segunda-feira, 24 de maio de 2010

Em Foz-Tua

Este era o aspecto da Linha do Tua no início do mês de Maio, poucos metros antes do Viaduto das Presas, logo à saída de Foz-Tua.

1 comentário:

mario carvalho disse...

Lá se foram as promessas

linha do Douro, do Tamega e Corgo... já eram.. linha do tua já nem se fala

in publico


Refer suspende obra que já estava adjudicada
Por Carlos Cipriano

Mota Engil estava prestes a começar obras, mas nova política de contenção no Estado mudou planos


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PartilharImprimirComentarEnviarDiminuirAumentarA Mota Engil, em consórcio com a empresa Obrecol, é uma das primeiras empresas afectadas pela travagem brusca da Refer nos projectos ferroviários previstos para 2010, à luz da nova política de contenção orçamental.

A gestora de infra-estruturas ferroviárias tinha adjudicado às duas empresas, por 55 milhões de euros, a modernização de um troço da linha do Norte entre Mato Miranda (concelho de Golegã) e Entroncamento, mas acabou por suspender a obra a poucas semanas de assinar a sua consignação.

O consórcio chegou a montar o estaleiro ao lado da via férrea, para onde fez deslocar pessoal, mas mandou regressar os operários depois de a Refer lhe ter comunicado que aquela empreitada fazia parte do pacote de obras suspensas. A empresa pública explicou aos adjudicatários que ainda não está decidido se a obra será relançada no fim do ano ou se o concurso será anulado.

A partir do momento em que o contrato de adjudicação foi assinado, o consórcio poderá pedir uma indemnização caso a obra não avance, mas a Mota Engil, contactada pelo PÚBLICO, não quis esclarecer se irá ou não avançar com essa acção.

O troço de Mato Miranda ao Entroncamento tem uma extensão de 12 quilómetros e a sua modernização custa 55 milhões de euros porque é necessário mudar toda a infra-estrutura, desde os carris, travessas e balastro, até ao próprio leito de via, que está degradado devido à secular proximidade do Tejo. A sua não modernização obrigará, a prazo, a reduzir a velocidade dos comboios por questões de segurança, penalizando assim a operação da CP.

Além desta obra, a Refer está a reanalisar praticamente todos os seus projectos, seguindo orientações do Governo para fazer grandes cortes no seu plano de investimentos, que era de 814 milhões de euros para este ano.

Este valor é o dobro do investimento médio dos últimos dez anos daquela empresa, mas uma terça parte era para ser aplicado em obras directamente relacionadas com a alta velocidade.

O PÚBLICO apurou que uma das maiores preocupações do Conselho de Administração da Refer está relacionada com troços da linha do Norte que precisam de intervenção urgente, nomeadamente no Ribatejo e entre Ovar e Gaia, onde a infra-estrutura está "presa por arames" porque, perante a expectativa da sua modernização, se deixou a manutenção em patamares mínimos. Agora, sem dinheiro, a solução passará por reduzir a velocidade dos comboios adequando-a às condições da linha.

O novo cenário de contenção deverá levar também ao abandono das linhas do Corgo e do Tâmega e ao downgrade do projecto da linha do Douro que se limitará a uma requalificação entre Caíde e Marco de Canavezes, adiando-se a sua electrificação até à Régua.