quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Dois anos depois...

Faz hoje dois anos que ocorreu o mais grave acidente na Linha do Tua, no local que a fotografia mostra. Nele perderam a vida três pessoas. Depois disso já se repetiram vários acidentes e a questão que fica sempre no ar é: Porquê?
Não há mais tempo, nem razões para protelar a decisão. Se a REFER e a CP acreditam na linha têm que apostar em obras de fundo, para a recuperar de muitos anos de verdadeiro abandono. Já não há tempo para enganar mais ninguém. Ou se aposta na linha a sério, ou se abandona. Eu sou a favor da primeira hipótese.

3 comentários:

mario carvalho disse...

A todos os residentes, naturais ou oriundos do concelho de Carrazeda de Ansiaes

Todos estão conscientes da responsabilidade que vão assumir perante as gerações passadas e futuras .. os vossos filhos e netos e não só.

- Os que se manifestarem a favor
da defesa :
- do Vale do Tua e da sua beleza
- da Linha do Tua , uma das maiores obras da Engenharia Portuguesa reconhecida Mundialmente embora já com 122 anos e uma das mais belas do mundo
- das vinhas e olivais centenários
- de um ecossistema único
- das termas milenáres
- dos valores que vêm do respeito pela obra dos nossos pais , avós e ancestrais e da responsabilidade de os entregar beneficiados aos vindouros


--Os que se manifestarem a favor da barragem da Foz do Tua têm a sua argumentação com a qual justificarão aos seus netos e vindouros a a razão da posição tomada.....e na consciencia o conselho amigo dos seus antepassados.

e

os outros .. os que não ligam nenhuma, a estas coisas mas se preocupam com outras...os que querem é dinheiro para por no banco e quando lá vão para o levantar.. não têm nenhum..por causa da crise.. ( Onde investe os o dinheiro que lá se deposita?)

aí os filhos e netos perguntar-lhe-ão... E tu pai .. e tu avô que posição tomáste ?

Eu ? Nenhuma filho,,
tanto me fazia.. o que me interessa é o .. ou o... ou ......

e não te preocupáste comigo avô?


mário

Faltam 2 dias

mario carvalho disse...

Instituto da Água quer alternativa ferroviária para o Tua
Público -15.02.2009, Pedro Garcias




O presidente do Instituto da Água (Inag), Orlando Borges, defende a realização de um estudo sobre a viabilidade de uma alternativa ferroviária à actual Linha do Tua, que irá ser submersa com o futuro Aproveitamento Hidroeléctrico de Foz-Tua (AHFT). "Não foi estudado nada até agora, mas pode e deve ser feito um estudo sobre essa alternativa. No âmbito da avaliação de impacte ambiental ou fora", afirmou ao PÚBLICO.
Orlando Borges sublinha, no entanto, que esse estudo deverá ser seguido de uma "análise custo-benefício", para se saber se a construção de uma nova linha "é ou não exequível".

É verdade que, conforme defende a EDP, o caderno de encargos do AHFT não exige uma alternativa ferroviária para o troço da Linha do Tua que irá ser alagado. Mas também não a descarta. O que é dito, segundo Orlando Borges, é que "sejam ponderadas alternativas" face à submersão da linha. De resto, o concurso, da responsabilidade do Inag, valorava a proposta que apresentasse a "alternativa mais robusta". Acontece que apenas concorreu a EDP e a opção da empresa contempla apenas uma alternativa rodoviária entre a estação do Tua e a última estação não submersa.

Linha de muita alta tensão
Até agora, não foi realizada nenhuma análise custo-benefício sobre a opção de não construir a barragem tendo em conta o potencial turístico da Linha do Tua e o impacte que o aproveitamento hidroeléctrico vai ter na paisagem. A escolha, por parte do Inag, dos locais onde se podiam construir novas barragens teve sobretudo em conta o facto de serem ou não violadas zonas de protecção especial, de modo a evitar conflitos com a Comissão Europeia.
O vale do Tua não faz parte da Rede Natura, mas a barragem irá ser construída na zona do Douro vinhateiro classificada como Património Mundial. A barragem ficará localizada em frente à povoação do Fiolhal, a cerca de 1100 metros da estação do Tua, e a central ficará mesmo na foz, junto à actual ponte rodoviária que liga os concelhos de Alijó e Carrazeda de Ansiães.

Este não será, no entanto, o problema principal, até porque já existem outras barragens no Douro. O grande impacte na paisagem do Douro resultante da construção da barragem será a instalação de uma linha de muito alta tensão entre o Tua e a futura subestação de Armamar da REN (Rede Energéticas Nacionais). Serão 27 quilómetros de uma linha de 400 quilovolts, o que obrigará à rea-
lização de um estudo e de uma avaliação de impacte ambiental próprios. Para a REN, que gere a Rede Nacional de Transporte, esta linha "será um grande desafio", uma vez que irá atravessar o coração da paisagem vinhateira do Douro, passando junto a povoações e por inúmeras vinhas. A alternativa de enterrar a linha está descartada, pelo seu avultado custo - cerca de 200 milhões de euros - e também porque o impacte nos vinhedos seria ainda maior.
A futura linha "será projectada e construída pela EDP Produção", de acordo com as especificações técnicas da REN e sob a sua supervisão, informou ao PÚBLICO a eléctrica nacional. O custo estimado é de sete milhões de euros e o traçado em estudo pode vir a "utilizar parte do corredor de uma linha da REN já existente".
A barragem irá ser construída na zona do Douro vinhateiro classificada pela UNESCO como Património Mundial

mario carvalho disse...

Publico de seguida um texto imprescindível de António Maria (http://o-antonio-maria.blogspot.com/):
A pandilha de Macau está a dirigir-se ao país como o Ali Babá e os 40 ladrões. O vale do Tua tem 30 km de Zona Demarcada do Douro que ficará debaixo de água se a barragem for consumada.
Estive a conversar com um engenheiro construtor de barragens e especialista em energia, que por razões da óbvia necessidade de protecção da fonte, num país dirigido por piratas que usam e abusam do ministério público, dos serviços de informação da república e das polícias para prosseguirem os seus fins corruptos, não divulgo. A conversa girou em volta deste artigo. Passo a resumir os argumentos mais importantes:
1) Há um verdadeiro assalto aos rios portugueses (sobretudo aos afluentes ainda intactos dos grandes rios Douro, Tejo e Guadiana) programado pela EDP e pela Iberdrola —a irmã espanhola da EDP dirigida no nosso país por um traidor chamado Pina Moura—, com os préstimos do Pepe rápido de Freeport, colocado onde está pela tríade de Macau.
2) Os ventos, imprescindíveis à energia eólica, são variáveis e oscilantes, e essa variabilidade não está coordenada com o consumo da energia eléctrica.
À noite há vento, mas não há consumo eléctrico ou são comparativamente baixos e pouco rentáveis na perspectiva das empresas que nos vendem a energia, pelo que Portugal importa energia vendida pelas centrais nucleares francesas ao preço da uva mijona.
E de dia, quando se dão os picos de consumo (que a EDP vende a preços exorbitantes), o vento sopra onde quer e quando quer, pelo que centenas ou mesmo milhares de ventoinhas eólicas estão frequentemente paradas, como qualquer um de nós já teve oportunidade constatar.
Ora é precisamente nos picos de consumo que a EDP e a Iberdrola mais precisam de energia gerada no nosso país. É durante estes picos que estas empresas puxam ao máximo pelos preços, contribuindo, também por esta via, para a reconhecida falta de produtividade da economia portuguesa!
Ao coalharem o país de ventoinhas (em vez de terem planeado a coisa de modo progressivo e sustentável), para suprirem a capacidade de geração da centrais hidroeléctricas, precisamente durante o dia e sobretudo nas horas de ponta, esqueceram-se de avaliar correctamente a variabilidade e oscilação dos ventos, pelo que, depois de terem investido milhares de milhões de euros nas ditas ventoinhas (oriundos nomeadamente dos mercados financeiros especulativos), descobriram que o débito das mesmas é criticamente imprevisível e não chega para as encomendas! Ou seja, a peneira desenhada para colher as pepitas douradas dos picos de consumo energético, não consegue cumprir os objectivos anunciados — nomeadamente aos accionistas e especuladores que investiram nos cartéis energéticos de todo o mundo, nomeadamente em Portugal.
Daqui a necessidade de um plano urgente de novas barragens, com grupos reversíveis — i.e que permitem forçar a água que move as turbinas regressar de novo às albufeiras —, situadas nos afluentes dos grandes rios portugueses, e cujo principal objectivo é suprir a grande e escandalosa falha do programa eólico nacional.
As novas barragens têm como principal objectivo produzir a energia prometida pelas ventoinhas que infestam o país, por vezes em zonas onde nunca deveriam ter sido colocadas. Ou seja, em vez de se correr com o incompetente e arrogante Mexia da EDP, temos que ouvir este capataz do Bloco Central dizer que quer corrigir os erros crassos de que é responsável à custa de toda a espécie de ilegalidades e sobretudo da destruição de patrimónios e recursos insubstituíveis! Em nome de quê devemos aturar esta criatura indecente e medíocre?
Para construir a barragem do Tua privam-se as populações do direito constitucional de conservar uma ligação ferroviária à rede nacional (a Linha do Tua) - sem restabelecimento possível, no caso de a inundação do vale do rio Tua se consumar. Para construir as barragens do Tua, Sabor, Fridão, etc..., ameaçam-se populações (se for construída a barragen do Fridão, e um dia houver um azar, e o paredão da barragem ruir, a cidade de Amarante ficará submersa!), destroem-se habitats insubstituíveis, eliminam-se paisagens únicas, e depois, o emprego temporariamente criado evapora-se, e ficam apenas barreiras físicas e corporativas ao desenvolvimento local.
Ninguém pesca, perde-se o direito à água que sempre fora público, ninguém navega — em suma, deixa-se que empresas privadas sem controlo e prepotentes realizem uma autêntica conquista económica e física de uma parte crucial do território nacional.
Douro e Trás-os-Montes, ao contrário do que se julga, não são pobres.
Pobre é a maioria da gente que lá vive! Mas daquele vale do ouro (daquele rio Douro) vem boa parte da riqueza nacional. Sob a forma do vinho e azeite que todos conhecemos e apreciamos, mas ainda mais como boa parte da água e da energia eléctrica que alimentam as grandes cidades-região de Lisboa e Porto! Ou seja, rios que correm em Portugal, sobretudo o rio Douro e seus afluentes, são hoje muito mais valiosos que o ouro que já não temos! Como foi possível deixarmos avançar as abutres da globalização neo-liberal por tamanha riqueza dentro?
É preciso renacionalizar a EDP quanto antes!
E é preciso restringir claramente os direitos das empresas privadas envolvidas na exploração dos recursos hídricos e energéticos nacionais. EDP, Iberdrola, Endesa, etc. não podem continuar a comportar-se como assassinos ecológicos e salteadores impunes da água e das energias renováveis dos países por onde andam. Há que reverter o processo pulha que conduziu à privatização destas outrora empresas públicas dos dois países ibéricos. -- OAM

Publicada por Jose Silva em 10:45 1 comentários


Excelente artigo em Norteamos
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