quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Amieiro (2)


Depois de mais uma curva, o Amieiro, sempre voltado para o nascer do sol na esperança que o comboio volte a apitar e a fazer eco nos fraguedos que se estendem ao longo do rio.

domingo, 25 de outubro de 2009

O que diz a comunicação social - Out09

Outras notícias

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

120 anos de cultura em risco

Artigo de Isabel Fernandes, jornalista do "As Artes entre as Letras", que participou na caminhada organizada pela associação Campo Aberto no dia 4 de Outubro de 2009, entre Foz-Tua e S. Lourenço.
O Artigo foi publicado na citada revista











segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O Outono na Linha do Tua


No Sábado dei um passeio entre Vilarinho das Azenhas e o Cachão. Os sinais do Outono ainda não são muito evidentes. Choveu muito pouco e o caudal do rio é reduzido. As árvores de folha caduca mantém todas as folhas que ainda não começaram a mudar de cor. Os pilriteiros exibem os seus frutos maduros sendo a nota mais outonal que é possível encontrar. Também algumas plantas bolbosas começam a despontar da terra e a florir, é o caso do jacinto (Scilla autumnalis L.)

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Documentário Pare, Escute, Olhe



Dezembro de 1991: uma decisão encerra metade da linha ferroviária do Tua, entre Bragança e Mirandela. 15 anos depois, essa sentença amputou o rumo do desenvolvimento, acentuou as assimetrias entre o litoral e o interior de Portugal. Agora, o comboio é ameaçado por um Portugal esquecido, vítima de promessas políticas oportunistas

Estreia Oficial - Doc Lisboa 2009
  • 18 Out - 23h00, Cinema Londres - 2
  • 19 Out - 18h30, Culturgest
Cine Eco 2009 - Seia
  • 22 Out - 22h
Blogue do Documentário
Sítio oficial (Já é possível ver o Trailer)
Entrevista a Jorge Pelicano no youtube (parte 1) (parte 2)
Trailer no youtube

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Na Linha do Tua, do Tua a S. Lourenço


Habituado como estou a percorrer a Linha do Tua em solitário, com todo o tempo que um dia pode dar e o silêncio das fragas, foi com bastante expectativas que me encaminhei para Foz-Tua no dia 4 de Outubro para participar na caminhada organizada pela Associação de Defesa do Ambiente, Campo Aberto. O meu entusiasmo era ainda maior porque há várias semanas trocava email’s com a Associação que pediu a minha colaboração, como conhecedor do terreno. Sugeri várias alterações ao programa inicial, a maior parte delas foram aceites e estava tudo planeado para um grande dia.

A acompanhar-me, desde Vila Flor, estava o meu primo e amigo Adriano, incansável na defesa da Linha que quase lhe tirou a vida a 22 de Agosto de 2008 e que comigo ilustra este texto com fotografias suas.
Chegámos ao Tua pelas 9:30 da manhã. O movimento era pouco mas a situação foi-se alterando rapidamente. Estava prevista a presença de aproximadamente 100 pessoas, metade das quais se deslocariam por meios próprios para o Tua. A lista onde Bruno Meireles ia fazendo uma cruzinha de presença foi ficando completa e pouco depois chegou o autocarro que partiu do Porto com mais meia centena de participantes.

Depois de feitas algumas recomendações, dirigímo-nos para o quilómetro 0 para uma fotografia simbólica do início da caminhada.
Foi com entusiasmo que aquele grande grupo se “fez à estrada”. Crianças, jovens, idosos, homens e mulheres, todos com um sorriso na cara e uma grande vontade de descobrir os gigantes ciclópicos feitos de granito no vale do Tua, começaram a caminhar pela linha.

O primeiro obstáculo assustou alguns. O Viaduto das Presas é como que a porta do vale, juntamente com o Túnel das Presas. Quem consegue passar a porta entra pelo vale numa viagem sem grande esforço, o que causou alguma surpresa em certos participantes.

O grande grupo dividiu-se em quatro grupos mais pequenos, para melhor controlo, que entraram vale a dentro decididos. Nos primeiros quilómetros acompanhei um senhor que apenas pretendia ir até Tralhariz. Veio do Porto expressamente para a caminhada, mas, as suas raízes, estavam aí mesmo, entre S. Mamede de Riba Tua e Tralhariz. Conversámos sobre a história de seus pais e, tanto ele como eu, nos sentimos emocionados. O vale profundo não foi suficiente para afastar seu pai, de Tralhariz e trabalhar na estação, de sua mãe que vivia na outra margem, em S. Mamede. Depois de tantos anos passados voltou ao lugar onde os seus antepassados se cruzaram e foi com um ar muito feliz que se despediu de mim no apeadeiro do Castanheiro.

No meu grupo seguia além do meu primo, Bruno Meireles (especialista na flora), Vânia Seixas e a sua irmã (Parambos tinha que estar representado), mas o diálogo com outras pessoas também foi fácil e não faltaram temas para conversa: a malfadada barragem, a linha do Tua, a linha do Sabor, caminhadas incontáveis que cada um já tinha feito. Em pontos estratégicos fazia-se uma pausa e fotografias dos rochedos, do rio quase seco, da vegetação sedenta de água, até mesmo das costas suadas dos que seguiam à nossa frente.

O depósito de água junto ao apeadeiro do Castanheiro estava cheio, bem fresta, proporcionando a quem dele se apercebeu um bom momento para repor a água e recuperar alguma energia.
O sol foi-se mostrando e quando passámos o Túnel da Falcoeira já queimava nas costas. À sombra dos sobreiros abriram-se as mochilas para o já merecido almoço. Estavam percorridos 9,5 km e o relógio marcava a uma da tarde. Esperava que se juntassem todos naquele local, mas o distanciamento entre os vários grupos já era grande. Parti 45 minutos depois.

A Ponte de Paradela já não assustou ninguém. A passagem por Santa Luzia fi-la a passo rápido na intenção de recuperar a cabeça do “pelotão” coisa que não consegui. Muitos dos caminhantes apresentavam maior frescura física do que eu, avançando a bom ritmo.
Depois de chegarmos a S. Lourenço subimos às termas e esperámos pela chegada de todos os participantes. Foi mais de uma hora de espera. Houve tempo suficiente para uma visita, para um banho quentinho, ou para uma bebida fresca, uma vez que o bar, o velho bar de S. Lourenço, estava aberto.

Em três pequenos autocarros subimos ao Pombal. O lanche estava preparado no Hotel Rural Flor do Monte. A ementa era vasta e cheia de sabores regionais. Assim é que deve ser. De entre todos os petiscos, destaco os peixinhos do rio em escabeche, orelheira com grão-de-bico, rojões e também nabiças com feijão-frade. Do vinho nem vou falar. Para nós que conhecemos a região, basta pronunciar o nome Pombal, para percebermos que estamos a falar de boa pinga.

Ainda faltava a última etapa do programa, a visita ao Castelo de Ansiães. O autocarro com as pessoas que se deslocaram do Porto iniciou o regresso directamente do Pombal. Um pequeno autocarro seguiu para o Castelo. Pensei para mim que não teriam coragem de subir ao marco geodésico do castelo. Passava das 19 horas, era quase noite e depois da caminhada e do lanche a vontade de escalar as muralhas já era pouca (da minha parte). Enganei-me. Não só subiram ao ponto mais alto da muralha, como adoraram o velho castelo e as suas duas capelas, ficando até com pena de não terem mais tempo para explorarem e conhecerem melhor.

Pelas 19:30 partimos em direcção a Foz-Tua. Tínhamos deixado os automóveis junto da estação. Já não houve muito tempo para despedidas, partindo cada um em sua direcção não sem antes fazer um aceno amigável com a mão acompanhado de um “adeus, até à próxima”.
Foi um dia fantástico, dizia-me o meu primo. Quando lhe disse que o rio estava seco, as plantas amarelas e não havia flores, respondeu-me com toda a sabedoria – mas havia pessoas.

E é com as pessoas que termino. Foi bom encontrar tanta gente que gosta de passar um domingo a caminhar longe de todas as mordomias do mundo moderno. Foi bom encontrar alguns amigos, alguns já conhecidos outros ainda só do mundo virtual, mas que agora têm rosto.
À associação Campo Aberto o meu agradecimento, deram um bom exemplo a autarcas, agentes da sociedade civil e movimentos: se houver organização as pessoas vêm, e muitas.

Fotografias na Associação Campo Aberto

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Nós estivemos lá


Nós estivemos lá, na caminhada na Linha do Tua, no dia 5 de Outubro e não nos arrependemos. Foi um excelente dia a caminhar na Linha na companhia de um bom número de pessoas de todas as idades. Foi bom de ver e de viver...

Quem, dos caminhantes, colocar fotos on-line da caminha, deixe aqui um comentário, colocarei, com todo o gosto, uma ligação neste Blogue.

sábado, 3 de outubro de 2009

Caminha na Linha do Tua


Está tudo a postos para a caminhada pela Linha do Tua organizada pela associação Campo Aberto. É esperada cerca de uma centena de pessoas vindas dos mais diversos locais. Metade deslocar-se-á desde o Porto, em autocarro.
A concentração far-se-á junto à estação de Foz-Tua, por volta das 09h:30m da manhã.
O elevado número de participantes exige alguma disciplina e bastante logística para prevenir várias eventualidades. Haverá possibilidade daqueles que se sentirem mais cansados (sempre são mais de 16 km), poderem abandonar a caminhada em pontos intermédios do percurso (apeadeiros de Tralhariz e Castanheiro), sendo transportados para o Pombal em veículos todo-o-terreno. Também vai haver apoio dos bombeiros.
Se tudo correr bem o almoço será entre o 9.º e o 10.º quilómetro à sombra de frondosos sobreiros e com uma vista espectacular constituída pela linha, o rio e as formações rochosas das margem.


Apesar de não ser possível prever o estado do tempo de amanhã, hoje esteve um dia de sol, vendo-se ao longe alguma neblina. O vento esteve fresco.
A noite está fria, com algum vento e o céu está estrelado.

Páre, Escute, Olhe


Está para breve a apresentação do filme de Jorge Pelicano, "Páre, Escute, Olhe", sobre a Linha do Tua.

Portugal, 2009, 80’
Dezembro de 1991: uma decisão política encerra metade da linha ferroviária do Tua, entre Bragança e Mirandela. 15 anos depois, essa sentença amputou o rumo do desenvolvimento, acentuou as assimetrias entre o litoral e o interior de Portugal. Agora, o comboio é ameaçado por uma barragem. Pare, Escute, Olhe é uma viagem através de um Portugal esquecido, vítima de promessas políticas oportunistas.
Secção Competição Nacional
doclisboa 2009

Na fotografia podemos ver o sr. Abílio, ex-funcionário na Linha do Tua que ainda habita o apeadeiro de Ribeirinha e Jorge Pelicano.
18-04-2009 Ribeirinha

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Barragem de Foz Tua ocultada pelo governo à UNESCO

“OS VERDES” ACUSAM
BARRAGEM DA FOZ DO TUA OCULTADA PELO GOVERNO À UNESCO

O Governo assume que não comunicou à UNESCO a intenção de construção da barragem hidro-eléctrica na Foz do Tua. Esta é a resposta dada pelo Ministro do Ambiente à pergunta escrita entregue a 25 de Agosto de 2009 pelo Deputado de “Os Verdes”, Francisco Madeira Lopes, na Assembleia da República. Refere ainda a resposta que “todavia, no âmbito do processo de avaliação do impacto ambiental do AHFT, foi consultada a Estrutura de Missão para a Região Demarcada do Douro, entidade a quem compete (…) acompanhar e zelar pelo cumprimento das exigências de classificação do Alto Douro Vinhateiro como património mundial, numa perspectiva de salvaguarda dos valores paisagísticos e ambientais e culturais em presença.” Tal resposta merece, por parte de “Os Verdes”, os seguintes comentários:

  • Lamentamos que o Sr. Ministro tenha esperado cerca de 1 mês para responder a esta pergunta, para que a resposta só chegasse às mãos Do Grupo Parlamentar “Os Verdes” após as eleições legislativas.
  • Confirma-se, tal como “Os Verdes” sempre afirmaram, que o Governo português não cumpriu com as obrigações às quais está vinculado como signatário da Convenção do Património Mundial da UNESCO e também como detentor de um património classificado, que o obriga a proceder a esta informação em caso de intervenções nas áreas classificadas. Assim o entendeu a UNESCO e a responsável pelo Património Mundial na Europa, aquando de uma reunião em Paris com “Os Verdes”, tendo-o afirmado na Assembleia da República na presença, nomeadamente, do Encarregado de Missão para o Douro, Ricardo Magalhães.
  • O Ministro do Ambiente, ao afirmar que a Estrutura de Missão do Douro tem por competências acompanhar e zelar pelo património mundial, parece ainda esquecer algo de fundamental: é que, no quadro dessa Estrutura, é o Gabinete Técnico do Plano Intermunicipal de Ordenamento do Território do Alto Douro Vinhateiro (PIOTADV) que deve dar o parecer sobre as intervenções nesta área classificada. Ora, esse Gabinete não existe actualmente. No entanto, se existissem, os pareceres desse Gabinete não isentariam o Governo português da sua obrigação de informar e auscultar a opinião da UNESCO sobre a intervenção.
Face a tudo isto, e face à resposta dada a “Os Verdes”, o PEV vai fazer chegar esta informação junto da UNESCO, para que esta tenha conhecimento e se pronuncie sobre a interpretação feita pelo Governo português em relação aos seus compromissos relativos ao património mundial.

Para mais informações poderão contactar a dirigente de “Os Verdes”, Manuela Cunha, através do número 962815445.


O Gabinete de Imprensa de “Os Verdes”
(T: 213 919 642 - TM: 917 462 769
www.osverdes.pt
Lisboa, 2 de Outubro de 2009

Fonte: Grupo Parlamentar Os Verdes