segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Pelo Caminho-de-Ferro em Portugal


Pelo Caminho-de-Ferro em Portugal

O MCLT – Movimento Cívico pela Linha do Tua, e o MCLC – Movimento Cívico pela Linha do Corgo, irão organizar duas manifestações, no âmbito de uma série de eventos dedicados aos Vales Durienses Ameaçados.
O MCLT organizará uma manifestação com percurso entre o Centro Cultural de Mirandela e a estação de caminhos-de-ferro de Mirandela, onde convidamos cada participante a acender uma vela para depositá-la depois no cais de embarque da estação de 124 anos. Esta manifestação está marcada para as 16h30 do dia 1 de Dezembro próximo, e tem como principais objectivos não só despertar as consciências – sobretudo as que povoam o Governo em Lisboa – para a situação actual da Linha do Tua e a sua importância para o futuro da região, mas também para os factos e números que envolvem a construção da barragem do Tua.
O MCLC organizará um dia de aproximação à Linha do Corgo, que culminará na concentração no largo da estação da Régua, tendo como objectivo também chamar a atenção da sociedade civil para a situação actual da Linha do Corgo, e o seu potencial de desenvolvimento. A concentração está marcada para as 15h00 do dia 4 de Dezembro próximo.
Apesar de ambas as iniciativas apresentarem objectivos bem localizados, o convite estende-se a todas as associações, movimentos cívicos e cidadãos de todo o país, que lutam pelo caminho-de-ferro em diversas vertentes, desde a Linha do Minho à do Douro, do Ramal da Lousã e da Linha do Vouga à Linha do Oeste, e do Ramal de Cáceres e da Linha do Leste às Linhas do Sueste e Algarve.
Trinta anos de políticas desastrosas para o caminho-de-ferro em Portugal levaram-nos à miserável condição de único país da Europa Ocidental a perder passageiros na ferrovia, e agora o Plano Estratégico dos Transportes está a tentar ditar o encerramento de vias-férreas que no seu conjunto não representam sequer 3% dos prejuízos da CP, perpetuando uma farsa que lentamente levou o país a uma perigosíssima dependência das estradas.
BASTA! Esta situação é insustentável, e a má gestão sistemática de sucessivas tutelas e Conselhos de Administração da CP e da REFER não poderá passar incólume e remediada com mais encerramentos de troços ferroviários e perda de horários e outros serviços, com importância económico-social fundamental para o bem-estar da sociedade.

Pelo Caminho-de-Ferro em Portugal!
 Vila Real, 27 de Novembro de 2011

Fonte: MCLT

Quilómetro 14º

A Linha do Tua, pouco depois da passagem por Santa Luzia. Neste local ouve uma derrocada (entre muitas outras), já há mais de uma ano. Está tudo ao abandono.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Protesto em foz tua


protesto em foz tua from Quercus Porto on Vimeo.
Activistas contra buraco económico provocado pela construção das barragens

A QUERCUS, GAIA, COAGRET, AAVRT, Campo Aberto e Geota saúdam o protesto, decorrido no passado dia 6 de Novembro, alertando para os custos encapotados e avultados da construção das novas barragens, pois estas vão custar aos portugueses um valor equivalente ao actual défice de Portugal. As condições de concessão das novas grandes barragens vão criar novos custos para os consumidores e contribuintes, que vamos ter que pagar durante os 65 a 75 anos de concessão, na factura de electricidade ou através dos impostos.

É estimado que o encargo total das novas barragens para os cidadãos atinja os 16 mil milhões de euros durante a vida da concessão, ou seja 4900 Euros / família. Equivalente ao deficit actual (ver quercus.pt/​scid/​webquercus/​defaultArticleViewOne.asp?categoryID=568&articleID=3636).

Para além dos argumentos económicos, só por si suficientes para o governo suspender este projecto, a barragem de Foz Tua está a pôr em risco a classificação da UNESCO de Património da Humanidade, à paisagem do Douro Vinhateiro, esta barragem vai também destruir a centenária linha ferroviária do Tua - considerada pelo IGESPAR como tendo “um valor patrimonial de excepçãonos domínios histórico, social, técnico e paisagístico”, vai destruir muito património ambiental relevante e ainda solos agrícolas e florestais.

Assim, as organizações cívicas e ambientais saúdam esta acção e alertam os novos dirigentes políticos para este atentado múltiplo:

- à economia nacional, por obrigar, numa altura de crise, ao pagamento de verbas avultadas durantes as próximas décadas;

- à biodiversidade, por destruir os últimos ecossistemas de água corrente em Portugal, por obrigar ao abate de milhares de árvores protegidas e por submergir habitats;

- ao património, porque a barragem de Foz Tua põe em sério risco a classificação do Douro Vinhateiro como Património da Humanidade pela UNESCO;

- às populações do Douro, principais sacrificadas, não só pela possível perda da distinção da UNESCO, mas porque o Douro já conta com 60 barragens e a maioria das novas barragens vai incidir sobre a bacia hidrográfica do Douro, recaindo assim no Douro a maioria dos impactes negativos;

- às populações das regiões costeiras, obrigadas a gastar milhões de euros a restaurar o areal das praias, situação para a qual contribui a retenção de sedimentos por parte das barragens;

- aos portugueses, pelas mentiras a que continuam sujeitos a respeito das barragens, pela perda de solos rentáveis, pela perda de recursos hídricos para privados, pela perda de paisagem, pela perda de desporto de águas bravas, pela perda de transportes públicos;

- à coerência energética, porque a produção líquida de energia das novas barragens será nula - como demonstrado pelo Prof. Pinto de Sá, especialista em energia do Instituto Superior Técnico, que estima que Portugal venha a ter dentro de alguns anos a electricidade mais cara do mundo (faroldeideias.com/​arquivo_farol/​index.php?programa=Biosfera&id=1193), porque as 10 barragens do Plano Nacional vão gerar apenas 3% da electricidade consumida em Portugal, porque Portugal tem aumentado em muito o consumo de electricidade sem aumentar na mesma proporção o PIB nacional (revelando-se urgente apostar na eficiência energética).

Portugal tem um potencial de poupança energética acima dos 20%, com vantagens óbvias a nível da economia, emprego e sustentabilidade, pelo que as organizações cívicas e ambientalistas em protesto na foz do Tua não aceitam a construção desta barragem nem das restantes 9 do Plano Nacional por apenas 3% da electricidade consumida e com prejuízos para o ambiente, economia e sociedade portuguesa tão avultados.

Os impactos da construção da barragem de Foz-Tua são irreversíveis – para o bolso dos cidadãos, para o património e para a natureza, e hipotecam para muitas gerações o futuro de Trás-os-Montes. É urgente um novo olhar para Trás-os-Montes e para o desenvolvimento transmontano, em particular, do Vale do Tua.

Foz Tua, 6 de Novembro de 2011

As Direcções Nacionais
Campo Aberto, AAVRT, COAGRET, GAIA, GEOTA, QUERCUS

Fonte: Vimeo.com