. São disso exemplo a preparação física de cada um e as exigências em termos de equipamento para pernoitar (e o seu equivalente em peso a transportar).
Partindo do princípio que as pessoas não estão habituadas a grandes caminhadas; não estão dispostas a um grande esforço; não pretendem transportar consigo muito peso; têm condicionantes de horários; esquematizei o seguinte:


  • quatro etapas: a primeira, para fazer a pé, de 15,6 km de Foz-tua a S. Lourenço; a segunda, para fazer a pé, no segundo dia, de 6,6 km, entre S. Lourenço e Brunheda; a terceira, de taxi, para apanhar o Metro no Cachão, até Mirandela (4.ª etapa).
  • Assim, é percorrida toda a extensão de Foz-Tua a Mirandela (com 21,2 km a pé).
  • A distribuição poderia ser diferente não fosse a condicionante de estar às 16/17h em Mirandela.
  • A primeira etapa, mesmo com algum peso faz-se muito bem e não tem limitações de horário, podendo ser feita nas calmas.
  • O melhor lugar para pernoitar ao longo da linha, é o apeadeiro de S. Lourenço (mais concretamente nas Caldas): é servido por uma estrada alcatroada, tem água potável, tem água quente para banho (Caldas de S. Lourenço); tem bons lugares para montar tendas; tem mesas; tem locais onde se pode dormir, mesmo sem tenda; tem um bom hotel a poucos quilómetros(!), etc.
  • A caminhada do segundo dia é muito curta, mas não dá para fazer mais e conseguir apanhar o táxi (não se espera na estação, mas sim junto ao cruzamento do caminho da estação com a estrada nacional, a algumas centenas de metros da linha, em direcção à freguesia de Brunheda).
  • No Cachão abandona-se o táxi e apanha-se a automotora até Mirandela.
  • Em Mirandela ainda dá para comer um bom almoço, passear e descansar.
Recomendações:
  • Faz muito calor no vale, é necessária água e protecção para a cabeça;
  • Um bom calçado é aquele que é bem ajustado ao pé, mas rijo. O calçado maleável não é bom para caminhar sobre as travessas e maça muito os pés;
  • No trajecto Foz-Tua a Brunheda só há sinal de telemóvel (Vodafone), em dois ou três locais (ver recomendações para a 1.º Etapa aqui);
  • Depois de fazer o trajecto é conveniente mandar um testemunho para este Blogue (texto e imagens. Estou a brincar :-)).
Contacto do Hotel Rural Flor do Monte (Pombal de Ansiães) : 351 278 660 010
Táxi, para alguma emergência: 278 617351 / 964054167 / 966796765


Maio de 2011
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O que diz a comunicação social - Mar09

Outras notícias

segunda-feira, 30 de março de 2009

Foz-Tua - Mirandela em 3 etapas


Depois de ter feito 17 caminhadas na Linha do Tua durante um ano, estudei um conjunto de 3 etapas de forma a fazer o percurso de Foz-Tua a Mirandela, tendo sempre a possibilidade de voltar ao ponto de partida, ou utilizando os táxis, que fazem o serviço da Linha, ou o Metro (na terceira etapa).
1.ª Etapa - Brunheda- Foz- Tua a pé
  • Esta é a mais longa das 3 etapas, começando a caminhada na Brunheda, regressando à mesma, de táxi;
  • Não há grandes possibilidades de fazer a etapa mais pequena uma vez que os acessos são escassos e maus;
  • Uma alternativa é Foz-Tua - S. Lourenço (16 km), mas depois não há transporte de volta (nem rede de telemóvel);
  • Uma estimativa do tempo necessário pode ter por base os 4 km por hora, menos parece-me apertado;
  • Há dois locais onde é possível recolher água (pouco antes do Castanheiro (7,6) e antes do S. Lourenço (15,3));
  • Na Brunheda só há sinal de telemóvel (Vodafone) na extremidade da ponde rodoviária, do lado do concelho de Alijó;
  • Não há mais rede até um determinado ponto junto a S. Lourenço (16,4 Km);
  • O sinal de telemóvel é bom depois do Túnel da Falcoeira (9,2km) até 2 km de Foz Tua, em Foz-Tua não há rede;
  • Nesta etapa há três túneis, uma ponte e dois viadutos (não são necessárias lanternas, mas a altura dos viadutos podem assustar);
  • Depois de chegar a Foz-Tua, não há onde tirar bilhete; o táxi parte da estrada, junto ao restaurante.
  • O percurso também pode ser feito partindo de Foz-Tua, já o fiz no dois sentidos, mas devido aos transportes dá-me mais jeito fazer o percurso descendente. A alternativa, partindo de Foz-Tua é a seguinte:

  • Em Brunheda o táxi deve ser esperado junto ao cruzamento da estrada nacional com a que desce para o apeadeiro.
2.ª Etapa - Cachão - Brunheda a pé
  • Esta caminhada tem 20,7 km, começa no Cachão até a Brunheda, regressando ao Cachão de táxi;
  • Pode-se fazer o reabastecimento de água no Cachão (no café); em Vilarinho das Azenhas (tem que se subir à aldeia, não é prático); na Ribeirinha (no apeadeiro) e em 3 locais antes e depois de Codeçais;
  • Há sinal de telemóvel do Cachão até à Ribeirinha e em Abreiro; depois não há em mais nenhum ponto;
  • Não há túneis, nem viadutos; há três pontes;
  • É possível dividir esta etapa em várias mais curtas, mas tem que haver um transporte de apoio.
3.ª Etapa - Cachão - Mirandela a pé
  • Esta é a mais curta das 3 etapas e a única em que se pode andar de metro na linha;
  • Em Frechas não há água na estação, mas há um café logo depois da ponte na ribeira, à entrada da aldeia;
  • Penso que há sempre sinal de telemóvel nesta etapa;
  • Há duas pequenas pontes e um túnel também curto.

  • Esta etapa também pode ser feita saindo de Mirandela de metro e voltando a Mirandela a pé.

Embora não haja circulação de composições na linha (entre Cachão e Foz-Tua) isso não quer dizer que não haja perigos. Continua a ser proibido circular a pé pela linha.

Pontos de abastecimento de água


Maio de 2011
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domingo, 29 de março de 2009

A Linha do Tua no Inverno (2)

Hoje o dia não foi muito feliz para os que ainda acreditam que a Linha do Tua se vai manter, permitindo a todos os que queiram poder descobrir esta paisagem maravilhoso. Circula a informação de que a Linha do Tua afinal já não reabre na dada prevista!
Hoje partilho a segunda parte da viagem de Inverno, que mostra o percurso entre Brunheda e Mirandela. Apesar das imagens serem todas da época de Inverno, por vezes sentimo-nos na Primavera. Foram momentos inesquecíveis passados na Linha que também é TUA.

sábado, 28 de março de 2009

A Linha do Tua no Inverno (1)

Tentei juntar num pequeno vídeo (vídeo e fotografia com fundo musical) o percurso de Foz-Tua a Mirandela, resultante de três ou quatro caminhadas na Linha, durante os meses de Inverno. Não consegui. Decidi dividir o vídeo a meio e a primeira parte, que partilho hoje, percorre o espaço desde Foz-Tua a Brunheda. São muitas horas de caminho, muitas fotografias, mas é-me impossível mostrá-las todas.
Aqui ficam então algumas:

quarta-feira, 25 de março de 2009

Comunicado do MCLT


Esta noite foram encerradas as Linhas do Corgo e do Tâmega. Na calada da noite e sem aviso prévio, tal como aconteceu em 1992, com a Linha do Tua, quando o Governo de então era chefiado pelo actual Presidente da Republica, o Prof. Aníbal Cavaco Silva.

As razões, as mesmas de sempre, a segurança! Este Governo não investe em Trás-os-Montes: fecha por motivos de segurança ou de economias de facilitismo de curto prazo.

O Movimento Cívico pela Linha do Tua, não pode deixar de mostrar um profundo desprezo pelas iniciativas deste Governo no que toca às suas politicas para o caminho-de-ferro no Interior transmontano e à forma como atenta contra a dignidade das pessoas que teimam em viver na região. Viver no Interior profundo, viver em Trás-os-Montes, é uma prova de resistência e uma prova de amor à terra, no seu sentido mais profundo, que poucos parecem entender.

O Movimento Cívico pela Linha do Tua solidariza-se com as populações das zonas afectadas pelo encerramento das linhas do Corgo e do Tâmega, e espera que os deputados eleitos pelos circulos de Vila Real, Bragança e Porto, se manifestem e defendam os interesses dos cidadãos que os elegeram; uma oportunidade e um privilégio de poucos e que até ao momento têm ignorado, de forma politicamente consciente e pouco digna, convém sublinhar.

Exigimos assim, à semelhança do que tem sido a nossa postura face à Linha do Tua, respeito pelos utentes e pelas populações locais. Uma vez que se o esforço de consolidação de segurança é louvável, já não o é o estado a que deixaram chegar a infra-estrutura para ser preciso encerrá-la na sua totalidade. Ou, de forma tão flagrante como aquando da Noite do Roubo em Bragança em 1992, não estão a ser honestos quanto à verdadeira intenção destes encerramentos, pelo que se exige um plano de modernização e o início da intervenção na via imediatamente, e não em datas que nem a própria tutela sabe adiantar porque nem sequer pensaram nestas.

O Tua, Corgo e o Tâmega são sustentáveis e só terão futuro com as populações e para as populações.

Pelo desenvolvimento sustentável de toda a região duriense e transmontana,

Movimento Cívico pela Linha do Tua, 25 de Março de 2009
www.linhadotua.net
Contactos: 91 682 22 37 / linhadotua@gmail.com

terça-feira, 24 de março de 2009

Quatro estações a percorrer a Linha

Com a minha caminhada do dia 12 de Março acabei mais uma viagem completa entre Foz-Tua e Mirandela, a de Inverno. Foi em Marco de 2008, mais concretamente dia 28 de Março que iniciei esta odisseia. Já tinha visitado várias vezes a Linha, mas essa caminhada foi a primeira em que houve a intenção de completar toda a extensão da linha fazendo pequenos percursos, como etapas.
No início o objectivo era fazer o trajecto de Foz-Tua a Mirandela, mas, mal o terminei em Maio, senti que não podia ficar só por isso.
Surgiu a ideia de fazer também o mesmo percurso no Verão, depois no Outono, e, finalmente, no Inverno. Em cada estação fui descobrindo novas paisagens, novas espécies, novo prazer para voltar à linha com mais entusiasmado.
Conhecer as Linha nas quatro estações mudou a minha forma de a encarar. Se a Primavera realçava o colorido de algumas zonas em que a linha aparecia num tapete de papoilas vermelhas, no Verão os tons amarelos e pastel da erva seca emprestavam transparência às curvas, que se incendiavam com raios de sol também dourado. No Outono veio o azul da água contrastado com os tons amarelos e laranjas das folhas das caducifólias. No Inverno nevou, esteve nevoeiro, o caudal subiu e vieram outras aves.
A ideia geralmente aceite de que a linha mais bonita entre Foz-Tua e Brunheda não faz para mim qualquer sentido. Sem dúvida que percorre locais inacessíveis onde o granito, mais duro, manteve o vale selvagem, impressionante, mas outras zonas têm diferentes atractivos. Depois da Brunheda o rio Tua e a Linha aproximam-se, passam a ser companheiros permitindo cenários de grande beleza. Também ganham dimensão as árvores que ladeiam o rio, permitindo tonalidades como as que estamos habituados a ver na televisão, mas que julgávamos inexistentes próximo de nós. Há também mais espécies de seres vivos, mais vida próximo do rio.
Foram 16 caminhadas que somaram mais de 200 quilómetros. Há excepção de uma, que foi feita com os meus filhos, em todas as outras caminhei sozinho. Não porque faltassem pessoas com vontade de percorrerem a linha a pé, mas sim porque quase nunca tive horário, nem apoio, sendo cada etapa uma aventura solitária às vezes com algum risco. Talvez sentisse ciumes de partilhar tanta beleza e por isso me apeteceu caminhar sozinho, sentindo de onde em onde o olhar inquisidor dos chapins ou a companhia sorrateira do melro azul.
Em termos de fotografias, são mais de 12 mil, ultrapassando 60 por quilómetro percorrido e mais de 230 por cada quilómetro de linha. São muitas recordações.

O Blogue “A Linha é TUA” só nasceu a 15 de Julho já depois de meia dúzia de etapas percorridas. Juntou informação que já tinha escrito em três blogues distintos (Frechas, Vila Flor e Carrazeda de Ansiães). Nunca foi um blogue muito popular, sendo consultado com regularidade pelos apaixonados pela Linha do Tua e por muitos que se pretendiam aventurar a percorre-la, a pé ou de Metro. Infelizmente em Agosto de 2008 aconteceu mais um acidente. Decidi que isso não alteraria a minha vontade de continuar a percorrer a linha, embora tenha dificultado bastante as minhas deslocações para as etapas seguintes.
Graças ao apoio de alguns movimentos, sítios web e blogues, este espaço foi criando visitantes assíduos, e alguns admiradores. Soma 6900 visitantes em pouco mais de 8 meses.
Qual é o futuro? Pretendo continuar a percorrer a Linha do Tua divulgando as suas belezas em fotografia. Acredito que ainda é possível salva-la e por isso não olho a esforços tentando, a meu modo, sensibilizar as pessoas para o património que está ameaçado.
No imediato aguardo com ansiedade a reabertura da circulação de composições em toda a extensão da linha, porque, mesmo percorrendo-a a pé, é triste não sentir o barulho da composição a percorrer os carris, fazendo eco ao longo do vale.

sexta-feira, 20 de março de 2009

De Abreiro a Brunheda

Depois de ter deixado terminar o Outono sem ter percorrido a Linha do Tua de Foz-Tua a Mirandela, não quis que o mesmo se passa-se com o Inverno. Por isso, no dia 12 de Março, aproveitei a tarde para fazer mais uma caminhada na linha. Não gosto muito de iniciar as caminhadas à tarde, não há nada como o céu azul da manhã para se conseguir fotografias com impacto.
Cheguei à estação de Abreiro às três da tarde. Estudei a etapa até Brunheda (8,1 Km), para fazer em pouco mais de três horas. A dificuldade destas etapas, para não necessitar do apoio de ninguém, é acertar com os horários do táxi, que agora só já têm três percursos diários. Ainda pensei que poderia voltar para Abreiro a pé, mas seria completamente impossível.
Perto da ponte de Abreiro andavam a trabalhar na linha. Pelo que pude perceber, o trabalho consistia na limpeza de alguma vegetação invasora, mas também na furação das travessas e mudança do tirefonds de lugar. Os anteriores furos são tapados, para impedir que a travessa apodreça depressa.
Fui encontrar aqui as campainhas (Narcissus triandrus) que eu sabia existirem mas que ainda não tinha encontrado. Mesmo sem ter chegado a Primavera, já há muita vida e muita cor na vegetação.
O passeio até à ponte da Cabreira é muito agradável. Foi a sexta vez que fiz este percurso a pé e sempre tive dificuldade em fazer fotografias entre a ponte da Cabreira e o apeadeiro de Codeçais. A zona é muito sombria e o sol a iluminar o cume dos montes só dificulta. Houve alguns momentos de desânimo.
A torga (Erica arborea L) está em flor. Talvez a sua tonalidade alba tenha inspirado um casal de namorados que por ali passeavam, apaixonados. Depois passar o apeadeiro o rio iluminou-se. Apesar do sol estar cada vez mais baixo, a paisagens muda bastante, sendo visíveis muitos vinhedos, alguns novos. Esta é a zona em que uma possível barragem pode causar mais danos em terrenos agrícolas.
Continuei a de dedicar atenção há flora. No barranco da linha aparecem muitas espécies em flor! Até um ramo de violetas (Viola odorata) apareceu para aromatizar a minha tarde!
Foi já quando o sol pareceu pousar na linha à minha frente, no horizonte, por sobre os carris, que me comecei a entusiasmar verdadeiramente com a fotografia. Não são boas condições, fotografar em contraluz, mas é um óptimo desafio. Perdi a pressa, deixei-me levar pela luz doce, embalado pelo barulho das águas e pelo canto dos pássaros que se despediam do dia com doces melodias.
Às seis da tarde cheguei ao apeadeiro da Brunheda. Assaltava-me a dúvida se teria ou não transporte para Abreiro. Desviei-me da linha e subi a encosta procurando sinal de telemóvel.
Com alguma dificuldade consegui ligação com um dos taxistas que faz o serviço da Linha do Tua. Estava com sorte, o táxi passaria pouco antes das dezanove horas. O tempo foi passando e veio a noite. O meu receio era que o táxi não parasse e eu com a luz dos faróis não conseguia distinguir o táxi de qualquer outro carro.
Quase às dezanove horas o táxi parou! Curiosamente já trazia 4 passageiros. A viagem de volta à estação de Abreiro foi rápida e sem história. A noite tomou conta de tudo, apenas brilhavam os carris na minha memória, da cor do ouro.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Não sou o único

Nunca tive dúvidas dos valores que defendo, mas, de vez em quando, sabe muito bem encontrarmos alguém que trava as mesmas lutas. Numa das minhas viagens à linha do Tua fui encontrar um realizador a recolher imagens para um filme! A Linha do Tua vai virar estrela (já é) e o sr Abílio, que trocou as vistas largas do Planalto Mirandês e a sua terra natal Urrós, pelo vale afunilado do Tua será uma das personagens. Aqui os vemos, ao sol pôr, saboreando a tranquilidade na Ribeirinha.

terça-feira, 17 de março de 2009

Em direcção à luz

Na última caminhada na linha andei até que o sol se escondeu. Perto da Brunheda os últimos raios de sol reflectiam-se nos carris criando uma atmosfera mágica com o som das águas do rio e o chilrear dos pássaros que pressentem a Primavera.

segunda-feira, 16 de março de 2009

La Ligne du TUA - Un chemin de fer centenaire menacé

Caros amigos,
A Linha do Tua vai ser apresentada em Paris, a todos os curiosos e interessados nesta causa, através do olhar de mais um amigo, o fotógrafo José Miguel Ferreira. De 17 a 26 de Março de 2009.
Agradecemos a vossa colaboração na divulgação desta iniciativa que promove a Linha do Tua além-fronteiras, bem como o crime cultural e patrimonial que o Governo português pretende levar adiante, a qualquer custo, numa zona classificada pela Unesco.
Caso não visualize correctamente esta mensagem, poderá obter toda a informação na página do MCLT (www.linhadotua.net) e na página do José Miguel Ferreira (www.jmferreira.net), onde além de outros trabalhos, encontrará também as versões francesa e inglesa do texto que acompanha as fotografias, para uma mais ampla divulgação.
Muito obrigada e até breve!
Movimento Cívico pela Linha do Tua

sábado, 14 de março de 2009

Caminhada Brunheda - Tua (2)


Miguel Pereira realizou com alguns amigos, uma caminhada na Linha do Tua, entre Brunheda e Foz-Tua, em Abril de 2008. Agora que está a planear voltar a percorrer estes bonitos cenários, brinda-nos com algumas fotografias que fez na primeira caminhada.




Obrigado Miguel Pereira.

(Ver outras fotografias desta caminhada)

quarta-feira, 11 de março de 2009

Frechas vista da Linha do Tua

Na minha última passagem por Frechas, à descoberta dos encantos da Linha do Tua, levei comigo uma pequena máquina fotográfica que grava vídeo. Juntei alguns com as fotografias que tirei e fiz este pequeno vídeo. É a visão de Frechas a partir da Linha do Tua. As imagens foram captadas desde as Latadas até próximo do Cachão, mostrando a Linha, o rio, a estação o Túnel de Frechas, a Ponte da Carvalha, etc.
É um pouco do ambiente e da paisagem no mês de Março.

terça-feira, 10 de março de 2009

Mirandela-Cachão, a pé


Dirigi-me para o Cachão quando o sol pintou de vermelho a capelinha no cabeço da Senhora da Assunção. O dia ia estar fantástico, pressenti isso mesmo quanto perscrutei o horizonte lá para os lados da serra do Reboredo ainda antes do sol nascer.
Lá ao fundo do vale, onde o Tua serpenteia, havia várias colunas de fumo espesso. As indústrias têm os seus senãos e a poluição atmosférica é um deles.
No Cachão ainda tive tempo para tomar um café, a automotora ainda não tinha chegado, o que aconteceu poucos minutos depois das sete da manhã. Delineei a etapa como começando em Mirandela, pelo que me desloquei de automotora entre o Cachão e Mirandela, deixando o carro no Cachão.
Depois de chegar o táxi (percurso Ribeirinha-Vilarinho-Cachão), a automotora partiu pachorrentamente para Mirandela. O sol, ainda a medo, pintava de cores quentes as copas das árvores. A viagem não durou nem meia hora. Quando cheguei à estação já o dia estava luminoso e o céu impressionantemente azul.
Gastei alguns minutos deambulando pela estação, não se via vivalma! Comecei a minha caminhada quando fui surpreendido com os reflexos da cidade no rio. Nunca até esse momento tinha compreendido tem bem a expressão “Princesa do Tua”! A luz da manhã, a calma das águas do Tua e o silêncio da cidade, favoreceram o tal clima de intimidade necessário para uma boa fotografia. “Perdi” mais de uma hora, só fotografando o rio!
Sem pressas iniciei a minha caminhada em direcção ao Cachão. Os mais madrugadores aproveitaram a frescura da manhã para alguns trabalhos nas hortas. Podam-se os pessegueiros, plantam-se as batatas, colhem-se os grelos antes que as flores desabrochem no seu amarelo intenso.
A caminhada foi-se fazendo matizada em quatro cores: o amarelo dos grelos e do manto de flores no olival; o azul do céu que se fundia com o das águas do Tua e o verde; verde das oliveiras e das searas. A estas três veio juntar-se o branco imaculado das nuvens que se fundiam aqui para tomarem formas bizarras mais além.
A automotora passou de novo em direcção ao Cachão.
O sol queimava a pele, pouco habituada ao ar livre. Pouco depois do Choupim desci ao rio, coloquei-me no meio do pontão desafiando as águas que passavam agitadas. Só as aves me faziam companhia. Apeteceu-me ficar por ali sentado à sombra a saborear o ar bucólico do lugar, mas voltei à linha.
Pouco depois estava no apeadeiro de Latadas. A minha atenção centrou-se num campo atapetado de margaridas. Rebolei-me no chão procurando o melhor ângulo, até que, satisfeito, recomecei a caminhada. Era quase meio-dia e pouco tinha ainda percorrido.
Para completar a má impressão que já tinha da fábrica de óleos que está implementada nesta zona, bastou olhar para a “água” que a mesma lança para o rio. Será desta água que se pretende fazer uma reserva com a barragem no rio Tua?!
A automotora passou de novo para Mirandela e pouco depois cheguei ao Túnel de Frechas. Perto da ponte da Carvalha foram as amendoeiras em flor que chamaram a minha atenção. Já são poucas as amendoeiras em flor, mas começam já a aparecer floridas as ameixoeiras e os pessegueiros.
À uma da tarde estava na estação de Frechas. Essa era a hora em que previa estar de regresso a casa para o almoço, mas entusiasmei-me de tal forma que estava bastante atrasado. Felizmente carregava na mochila alguns mantimentos, os suficientes para me animar mais alguns quilómetros.
A passo lento, mas sem grandes demoras, fui-me aproximando do Cachão. No rio ainda encontrei bastantes corvos marinhos e garças, mas são tão desconfiados que não permitem a aproximação de forma facilitar alguma fotografia.
Cheguei ao Cachão perto das duas da tarde. A caminhada andou à volta de 12 quilómetros. Foi a quarta vez que fiz este percurso, mas nunca me senti tão entusiasmado como nesta caminhada de Inverno!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Mais uma caminhada na Linha

No dia 7 fiz mais uma caminhada na Linha do Tua. Estas etapas feitas no Inverno apenas vêm confirmar a minha suspeição: a Linha é linda, em qualquer estação do ano.
Foi um prazer, como esta fotografia documenta.

sábado, 7 de março de 2009

Que andam estas máquinas aqui a fazer?

Silvano não entende o dinheiro que está a ser gasto na manutenção da linha do Tua, que está encerrada desde o acidente de Agosto.
Apesar disso, como não há uma decisão governamental conhecida sobre o futuro, o autarca, que é também presidente do Metro de Mirandela - que faz o transporte dos passageiros -, garantiu hoje que "três equipas continuam a fazer intervenções em bocados da linha, nomeadamente onde houve acidentes".

Partilho da ideia do Presidente da Câmara de Mirandela: se a construção da barragem é a única saída que esta maioria vê (com o silêncio de todos os deputados do PSD e do CDS), porque se continua a gastar dinheiro em algo que não vai servir para nada?
Esta fotografia foi tirada no dia 24 de Janeiro, a menos de 3 quilómetros de Foz-Tua, ou seja na zona onde a linha deve ficar completamente submersa! Que andam estas máquinas aqui a fazer?


quarta-feira, 4 de março de 2009

Caminhada Brunheda - Tua (1)


Miguel Pereira realizou com alguns amigos, uma caminhada na Linha do Tua, entre Brunheda e Foz-Tua, em Abril de 2008. Agora que está a planear voltar a percorrer estes bonitos cenários, brinda-nos com algumas fotografias que fez na primeira caminhada.




Obrigado Miguel Pereira.

(Continua aqui)