- 2009 05 30 - JN - Cadilhe critica centralismo de Lisboa
- 2009 05 30 - JN - Miguel Cadilhe acusa Governo "centralista" de condenar património ferroviário à "morte lenta"
- 2009 05 14 - MaisPortugal - Movimento Cívico do Tua contra declaração de impacto ambiental
- 2009 05 23 - Mensageiro - Metro volta a circular no percurso urbano
- 2009 05 23 - JN - Baptismo nas termas ao fim de 100 anos
- 2009 05 20 - Terra Quente - Governo dá luz verde à construção da barragem do Tua
- 2009 05 19 - Turisver - CP inaugura campanha dos Comboios Históricos do Douro
- 2009 05 19 - Diário Digital - Comboio histórico regressa à Linha do Douro no dia 30
- 2009 05 19 - Notícias de Vila Real - LADPM promove reflexão sobre o “Património Ferroviário do Vale do Douro”
- 2009 05 12 - Esquerda.net - Barragem do Tua: Quercus e Bloco condenam governo
- 2009 05 12 - Público - Barragem do Tua: Declaração Ambiental impõe estudo de alternativa ferroviária
- 2009 05 15 - Mensageiro - Barragem à cota mínima
- 2009 05 13 - Portal Ambiente - Parecer favorável condicionado para barragem de Foz Tua
- 2009 05 13 - JN - Mário Lino desdramatiza cessão de créditos na TAP
- 2009 05 13 - Notícias de Vila Real - Quercus lamenta a decisão de construção da barragem no Tua
- 2009 05 13 - Público - Metro de Mirandela já reabriu
- 2009 05 13 - JN - Governo aprova construção da barragem à cota mínima
- 2009 05 12 - Bloco de Esquerda - Bloco condena decisão do governo de construir a barragem de Foz Tua
- 2009 05 12 - TSF - Autarca de Mirandela considera positivas reservas de ministério
- 2009 05 12 - Expresso- Ambiente: Barragem da Foz do Tua vai trocar qualidade ambiental por "progresso" - Quercus
- 2009 05 12 - TSF - Ministério autoriza construção de barragem Foz Tua, mas impõe condições
- 2009 05 12 - JN - Barragem do Tua: "Novo" turismo para compensar impactos negativos
- 2009 05 12 - Ecoblogue - Barragem de Foz Tua: Declaração de Impacte Ambiental impõe estudo de linha ferroviária alternativa
- 2009 05 12- Diário Digital - Barragem do Tua: Albufeira estende-se por 27 quilómetros
- 2009 05 12- TVI24 - Metro descarrila no troço Mirandela-Carvalhais
- 2009 05 12- RR- Descarrilamento não fez feridos
- 2009 05 11- RR- Metro descarrilou
- 2009 05 11- Público - Descarrilamento no Metro de Mirandela não faz feridos
- 2009 05 06 - Destak - Ligação entre Pocinho e Salamanca poderá atrair mais turistas espanhóis à região
- 2009 05 05 - Terra Quente - Escola de Canoagem da Terra Quente poderá avançar já em Maio
- 2009 05 05 - Terra Quente - Francisco Louçã volta a criticar construção da Barragem do Tua
- 2009 05 01 - RBA - Ambientalistas contestam EDP
domingo, 31 de maio de 2009
O que diz a comunicação social - Mai09
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Marcha da Linha do Tua (1/2)
O Clube de Campismo do Porto organizou no dia 1 de Maio de 2009 uma caminhada no concelho de Carrazeda de Ansiães com passagem por Foz-Tua, Ribalonga e Castanheiro. A caminhada chamou-se “Marcha da Linha do Tua”. Foram cerca de 120 os que aderiram e se deslocaram de comboio até à estação de Foz-Tua. Aí começou a caminhada com passagem por Ribalonga e paragem para um ligeiro almoço no Castanheiro.
E depois "Enquanto descíamos a encosta, o Rio e a Linha do Tua começavam a emergir na paisagem. Numa cumplicidade indisfarçável, amantes durante 138km desde 1883. Recentemente carregam o fardo de trágicos acidentes, que levou ao seu encerramento provisório, e da possível decisão de submersão pela albufeira prevista para a Barragem do Tua.
Chegamos à linha! All aboard! O comboio está novamente em marcha. Quem apita? Quem é o maquinista? Onde pára? Parará 2 km depois, na estação do Tua certamente".
Agradeço ao grupo Solas Rotas, na pessoa de José Carlos, terem partilhado com o blogue a Linha é Tua estas fotografias que testemunham momentos felizes das suas vidas.
A fotografia com um tão elevado número de pessoas a caminhar ao longo da linha é a ilustração ideal para o título que escolhi para o Blogue - A Linha é Tua. Por isso tomei a liberdade de a colocar por uns tempos no cabeçalho do Blogue.
Brevemente publicarei mais fotografias desta caminhada.
E depois "Enquanto descíamos a encosta, o Rio e a Linha do Tua começavam a emergir na paisagem. Numa cumplicidade indisfarçável, amantes durante 138km desde 1883. Recentemente carregam o fardo de trágicos acidentes, que levou ao seu encerramento provisório, e da possível decisão de submersão pela albufeira prevista para a Barragem do Tua.
Chegamos à linha! All aboard! O comboio está novamente em marcha. Quem apita? Quem é o maquinista? Onde pára? Parará 2 km depois, na estação do Tua certamente".
Agradeço ao grupo Solas Rotas, na pessoa de José Carlos, terem partilhado com o blogue a Linha é Tua estas fotografias que testemunham momentos felizes das suas vidas.
A fotografia com um tão elevado número de pessoas a caminhar ao longo da linha é a ilustração ideal para o título que escolhi para o Blogue - A Linha é Tua. Por isso tomei a liberdade de a colocar por uns tempos no cabeçalho do Blogue.
Brevemente publicarei mais fotografias desta caminhada.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Nas proximidades de Frechas
Este é um painel de fotografias que tirei já no ano passado. A pequena janela que seria um guiché para venda de bilhetes da estação de Frechas, foi arrancada e tapada com tijolos. Espero brevemente reatar as minhas caminhadas pela linha, pelo menos enquanto a EDP não impedir a circulação.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
O Inverno foi assim
Não parece, mas esta fotografia foi tirada no Inverno junto do antigo apeadeiro de Latadas, aquando de uma das minhas caminhadas pela linha. Como estava sol, não tive problemas em me deitar no chão para conseguir este ângulo, algo invulgar, com as margaridas em primeiro plano a árvore e arbustos em segundo. No lado esquerdo ainda se vê um bocadinho azul do rio.
O azul intenso do céu é reforçado pela utilização de um filtro polarizador.
Já sinto saudades das minhas caminhadas pela linha...
O azul intenso do céu é reforçado pela utilização de um filtro polarizador.
Já sinto saudades das minhas caminhadas pela linha...
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Rio Tua (4)
A pesar deste Blogue se chamar A Linha é Tua, o rio nunca deixou de estar presente. A defesa da linha está a par com a preservação da maravilha que ainda é o Rio Tua, apesar de muitos atentados que são cometidos contra ele.
Sempre que me encontro junto ao Tua, com calma, os reflexos inspiram-me e faço fotografias como esta.
Sempre que me encontro junto ao Tua, com calma, os reflexos inspiram-me e faço fotografias como esta.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Acção de protesto contra campanha EDP-Barragens
Acção de protesto contra campanha EDP-Barragens
20 de Maio 9.00h às 13.00h
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Procurando dar seguimento ao profundo descontentamento para com a inqualificável campanha da EDP-Barragens, irei, em nome individual, exercendo o meu dever de cidadania em defesa da conservação da Natureza, do meio Ambiente, realizar uma acção de protesto (com faixa) no dia 20 de Maio junto à entrada do "pólo de Sustentabilidade" da EDP na Praça Marquês de Pombal entre as 09.00 e as 13.00h.
"Ninguém cometeu maior erro do que aquele que não fez nada só porque podia fazer muito pouco"
Luís Cunha Avelar
961122437
20 de Maio 9.00h às 13.00h
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Procurando dar seguimento ao profundo descontentamento para com a inqualificável campanha da EDP-Barragens, irei, em nome individual, exercendo o meu dever de cidadania em defesa da conservação da Natureza, do meio Ambiente, realizar uma acção de protesto (com faixa) no dia 20 de Maio junto à entrada do "pólo de Sustentabilidade" da EDP na Praça Marquês de Pombal entre as 09.00 e as 13.00h.
"Ninguém cometeu maior erro do que aquele que não fez nada só porque podia fazer muito pouco"
Edmund Burke
Luís Cunha Avelar
961122437
terça-feira, 19 de maio de 2009
Os primeiros 4 quilómetros
Reuni algumas fotografias que tirei na caminhada de 21 de Março entre a estação de Foz-Tua e o apeadeiro de Tralhariz e fiz um pequeno vídeo. Esta é a zona que vai ser desactivada para permitir a movimentação de máquinas que vão trabalhar na barragem. A barragem não é um dado adquirido. Penso que os resultados eleitorais nas eleições que se aproximam podem ter um grande efeito. O voto ainda é uma arma.
O vídeo é uma pequena amostra da zona em risco.
O vídeo é uma pequena amostra da zona em risco.
domingo, 17 de maio de 2009
Comunicado do MCLT - 13 de Maio de 2009
Declaração de Impacte Ambiental (DIA) da Barragem do Tua, emitida esta semana pelo Ministério do Ambiente, constitui uma afrontosa e anti-democrática testemunha de todo o processo de favorecimento tácito oferecido à EDP no Vale do Tua. Este surreal parecer favorável a uma empresa que aparece inicialmente com direitos de preferência, que rebenta sem licenciamento e veda ao acesso público as margens do Tua impunemente, e que lança agora uma esfusiante campanha de publicidade enganosa sobre barragens, é uma mancha inqualificável na Democracia Portuguesa.
Não podemos deixar de referir e estranhar que o parecer do MCLT, enviado atempadamente, não seja mencionado no documento publicado ontem. Esperamos que sejam esclarecidas rapidamente as razões para esta omissão uma vez que a confirmarem-se erros desta natureza, poderia colocar em risco a credibilidade desta instituição, a Agência Portuguesa do Ambiente.
Esta mesma DIA fez tábua rasa de tudo o que a pudesse contradizer:
- O caderno de encargos da Barragem do Tua, onde se exige a reposição de vias por alternativas com igual valência. Refira-se neste caso a Barragem da Valeira, onde a EDP teve de pagar uma alternativa ferroviária à Linha do Douro, que incluiu 2km de via, uma nova travessia do Douro e uma nova estação;
- O Estudo de Impacte Ambiental, que conclui da forma mais categórica possível que a barragem trará “impactes muito negativos ao nível da economia local, em particular para agricultura e agro-indústria, com repercussões também muito negativas ao nível do emprego e dos movimentos e estrutura da população”, numa região que “não facilita o estabelecimento de percursos tradicionais de transporte colectivo rodoviário”;
- Orientações totalmente contrárias a esta barragem em documentos oficiais de Ordenamento do Território e do Turismo, como sejam o PENT, o PROTN e o próprio PNPOT, onde se pode inclusivamente concluir que esta barragem se encontra em “troço de influência de ruptura de barragem” e “perigo de movimento de massas”;
- Pareceres contrários de órgãos como o IGESPAR e a APPI (órgão consultor da UNESCO em Portugal), do próprio Ministério dos Transportes, e os 85% de pareceres negativos enviados no âmbito da discussão pública do EIA.
A DIA não obriga à construção de nenhuma alternativa ferroviária, ao contrário do que já foi veiculado em alguns órgãos de comunicação social. Este refere apenas a “análise da viabilidade de construção de um novo troço de linha férrea”, apontando de forma pressurosa para uma alternativa fluvial no caso de não se optar pela ferrovia. A viabilidade da Via Estreita está demonstrada, pelo investimento a ser realizado nas linhas do Corgo e do Tâmega, e pelas reaberturas e sucesso geral da Via Estreita em países como a Espanha, Suíça e Japão, não admitindo da nossa parte critérios economicistas quando os Metros de Lisboa e do Porto acumulam prejuízos de centenas de milhões de euros.
A única defesa desta barragem aparece na forma da produção de energia eléctrica, o que é totalmente irreal. Na verdade, o contributo da barragem do Tua será no máximo de 0,5%, valor suportado em 75% e a 1/3 do custo apenas pelo reforço de potência a realizar na barragem do Picote; juntando os reforços de potência a realizar no Picote, Bemposta e Alqueva, consegue-se produzir o mesmo que 3 barragens do Tua!
Que desenvolvimento advirá para a região, quando edis como o de Montalegre e de Miranda do Douro, com 5 e 2 barragens respectivamente, não recebem da EDP nem o suficiente para pagar a iluminação pública dos seus concelhos? Como poderá o Turismo sair beneficiado com mais outro espelho de água e com a perda de valores genuínos e únicos? Que medidas poderão proteger da extinção os 19% de espécies de vertebrados e as 14 espécies de aves presentes no Tua com estatuto de ameaçados, e da destruição os habitats de leito de cheia, que agregam 20% das espécies RELAPE de Trás-os-Montes?
Volta a ser mais uma vez altamente conveniente um acidente em vésperas de uma data importante para a Linha do Tua, desviando a atenção da opinião pública para “outro acidente”, ao invés de dar ênfase à emissão da DIA. Aguardamos o apuramento das suas causas, tal como o apuramento de responsabilidades ainda não assumidas sobre os anteriores acidentes.
O Governo, pela voz do Ministério do Ambiente, levantou a sua mão e aplicou sem piedade uma bofetada no futuro e dignidade não apenas de Trás-os-Montes e Alto Douro, mas de Portugal inteiro. Esta DIA é uma afronta, e deve ser emendada o mais rapidamente possível, sob pena de encontrar uma mais resoluta onda de contestação contra uma barragem que ninguém defende com critérios válidos.
O MCLT não está sozinho nesta luta, e muito falta ainda por dizer e fazer, num ano em que a população expressará de forma determinante a sua soberania. Não ficaremos de braços cruzados perante esta decisão intolerável.
sábado, 16 de maio de 2009
Cachão-Brunheda, em Abril
No vai e vem em que a nossa vida agitada se tornou ficou por fazer a “reportagem da minha última viagem pela Linha do Tua. Foi já a 3 de Abril. A ideia foi testar o plano que fiz para percorrer a Linha em 3 etapas e que publiquei a 30 de Março. Decidi testar a segunda etapa, Cachão – Brunheda, uma vez que a 1.ª, Brunheda – Tua já a fiz por diversas vezes.
Parti cedo, com um dia inteiro pela frente unicamente para desfrutar as belezas da Linha do Tua e do rio. Fui de carro até à estação do Cachão, tomei um café e parti pela Linha, consciente que só depois da seta da tarde estaria de volta. Tinha cerca de 10 horas para me esquecer do mundo.
Passar pelo que resta do complexo do Cachão próximo das nove da manhã, não é agradável. É muito desagradável. Há o fumo que se eleva no ar; há o cheiro que tresanda; há a água que passa por debaixo da linha em direcção ao Tua de que é melhor nem falar. Dois dias depois esta situação foi notícia na imprensa regional e não só.
Esqueci as cenas tristes na primeira curva, ao 41.º quilómetro.
Ainda não eram nove horas da manhã! O solo transpirava humidade e as flores frescura. Dos pequenos rebentos das videiras caíam gotas de orvalho em forma de diamante. Ao longo dos carris alamedas de pequenas papoilas desafiavam a minha mestria para calcular exposições, graduar focagens e testar velocidades.
Nunca a minha progressão foi tão lenta! Demorei quase 2 horas para percorrer o primeiro quilómetro. Perdi-me entre as flores do espinheiro, amores-perfeitos e violetas. O rio corria docemente, sem barulho, não querendo despertar-me do meu transe.
Só depois de ultrapassar a passagem mais estreita, o Cachão, adquiri o passo digno de uma caminhada.
Já tudo me parece familiar na Linha. Quase sem querer cheguei à ponte do Vilarinho. Ensaiei algumas fotografias em locais onde me deliciei no Outono sentindo a mesma emoção na Primavera.
Logo depois de chegar à freguesia de Vilarinho das Azenhas, a minha atenção centra-se quase sempre no rio. A linha corre solta durante algum tempo até se reencontrar com o rio, quando os rochedos os apertam já depois da Ribeirinha. É, portanto a altura de fazer algumas descidas ao rio para apreciar o que restas das antigas azenhas que deram nome à terra. Várias continuam de pé, desafiando o tempo e a força das águas servindo de abrigo a ninhos de piscos e carriças. Há caminhos rurais que permitem seguir percursos alternativos e deixar, por momentos, os carris.
Cada vez que levantava o olhar ele perde-se no alto do Faro, que toca o céu, criando um cenário singular em toda a extensão da linha.
Rapidamente atingi a Ribeirinha onde me aguardava o último guardião da linha, o sr. Abílio. Sentado no seu banco já gasto pelo tempo e pela espera, procura saber notícias da linha. Deixou de ser assunto no seu pequeno rádio a pilhas.
Continuei por caminhos ladeados de sumagre até entrar no reino do granito. Os quilómetros seguintes até Abreiro são de puro encantamento. Já eram quase três horas da tarde quando aí cheguei! A progressão foi muito lente fiz a pior média de todas as minhas caminhadas na linha! A que acontece é que quando a atenção se centra na fotografia, a caminhada fica para segundo plano e durante muito tempo nem se caminha.
Acelerei o passo. Atravessei a Ponte da Cabreira e entrei em território de Carrazeda de Ansiães. A bateria da máquina fotográfica começou a dar sintomas de “cansaço”. Diminui o ritmo das fotografias e aumentei de novo a cadência do passo.
Desci a mais uma azenha, mesmo em frente à Sobreira. A tarde avançada já não me permitiam fotografias como durante a manhã, mesmo assim, fiz alguma exposições triplas usando uma técnica chamada brackting, para mais tarde tentar optar pela melhor ou experimentar outra técnica chamada HDR (Dynamic Range Imaging), que tenho tentado ultimamente.
Quando cheguei ao apeadeiro da Abrunheda, eram seis horas da tarde. Não tinha já baterias (levei 3!) e nada mais fiz do que esperar o taxi que fazia o serviço da linha, que me levou de novo ao Cachão.
Foi uma longa jornada. Dez horas pela linha ouvindo apenas o canto das aves e o barulho do rio. Tal como em caminhadas anteriores, verifiquei que nos primeiros quilómetros se tiram mais e melhores fotografias. Por isso não é indiferente o local onde se começa a caminhada. À medida que os quilómetros passam, diminui o entusiasmo mas também a qualidade da luz. Percorri sem grande dificuldade 20,7 quilómetros. O meu plano de percorrer a linha em três etapas é bastante exequível.
Parti cedo, com um dia inteiro pela frente unicamente para desfrutar as belezas da Linha do Tua e do rio. Fui de carro até à estação do Cachão, tomei um café e parti pela Linha, consciente que só depois da seta da tarde estaria de volta. Tinha cerca de 10 horas para me esquecer do mundo.
Passar pelo que resta do complexo do Cachão próximo das nove da manhã, não é agradável. É muito desagradável. Há o fumo que se eleva no ar; há o cheiro que tresanda; há a água que passa por debaixo da linha em direcção ao Tua de que é melhor nem falar. Dois dias depois esta situação foi notícia na imprensa regional e não só.
Esqueci as cenas tristes na primeira curva, ao 41.º quilómetro.
Ainda não eram nove horas da manhã! O solo transpirava humidade e as flores frescura. Dos pequenos rebentos das videiras caíam gotas de orvalho em forma de diamante. Ao longo dos carris alamedas de pequenas papoilas desafiavam a minha mestria para calcular exposições, graduar focagens e testar velocidades.
Nunca a minha progressão foi tão lenta! Demorei quase 2 horas para percorrer o primeiro quilómetro. Perdi-me entre as flores do espinheiro, amores-perfeitos e violetas. O rio corria docemente, sem barulho, não querendo despertar-me do meu transe.
Só depois de ultrapassar a passagem mais estreita, o Cachão, adquiri o passo digno de uma caminhada.
Já tudo me parece familiar na Linha. Quase sem querer cheguei à ponte do Vilarinho. Ensaiei algumas fotografias em locais onde me deliciei no Outono sentindo a mesma emoção na Primavera.
Logo depois de chegar à freguesia de Vilarinho das Azenhas, a minha atenção centra-se quase sempre no rio. A linha corre solta durante algum tempo até se reencontrar com o rio, quando os rochedos os apertam já depois da Ribeirinha. É, portanto a altura de fazer algumas descidas ao rio para apreciar o que restas das antigas azenhas que deram nome à terra. Várias continuam de pé, desafiando o tempo e a força das águas servindo de abrigo a ninhos de piscos e carriças. Há caminhos rurais que permitem seguir percursos alternativos e deixar, por momentos, os carris.
Cada vez que levantava o olhar ele perde-se no alto do Faro, que toca o céu, criando um cenário singular em toda a extensão da linha.
Rapidamente atingi a Ribeirinha onde me aguardava o último guardião da linha, o sr. Abílio. Sentado no seu banco já gasto pelo tempo e pela espera, procura saber notícias da linha. Deixou de ser assunto no seu pequeno rádio a pilhas.
Continuei por caminhos ladeados de sumagre até entrar no reino do granito. Os quilómetros seguintes até Abreiro são de puro encantamento. Já eram quase três horas da tarde quando aí cheguei! A progressão foi muito lente fiz a pior média de todas as minhas caminhadas na linha! A que acontece é que quando a atenção se centra na fotografia, a caminhada fica para segundo plano e durante muito tempo nem se caminha.
Acelerei o passo. Atravessei a Ponte da Cabreira e entrei em território de Carrazeda de Ansiães. A bateria da máquina fotográfica começou a dar sintomas de “cansaço”. Diminui o ritmo das fotografias e aumentei de novo a cadência do passo.
Desci a mais uma azenha, mesmo em frente à Sobreira. A tarde avançada já não me permitiam fotografias como durante a manhã, mesmo assim, fiz alguma exposições triplas usando uma técnica chamada brackting, para mais tarde tentar optar pela melhor ou experimentar outra técnica chamada HDR (Dynamic Range Imaging), que tenho tentado ultimamente.
Quando cheguei ao apeadeiro da Abrunheda, eram seis horas da tarde. Não tinha já baterias (levei 3!) e nada mais fiz do que esperar o taxi que fazia o serviço da linha, que me levou de novo ao Cachão.
Foi uma longa jornada. Dez horas pela linha ouvindo apenas o canto das aves e o barulho do rio. Tal como em caminhadas anteriores, verifiquei que nos primeiros quilómetros se tiram mais e melhores fotografias. Por isso não é indiferente o local onde se começa a caminhada. À medida que os quilómetros passam, diminui o entusiasmo mas também a qualidade da luz. Percorri sem grande dificuldade 20,7 quilómetros. O meu plano de percorrer a linha em três etapas é bastante exequível.
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Declaração de Impacte Ambiental
quinta-feira, 14 de maio de 2009
27.º Quilómetro
A albufeira da prevista barragem no rio Tua estender-se-á até ao 27.º quilómetro. Aqui termina o concelho de Carrazeda de Ansiães e começa o concelho de Vila Flor (na margem esquerda do Tua). Será que fotografei a última Primavera do Rio?
terça-feira, 12 de maio de 2009
À Descoberta da Linha do Tua
No fim-de-semana de 1,2 e 3 de Maio, Miguel Ângelo, veio, juntamente com alguns amigos, "descobrir" a Linha do Tua. Percorreram a pé o percurso Tua - S. Lourenço, mas fizeram ainda questão de conhecer outros locais da linha como Brunheda e Abreiro, e de fazer de metro a etapa Mirandela- Cachão e Cachão-Mirandela.
A opinião com que o grupo ficou dos seus percursos pela linha pode ser sintetizada nas seguintes palavras que me enviaram "É um crime deixar aquela obra abandonada, e não reactivar a circulação dos comboios. Fiquei impressionado pela obra de Engenharia que originou aquela linha, literalmente "talhada na rocha"."
As fotografias que hoje coloco no blogue são da autoria de Miguel Ângelo, a quem agradeço. Mais fotografias da Linha podem ser vistas aqui. Mas há também excelentes fotografias do mesmo autor aqui e aqui.
A opinião com que o grupo ficou dos seus percursos pela linha pode ser sintetizada nas seguintes palavras que me enviaram "É um crime deixar aquela obra abandonada, e não reactivar a circulação dos comboios. Fiquei impressionado pela obra de Engenharia que originou aquela linha, literalmente "talhada na rocha"."
As fotografias que hoje coloco no blogue são da autoria de Miguel Ângelo, a quem agradeço. Mais fotografias da Linha podem ser vistas aqui. Mas há também excelentes fotografias do mesmo autor aqui e aqui.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Outro Abril, na linha
Este ano, ao contrário do ano passado, não passei o dia 25 de Abril a caminhar na linha do Tua. Mas, quando tirei esta fotografia, um pouco antes do dia 25, foram os cravos que me vieram à memória, fotografados de uma forma difusa, tal como se apresenta, 35 anos depois, a liberdade conquistada.
A fotografia foi feita perto do Cachão, em direcção ao Vilarinho.
A fotografia foi feita perto do Cachão, em direcção ao Vilarinho.
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