quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Percurso Cachão - Latadas


No dia 22 voltei à Linha. Fiquei tão fascinado com o percurso que fiz no dia 15 que passei a semana toda a pensar em regressar. O Outono é cheio de contrastes, verifiquei isso mesmo mal cheguei ao Cachão. A vegetação que ladeia o rio já não tinha a mesma coloração da semana anterior. Os choupos perderam todas as folhas, apresentam-se despidos, esperando as geadas do Inverno. Os plátanos e algumas outras árvores de folha caduca apresentam ainda folhas outonais, mas já sem a variedades de tons que gostaria de encontrar. As vinhas em volta de Frechas também já estão despidas, tal como os diospireiros que apenas suportam os tão curioso frutos alaranjados e ácidos.
Cheguei depois de almoço, e tomei um café no Cachão. O sábado estava com um sol desllumbrante mas o ar estava fresco. O percurso que pretendia fazer era curto: Cachão - Latadas, de onde tinha partido a pé na semana anterior. Como não podia contar com a automotora, tinha que contar em fazer o percurso inverso ou à boleia ou a pé.
À saída do Cachão foi onde fiz as melhores fotografias de papoilas na Primavera, mas no Outono esta zona não tem a mesma beleza. Só pelo quilómetro 43º, quando a linha se aproxima mais do rio, me comecei a entusiasmar. Aqui voltei a encontrar aves de rapina e bastantes corvos marinhos.
Pouco depois ouvi o som característico da automotora a aproximar-se! Não conheço os horários mas gostei de sentir vida na linha. Procurei uma posição em segurança e esperei que ela passasse.
A tranquilidade era grande e passei a estação de Frechas sem ver uma única pessoa. Desta vez decidi que desceria ao leito da Ribeira da Carvalha para fotografar a ponte. É impressionante como a ribeira que costuma ter um caudal considerável (lembra-me de aí ter visto muitos peixes) não tem gota de água. A seca que se tem feito sentir nos últimos anos, manifesta-se agora como nunca!
Passei o Túnel de Frechas e encontrei um marmeleiro com marmelos mesmo perto da linha. "Massacrei" um marmelo com o meu flash.
Segue-se depois um zona onde a linha não tem praticamente curvas até chegar ao antigo apeadeiro de Latadas. Aqui foram feitas obras de beneficiação da estrutura de suporte da linha. Infelizmente nem esta zona que foi intervencionada recentemente foge aos problemas que são reportados ao restante da linha, mas deste aspecto falarei noutra altura.
Quando cheguei ao local de destino eram 16 horas. Restava-me muito pouco tempo para fazer o caminho inverso. Arrisquei ir para a estrada tentar uma boleia. Os carros de grande cilindrada passavam a alta velocidade e certamente não gostariam das minhas botas sujas nos seus tapetes. Estabeleci como limite pedir boleia a 12 carros, acho que cheguei aos 15, depois desisti. Regressei à linha e comecei o caminho de regresso ao Cachão.
O sol já bastante baixo, dava um colorido especial às folhas dos olmos na borda do caminho. Mesmo assim, não tive pressa. A noite foi caindo e vi-me com um desafio original, fotografar a linha de noite. À medida que ia experimentando o flash e subindo a sensibilidade ao máximo fui-me entusiasmando tentando tirar o máximo partido do colorido das nuvens ao entardecer. Uma das minhas preocupações era a passagem já de noite, em vários locais onde há cães, mas felizmente correu tudo bem.
Os últimos quilómetros até ao Cachão foram feitos já com noite cerrada. Quem em ao longe visse os disparos do flash na noite escura julgaria que por ali andava algum visitante do espaço!

sábado, 22 de novembro de 2008

Vilarinho - Latadas - Mirandela

No dia 15 de Novembro fiz mais uma caminhada ao longo da Linha do Tua. Esperava encontrar bonitas cores de Outono, mas ao descer para o Cachão, apenas via nevoeiro à minha frente. Tinha planeado explorar a linha do Cachão a Mirandela e, por isso, saí muito cedo de casa. Em alternativa, já no Cachão, optei por cortar à esquerda em direcção a Vilarinho das Azenhas.
O nevoeiro chegava mesmo junto à aldeia. Estacionei o carro junto à ponte sobre o Tua onde havia um bom grupo de pescadores a tentarem a sua sorte. Apesar de se ver o sol, de vez em quando, a tentar chagar ao rio, a manhã foi passando sem que ele ganhasse a luta contra o nevoeiro.
Comecei a caminhar pela linha em direcção ao Cachão. Havia alguns espaços onde não havia nevoeiro. Só depois das onze horas da manhã o sol brilhou definitivamente. Voltei à ponte, entrei o carro e arranquei à procura de um bom local para fotografar.
A visão do rio da estrada era magnífica e fiz várias paragens antes de parar definitivamente no antigo apeadeiro de Latadas.
Passava do meio-dia quando comecei a minha caminhada em direcção a Mirandela. Limitado a poucas horas de sol decidi reduzir ao mínimo a etapa. Logo nos primeiros metros não resisti ir ao meio do rio, num açude, fazer uma bonita panorâmica.
A vegetação que ladeia o rio tinha bonitas cores do verde ao vermelho, passando por vários tons de amarelo e laranja. Esta zona do rio está repleta de corvos marinhos e encontrei também algumas garças.
Gastava de encontrar a Quinta do Choupim como a vi na Primavera, cravada de papoilas, mas o cenário era um pouco menos entusiasmante. Pouco antes de chegar a Mirandela o colorido é dado pelas folhas das fruteiras. Há muitos pessegueiros, marmeleiros, videiras e pereiras. É pena que a ETAR espalhe pelo ar um perfume muito pouco agradável. Também a água que dela sai em direcção ao Rio Tua não se pode dizer que tenha um aspecto muito cristalino.
Pouco depois das quinze horas estava a chegar à estação de Mirandela. A automotora já tinha partido para o Cachão e não me restava outra alternativa senão fazer o regresso ao ponto de partida de novo a pé. Por isso não me demorei muito a admirar o espelho de água em Mirandela.
O sol foi descendo no horizonte semeando a sombras no rio.
Quando cheguei ao apeadeiro de Latadas apenas beijava o ponto mais alto das árvores. O rio e a linha mergulharam nas sombras.

O que diz a comunicação social - Nov08

Outras notícias

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

As teias da linha

Delicadas teias que envolvem a Linha do Tua. Estas que vemos na fotografia são delicadas, brilham com a luz da manhã.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

domingo, 16 de novembro de 2008

Captando o Outono, na Linha do Tua

Hoje (15/11) fui captar as cores do Outono na Linha do Tua. Tinha previsto fazer a pé o percurso desde o Cachão a Mirandela, o nevoeiro só perto do meio-dia é que deixou ver a linha e o rio com clareza. Acabei por fazer o percurso entre Vilarinho das Azenhas e Mirandela, parte de carro, parte a pé. Tirei mais de 800 fotografias e esgotei a bateria das duas câmaras digitais que trazia. Tenho uma mão cheia de paisagens lindíssimas que irei mostrar à medida da disponibilidade de tempo para as acompanhar com algumas linhas de texto.
A fotografia de hoje foi tirada da estrada que liga o Cachão a Vilarinho das Azenhas, a poucas dezenas de metros do Cachão.

sábado, 15 de novembro de 2008

Linha abre em Março de 2009


"...
Ana Paula Vitorino disse ainda que a linha do Tua se vai manter encerrada até Março de 2009, porque o plano de intervenção na linha do Tua foi entregue quinta-feira no Ministério pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT) e as obras só estarão concluídas nessa ocasião.

A secretária de Estado escusou-se a quantificar o montante do investimento do plano, alegando que só é possível saber o total "quando as obras estiverem terminadas".

Entre as alterações a realizar na linha do Tua contam-se a substituição da automotora, trabalhos de consolidação do carril, intervenções no material circulante, um levantamento geotérmico do local e a colocação de um sistema de monitorização e detecção da queda de objectos na linha.

Dos 54 quilómetros que compõem a linha do Tua, catorze - do quilómetro 40 ao 54 - já foram totalmente intervencionados, acrescentou.
..."
in JN

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Debate Sobre a Linha do Tua

Decorridos dois meses sobre o trágico acidente ferroviário na Linha do Tua, e tendo em consideração as conclusões entretanto divulgadas sobre o inquérito mandado efectuar pelo Senhor Ministro das Obras Públicas, é, não apenas oportuno, mas também devido, realizar um amplo debate sobre este assunto que tanto tem interessado não apenas os Transmontanos mas também os Portugueses em geral, procurando assim dar um contributo cívico para a decisão final sobre a manutenção ou encerramento da Linha.
Para o efeito, a Assembleia Municipal e a Câmara Municipal de Mirandela vão organizar um debate sobre essa temática inserido no tema “Nove Meses de Inverno e Três de Inferno”, que será moderado pelo Dr. Carlos Magno e terá lugar no próximo dia 15 de Novembro de 2008, às 15h00, no Auditório Municipal de Mirandela.

Fonte: Sítio web da CM Mirandela

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Rio Tua e Tinhela


Esta é a paisagem que se pode observar entre o apeadeiro do Tralhão e a estação da Brunheda. Foi a zona onde ocorreu o acidente de Agosto passado.
Na fotografia do canto inferior esquerdo vemos o local onde o Rio Tinhela encontra o Tua. Um pouco mais acima estão as Caldas de Carlão, resultantes de um conjunto de falhas. Este conjunto de falhas dão origem a várias fontes, cada uma delas com nomes curiosos, como por exemplo a Nascente dos Olhos ou a Nascente do Estômago. A água sai da terra de diferentes profundidades e a temperatura variável conforme a fonte (entre 20 e 29 ºC).
É um lugar que merece uma visita, quer pela beleza da paisagem, quer pela qualidade da água para banhos (Bicarbonatada Sódica Sulfúrea).